Natália Huf

Aulas de dança de salão do Sesc garantem saúde e alegria na terceira idade

Grupo de mulheres tem aulas semanais e está ensaiando para apresentação de fim de ano

Toda terça-feira, uma turma de mulheres se reúne no Sesc para aprender a dançar forró pé de serra, samba de gafieira, valsa e bolero. Porém, para participar, existe uma condição: tem que ter mais de 60 anos. As aulas de dança para idosos começaram a ser oferecidas no início deste ano e, segundo o professor Marcos Marquesani, o projeto vem dando certo.

A primeira turma formada, por enquanto, é só de senhoras, mas a falta de parceiros não é problema para elas, que já estão ensaiando a coreografia que irão apresentar no espetáculo de encerramento. Para dançar com elas, o professor confeccionou bonecos de espuma, que serão vestidos e caracterizados para a coreografia de forró que será dançada pelas mulheres.

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O projeto integra as atividades do Idoso Empreendedor, programa desenvolvido há dez anos pelo Sesc para, principalmente, colaborar com a inclusão digital dos mais velhos, que aprendem a mexer em computadores e smartphones. De acordo com Iassana Hoffmann, técnica em atividade responsável pelo programa, as atividades, projetos sociais e oficinas são voltadas especialmente a este público. São grupos de cantoria, dança, atividades para melhorar a memória, entre vários outros.

“Foi uma ótima sacada, essa aula. Na dança, a gente se desestressa. Dançar faz sorrir e é muito prazeroso. Aos poucos, vamos perdendo a timidez e soltando o corpo”, diz o professor.

Veja trecho do ensaio da coreografia:

As aulas de dança, segundo Marquesani, assim como qualquer atividade física, trazem muitos benefícios aos praticantes. “A dança tem um benefício a mais, que é trabalhar o corpo todo, e não só o corpo, mas a mente também. Trabalhamos equilíbrio, força, lateralidade. Além disso, tem ainda a questão social. Na dança se faz amizade, aqui somos uma família, tem muita integração.”

Claudete Ribeiro, de 62 anos, é uma das participantes do grupo de dança, e diz que frequentar as aulas é uma atividade muito gostosa. “Estou adorando, é bom pra movimentar um pouco o corpo, cuidar da saúde.” Celia Carminati Carturano, também de 62 anos, concorda rindo, mas acha que “seria melhor se tivessem parceiros para dançar”. As duas contam que, dos vários ritmos abordados em aula, o que mais gostaram foi o forró. “Todos são ótimos, fáceis de aprender”, dizem.

O professor veio integrar o Sesc de Brusque, inicialmente, como professor de dança infantil. Porém, quando surgiu o projeto para dar aulas para idosos, ele passou a fazer parte e afirma que é um público muito receptivo: “Há quem pense que, só por ser idoso, vai chegar aqui cheio de manias. Não foi assim, são todas muito queridas e abraçaram a proposta. Tem sido muito gratificante”.

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Espetáculo
Para a apresentação de encerramento, o professor está organizando uma coreografia de forró, que já vem sendo ensaiada com as alunas e os parceiros de dança confeccionados por ele.

Marquesani conta que, todo ano, o espetáculo do Sesc tem uma temática e, desta vez, foi escolhido o Chaves. “Não conheço uma geração que não tenha assistido. É um programa que já está aí há muito tempo, com humor, sem vulgaridade”, diz. A apresentação do grupo de dança de salão terá uma “pegada” cômica  e divertida, com uma coreografia inspirada na cultura do Nordeste, onde não é incomum se ver coreografias com bonecos.

Bastante animada para dançar, Claudete diz que está também um pouco nervosa: “Minha família sempre está do meu lado em tudo que faço e me incentivaram muito a fazer aula. Mas saber que eles vão estar lá assistindo me deixa mais nervosa ainda!”, ri.