Ausência do Vale do Itajaí em pacote de investimentos do governo gera reação de entidades e políticos

Acibr se manifesta pedindo mais atenção do governador nos próximos investimentos

Ausência do Vale do Itajaí em pacote de investimentos do governo gera reação de entidades e políticos

Acibr se manifesta pedindo mais atenção do governador nos próximos investimentos

A ausência do Vale do Itajaí, especialmente da região de Brusque, no pacote de investimentos em infraestrutura anunciado pelo governo do estado para os próximos anos criou um embate político e gerou a reação da Associação Empresarial de Brusque (Acibr).

Halisson Habitzreuter, presidente da Acibr, diz que a entende que o investimento previsto para outras regiões é importante. “Mas esperamos que a nossa região também seja contemplada, já que somos a região com maior PIB e temos a maior concentração de população”, ressalva.

Além disso, ele lembra que Brusque a seu entorno deu votação maciça a Carlos Moisés da Silva nas eleições. “A gente entende que, se regiões, digamos assim, sem tanta expressividade, já receberam esse valor, esperamos um montante expressivo para a nossa região”.

A entidade prepara uma nota, na qual manifestará seu desejo de que, futuramente, o Vale não seja deixado de fora dos pacotes de investimento em infraestrutura.

No caso de Brusque, o que mais chama a atenção é que a duplicação da rodovia Antônio Heil (SC-486) não foi contemplada. A obra está inacabada e não tem previsão de reinício.

A Acibr também tem posição sobre este assunto. A entidade enviou ofícios às câmaras de vereadores de Botuverá, Brusque, Guabiruba e Itajaí na qual informa que defende a conclusão da obra conforme foi licitada.

Habitzreuter avalia que a inclusão de passarelas e outros pontos na obra pode atrasar ainda mais o seu término. A Acibr entende que é melhor concluir como o planejado e depois resolver os problemas já identificados e que possam surgir.

Além disso, o projeto da duplicação da rodovia Ivo Silveira (SC-108), que havia começado na gestão anterior, também está pendente. A obra é vista como fundamental para melhorar a ligação a Blumenau e Alto Vale do Itajaí.

Alesc
A ausência do Vale também gerou embate na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Na sessão da Alesc nesta terça-feira, 18, o deputado Ricardo Alba (PSL) criticou manifestações das entidades empresariais de Blumenau, que haviam questionado por que ficaram de fora da lista do governo obras importantes, como o prolongamento da SC-108 e a reforma da rodovia Jorge Lacerda.

Em discurso na tribuna, Alba, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Itajaí, listou investimentos feitos pelo governo em hospitais da região, no programa Entra 21, de formação de mão de obra para empresas de tecnologia, e em bolsas de graduação e pós-graduação para estudantes. E atacou a tese de que o governo esqueceu o Vale:

“O que não pode ser veiculado nas redes sociais é que o governador virou as costas, isso é mentira. Vamos construir, porque para reclamar tem um monte de gente”.

Questionado pelo deputado Vicente Caropreso (PSDB), de Jaraguá do Sul, sobre quais eram as entidades que haviam se manifestado, Alba evitou nominá-las. “Não tenho nada pessoal contra essas entidades, mas cometeram um equívoco”.

Apoio às entidades
Outros deputados saíram em defesa das entidades empresariais. Milton Hobus (PSD), de Rio do Sul, cobrou a retomada de obras relacionadas à prevenção de enchentes e disse que o Vale é a região que mais arrecada impostos em Santa Catarina. Ele pediu a Alba, presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Itajaí, que consiga uma audiência com Moisés.

“Claro que todos nós ficamos sentidos, as entidades ficaram sentidas, porque não viram nenhuma obra nova sendo anunciada para o Vale do Itajaí pelo governador Moisés. Nós temos o direito de cobrar. Isso não é estar contra o governo”, afirmou.

Ismael dos Santos (PSD) citou reportagens, inclusive de O Município Blumenau, sobre a reação das entidades blumenauenses. “Não é possível que num pacote de R$ 200 milhões Blumenau fique de fora”, protestou.

Laércio Schuster (PSB), de Timbó, disse que a bancada do Vale precisa ouvir mais a sociedade local. “A nossa Frente Parlamentar precisa ouvir mais, nós estamos fazendo audiências públicas para ouvir as pessoas, e não apenas para levar mensagens de governo”, disparou.

O pacote
O projeto Novos Rumos – Santa Catarina em Movimento, do governo estadual, prevê obras na Grande Florianópolis, Oeste, Meio-Oeste, Sul e Norte do estado. Em Joinville, por exemplo, será duplicado o acesso ao industrial da cidade. Em Florianópolis, a SC-401 passará por uma revitalização (R$ 32 milhões). Chapecó receberá R$ 25 milhões para um contorno viário.

Na segunda-feira, em Itajaí, durante visita do ministro da Infraestutura, Tarcisio Gomes de Freitas, o governador Carlos Moisés disse que as obras representam apenas um primeiro anúncio da gestão na área de infraestrutura e que não esqueceu da região. Porém, não deu sinais de inclusão do Vale do Itajaí no pacote Novos Rumos.

“O que as entidades esperam é que possamos estabelecer, juntamente com a nossa representação política e com o governador, uma agenda positiva, onde possamos apresentar nossas demandas, estabelecermos as prioridades e montarmos um cronograma de trabalho”, avaliou o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Avelino Lombardi, nesta quarta-feira, 18.

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