Audiência sobre o passaporte da vacina em Brusque reúne grande público na Câmara
Encontro contou com a presença da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo
A Câmara de Vereadores realizou na tarde desta quarta-feira, 13, uma audiência pública com o objetivo de debater a necessidade ou exigência do passaporte sanitário relacionado à Covid-19 em Brusque. A iniciativa foi do vereador Ricardo Gianesini, o Rick Zanata (Patriota).
De acordo com ele, a discussão do tema é importante porque tem afetado professores e alunos de instituições de Brusque, que estão sendo impedidos de trabalhar ou estudar porque não estão vacinados.
O encontro contou com a presença da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PL), vereadores, representantes de entidades e população em geral.
Cartazes e faixas ‘contra o passaporte vacinal e a favor da liberdade’ foram fixados no plenário. Participantes também trouxeram cartazes com fotos de pessoas que morreram após tomarem a vacina contra Covid-19.
O médico infectologista da Secretaria da Saúde, Ricardo Freitas, afirma que o passaporte vacinal é desnecessário neste momento da pandemia.
“Neste momento da pandemia, como a vacina não é obrigatória, é claro que o passaporte não será obrigatório. A vacina está aí, vacina quem quiser. Tenho uma opinião pessoal de que a vacina para a variante Delta foi importante e inócua para a Ômicron, que tem várias mutações. Não estamos mais vivendo uma situação pandêmica, então na minha opinião, o passaporte vacinal é desnecessário”.
O médico capixaba Alessandro Loiola participou da audiência pública de forma on-line. “17,5 milhões de pessoas morrem por doenças cardiovasculares no Brasil. Este é um número que deveríamos nos preocupar. Essas vacinas oferecidas apresentam algum risco de aumento das doenças e mortes cardiovasculares para quem está sendo vacinado? Nem o fabricante sabe se pode aumentar o risco. O mesmo acontece para câncer e várias outras doenças”.
O médico também criticou o intercâmbio de doses da vacina e também destaca a falta de transparência dos dados sobre efeitos adversos da vacina. “Não é feita busca ativa. Duvido que a Secretaria de Saúde de Brusque faça esse trabalho, com coleta e tabulação de dados dos efeitos adversos. Nenhuma cidade faz. O passe vacinal é uma forma do governo roubar a nossa liberdade. Não podemos apoiar esse absurdo”.
A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo também argumentou contra a obrigatoriedade do passe vacinal. Em sua fala, a deputada comparou o passaporte vacinal com o sistema de identificação feito pelo governo de Adolf Hitler contra os judeus.
“Nenhum de nós ainda foi executado pelo governo, mas deportado já foi. O tenista Novak Djokovic é um exemplo. E quem somos nós perto dele? Se ele foi impedido de fazer o seu trabalho, prover o sustento da sua família porque não tinha a vacina, imagina o que pode acontecer com a gente?”.
“Ninguém vai conseguir me calar”
Arlene Ferrari Graf deu seu relato durante a audiência pública nesta quarta-feira, em Brusque. Ela é mãe de Bruno Graf, 28 anos, que morreu em agosto do ano passado, 10 dias após tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Blumenau.
“Meu filho não tinha doença pré-existente, era atleta amador. Tomamos a vacina porque tínhamos medo de morrer pelo vírus”.
Arlene afirma que o filho tomou a vacina em 14 de agosto. Teve reações leves no primeiro dia, mas no nono dia teve dor de cabeça muito forte. Foi levado ao hospital e internado para ficar em observação. “Testaram ele para dengue porque as plaquetas estavam muito baixas. No outro dia, fui visitá-lo no hospital, estava bem. Deixei o hospital às 16h e às 19h recebi a notícia de que ele sofreu AVC hemorrágico, que estava morto”.
A mãe, então, suspeitou da vacina e foi conversar com o médico. “Os médicos falaram que não poderiam descartar a possibilidade. Pedi um exame para detectar se foi da vacina. O exame não tem no Brasil, foi mandado para a Espanha e 10 dias depois veio a confirmação. Ele sofreu um AVC em decorrência da vacina”.
De acordo com Arlene, muitas pessoas têm sofrido AVC pela mesma razão, mas nem sempre os médicos realizam o exame para detectar se foi em decorrência da vacina ou não. “Existem médicos e médicos. Se eu tivesse pegado um outro médico, eu poderia estar até agora com essa dúvida”.
Após a morte do filho, Arlene começou a divulgar sua história nas redes sociais, mas segundo ela, tem sido censurada. “Sou bloqueada nas redes sociais, não posso escrever a palavra vacina. Somos impedidas de falar sobre isso, mas a população tem o direito de saber todos os eventos adversos que a vacina causa. Eu confiei e a maioria está confiando cegamente neste experimento. Mas ninguém vai conseguir me calar”.