Autoescola fecha de repente, responsáveis somem e deixam ex-alunos sem respostas no Vale do Itajaí
Empresa teria que reembolsar alunos por aulas não realizadas
Empresa teria que reembolsar alunos por aulas não realizadas
Aumentou o problema dos ex-alunos da Autoescola Rainha, que fechou de repente há um mês em Blumenau. Após prometerem que iriam reembolsar os valores pagos por aulas não executadas, os responsáveis pela empresa sumiram sem devolver o dinheiro e estão sendo procurados pelo Procon.
A instituição, que funcionava no bairro Itoupava Central, fechou as portas no dia 26 de setembro, após avisar aos alunos na noite do dia anterior. Na semana, questionados pela reportagem, a empresa informou que havia fechado “por forças maiores, por questão do mercado econômico”.
Além disso, informaram que todas as aulas executadas haviam sido validadas no Detran e que, o dinheiro de pagamentos antecipados seriam reembolsados num prazo de até 20 dias. “Nenhum aluno vai sair prejudicado”, alegaram em nota.
Entretanto, as semanas foram passando e a empresa parou de responder às dezenas de alunos que se sentiram lesados. Um mês depois, um grupo de WhatsApp reúne 73 pessoas que alegam terem sido prejudicadas de alguma forma pela empresa.
Joice Caroline Israel da Cruz é uma delas. Ela pagou toda a habilitação à vista (R$ 2 mil) no dia 10 de fevereiro deste ano. Como a Autoescola Rainha teve que mudar de endereço neste meio tempo, as aulas teóricas atrasaram e só foram se encerrar no final de julho.
Após passar pela prova teórica, ela enfim iria começar as práticas para seguir em busca da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), porém, foi novamente surpreendida, agora com o fechamento da empresa. Para realizá-las e concluir o processo, precisou procurar outra instituição e fazer um novo pagamento, mas sem receber o reembolso da anterior.
“O sonho de ter a minha habilitação virou um pesadelo. Ao invés de gastar R$ 2 mil, que era o preço, já tive que desembolsar R$ 3,5 mil, e acredito que não verei meu dinheiro de volta”, relata.
Graziela Manes, que é uma das líderes do grupo de WhatsApp, afirmou que o prejuízo dela foi menor, mas também causou problemas sérios. “A minha aula de moto não foi validada. Fiz seis aulas e não registraram. Se eu escolhesse continuar a de carro e moto teria que pagar as aulas de moto tudo novamente. Acabei preferindo fazer só de carro”, relata.
Ela ainda teve que contratar uma outra autoescola para que pudesse realizar as últimas aulas práticas de carro e marcar a prova do Detran. Desta forma, precisou desembolsar mais de R$ 500.
Diante de toda a situação, os ex-alunos contrataram um escritório de advocacia e já estão preparando uma ação na Justiça.
Sentindo-se lesados com a situação, vários ex-alunos da Autoescola Rainha procuraram o Procon de Blumenau e realizaram uma denúncia. De acordo com o diretor Alexandre Caminha, a empresa foi procurada pela insituição e chegou a responder um e-mail alguns dias depois, alegando que iria resolver o problema.
Entretanto, após o órgão do consumidor fazer novas tentativas de contato, não foram mais respondidos. Além disso, tentaram notificar a empresa oficialmente, mas como ela não está mais no endereço que funcionava, não foram encontradas.
“A gente tentou de várias maneiras, mas não conseguimos notificá-los e eles não nos respondem. Teremos que fazer a notificação por edital, chamando os responsáveis para prestarem esclarecimentos, e na sequência poderemos multá-los”, afirmou Caminha.
Assim como na primeira reportagem, nossa equipe procurou os responsáveis pela Autoescola. Como não funcionam mais em um endereço, foram feitas ligações e mensagens foram enviadas para o celular que encaminhou a nota oficial em setembro. Entretanto, até a publicação da reportagem não houve resposta.
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