Atletas e técnicos de Brusque fazem reivindicações em audiência pública

As principais pautas são mais objetividade no Programa Arthur Schlösser e maior orçamento no esporte

Atletas e técnicos de Brusque fazem reivindicações em audiência pública

As principais pautas são mais objetividade no Programa Arthur Schlösser e maior orçamento no esporte

Esportistas de diversas modalidades de Brusque fizeram reivindicações à Fundação Municipal de Esportes (FME), à Prefeitura de Brusque e ao Legislativo municipal em audiência pública realizada na Câmara no último dia 5. As demandas são, principalmente, por um aumento no orçamento do esporte e por mais objetividade nos critérios para a distribuição de Bolsa-Técnico e Bolsa-Atleta no Programa Arthur Schlösser. O debate foi sugerido no requerimento 43/2023, dos vereadores André Rezini (Republicanos) e André Batisti, o Deco (PL), que presidiu a audiência.

Uma reunião do Conselho Municipal do Esporte (CME) está prevista para julho, no plenário da Câmara, com a presença de vereadores, para continuar a discussão. Esta foi uma das ações e encaminhamentos definidos ou reiterados, assim como:

  • O espaço da Câmara Municipal fica disponível para reuniões do CME, com a participação dos vereadores;
  • Sugestão para que a FME faça convênios com empresas do setor têxtil para confecção de uniformes das equipes;
  • Pedido para que a FME aceite a sugestão de compartilhamento de quadra do Ginásio Multiuso, expandindo horários de treinamento;
  • A Câmara irá estudar propostas de lei que possibilitem o aumento de recursos ao esporte.

As principais reivindicações não são novidades no esporte brusquense: um orçamento maior para a FME e critérios mais objetivos nas distribuições de Bolsa-Técnico e Bolsa-Atleta e dos valores estipulados por pessoa.

Técnico da Abel Moda Vôlei e auxiliar técnico da Seleção Brasileira masculina, Mauricio Thomas reforçou que o orçamento para o esporte é escasso. “Não temos como competir com uma cidade como Balneário Camboriú, que tem R$ 14 milhões, a gente não quer ter R$ 14 milhões. A gente quer ter um pouco pra que cada criança receba uma camisa, pra que todas as modalidades tenham bola, pra que os profissionais recebam salário e que eles tenham condição de dar o treino. Todos aqui estão pedindo o mínimo.”

Thomas também sugeriu projetos de lei de incentivo fiscal, e usou como exemplo o município de Taubaté (SP), onde já trabalhou. Ele relata que lá, parte de tributos como o Imposto Sobre Serviços (ISS) podem ser destinados a projetos esportivos. Esta é uma pauta que o treinador vem levantando nos últimos anos como possibilidade de reforçar o esporte brusquense.

Atleta da Bicicross Berço da Fiação (BBF), Marcelo Debrassi cobrou a pauta da objetividade no programa de bolsas. “O orçamento é pequeno, sim, e queremos muito mais. Mas podemos iniciar por uma mudança muito rápida nos critérios, trazendo assim menores erros (…) É preciso repensar a contemplação de atletas de outros municípios ou estados. Essa cultura precisa ter fim.”

O técnico de handebol Anderson Silva questionou a diferença nos valores da Bolsa-Técnico. “Ninguém aqui, professor de Educação Física como eu, se formou em menos de cinco ou seis anos pra ter bacharelado ou licenciatura — fora as especializações que temos que ter em nossas áreas — para que uma comissão, sabe-se Deus quem está lá, pois não nos é apresentada pra nós, dizer que um profissional de tem que receber tanto e o outro tem que receber tanto. É a velha politicagem”

O desportista Delmar Tondolo sugeriu a criação de uma comissão permanente na Câmara, com membros de entidades do esporte e participação do Legislativo e do Executivo municipais para promover estudos de políticas públicas voltadas ao setor.

Participaram da mesa o diretor-geral da Fundação Municipal de Esportes (FME), Edemar Luiz Aléssio, o Palmito; o presidente do CME, Marcelo Paulo Tomazoni; e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ademir José Jorge, representando o prefeito interino André Vechi (DC).

Palmito foi o primeiro a se manifestar e fez uma fala em concordância com a reivindicação de objetividade no Programa Arthur Schlösser. Pediu critérios de classificação dos atletas e técnicos em competições; a criação de comissão que analise documentos, relatórios e prestações de contas e faça visitas aos projetos participantes; e também citou a necessidade da formação de novos atletas de alto rendimento.

Sem atualizações há três meses

Já há uma proposta do Legislativo municipal para a mudança nos critérios de distribuição de bolsas. Em 7 de março, teve entrada na Câmara Municipal o Projeto de Lei 13/2023, de autoria Nik Imhof (MDB), que propõe alterações no Programa Arthur Schlösser de Incentivo ao Esporte (Lei 4.468/2022), como a instituição de um sistema de pontos e ranqueamento dos esportistas e a necessidade de comprovação de residência para ser contemplado em bolsa-atleta e bolsa-técnico. O projeto ainda não progrediu na Câmara desde então.


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