Atores estreiam nos palcos da peça Paixão e Morte de um Homem Livre
Moradores contam como é a experiência de atuar na peça pela primeira vez
A diretora da peça, Rejane Habitzreuter Schilndwein, informou que neste ano foram abertas inscrições para aqueles que nunca participaram, mas desejavam interpretar um papel. Além disso, grande parte dos atores sem fala são convidados entre setembro e janeiro e boa parte tem envolvimento com a comunidade ou com a igreja.
Participação em família
Rafael Gozzi Barros, de 34 anos, recebeu um convite para peça Paixão e Morte de um Homem Livre após uma missa na igreja de Guabiruba. Ele recorda que um rapaz o abordou e informou que seria bacana sua participação na peça para interpretar um soldado. Quando ele foi no primeiro encontro, no bairro Aymoré, levou toda a família que despertou o interesse da organização.
Foi assim que Ana Carolina Muniz, 32, esposa de Rafael, e os filhos Matheus Muniz Barros, 6, e Vitoria Muniz Barros, 1, foram convidados para participar. Eles farão a cena onde ocorre a matança das famílias e interpretarão pessoas que compõem o povo.
Para eles, ver os filhos no palco é gratificante. Eles consideram que a peça será importante para ambos aprenderem mais sobre a história de Jesus.
As expectativas para a estreia são grandes. “Participar de um teatro como este e falar da vida de Cristo, é muita alegria poder participar”, revela Barros.
Já Ana confessa que está ansiosa e um pouco nervosa com a estreia. Até então, eles não assistiram ao teatro pois moram em Guabiruba há pouco tempo. “Não sabemos como será na apresentação, mas estamos muito felizes pois nos ensaios já é emocionante, temos que segurar o choro. Eu fico imaginando como será no dia”, pontua.
Experiência inovadora
O morador do Aymoré, Claudionor Brito França, 57, já tinha ouvido falar sobre a peça, mas até então nunca assistiu a apresentação. Ele foi convidado para interpretar um soldado romano e está ansioso para o dia 18 de abril.
Um colega de trabalho chamou França para participar da peça, ele se interessou e foi até o ensaio para ver como funcionava.
Ele reconhece toda a organização das equipes e enfatiza que todos estão muito empenhados. Para ele, existe uma grande diferença entre só assistir a peça e ver como funcionam os bastidores dela.
Por ser cristão, ele considera a experiência muito boa. “Estou vivendo isso intensamente”, revela. Com a emoção à flor da pele, França afirma que antes de entrar em cena gosta de orar e pedir proteção.
Emoção garantida
Eduardo Martins Araujo, 33, também foi chamado para interpretar um soldado romano. Ele afirma que em edições anteriores da apresentação demonstrou muita emoção e acredita que isso motivou o convite para este ano.
O fato da peça acontecer de dois em dois anos também pesou na hora de aceitar a oportunidade. “É um prazer fazer parte e participar deste elenco. É prazeroso, não tem palavras para descrever.”
Para entrar no personagem, Araujo buscou referências em filmes que retratam a história da morte de Jesus. Antes de iniciar as cenas, ele gosta de orar pedindo proteção, para que não fique nervoso e consiga desempenhar o papel.
Araujo também revela que na cena da crucificação, para não deixar a emoção tomar conta, fecha os olhos para manter a concentração. “Tento me concentrar na cena para fazer esse papel com bastante frieza”, confessa.
Ele afirma que o dia do espetáculo será de muita emoção. “Sem dúvida nenhuma nós somos tocados pelo Espírito Santo a partir do momento que nos colocamos à disposição para fazer essa peça”, revela.
Além dele, o filho Carlos Eduardo Warmeling Martins, 7, e a noiva Thaise Souza, 32, também participarão do teatro. Ele diz que em uma das cenas iniciais, na qual as famílias serão sacrificadas, os soldados devem levar as crianças e, nessa hora, ele sempre leva o filho.
O pequeno está empolgado com a peça e como será o primeiro ano dele assistindo e participando, está motivado para o grande dia.