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Azambuja realizará cirurgias bariátricas em 2016

Hospital tentará credenciamento no SUS após compra de equipamentos e formação de equipe

O Hospital Azambuja passará a realizar, a partir de janeiro do próximo ano, cirurgias bariátricas, conhecidas como redução de estômago. A princípio, o serviço beneficiará pacientes de convênios e particulares. No entanto, a direção fará credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) para atender os pacientes da rede pública. Na região, este tipo de cirurgia ocorre apenas no Santo Antônio, em Blumenau – que é o hospital de referência do SUS de Brusque nesta especialidade; e no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.

Neste momento está sendo feita a compra de equipamentos. Inicialmente serão adquiridas uma mesa cirúrgica e duas camas para obesos, que serão disponibilizadas em dois quartos de leitos privativos. A equipe de profissionais multidisciplinares que participará do procedimento e ficará no ambulatório também está sendo formada: terá um cirurgião, psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta, além da equipe de enfermagem.

O médico que fará as cirurgias do aparelho digestivo no Azambuja será Fabio Medaglia Filho. Ele conta que duas técnicas serão utilizadas: o Bypass Gástrico e o Sleeve Gástrico. A primeira é uma das mais feitas no mundo e responsável pela retirada de parte do estômago e do desvio do intestino. Em média a cirurgia demora duas horas. Já a segunda é uma técnica que está muito em evidência e mexe somente no estômago.

Ela é feita por meio da videolaparoscopia e tem uma boa aceitação, pois é mais fácil e rápida – leva cerca de uma hora.
No começo, o médico frisa que serão feitas cirurgias semanais e que assim que o serviço estiver estabilizado e com a equipe mais adaptada e treinada, o número será aumentado gradativamente. Atualmente, ele possui três pacientes que realizam a “terapia da obesidade” e estão se preparando para o procedimento. “É um tratamento multidisciplinar que passa por várias etapas. Primeiramente tem a avaliação do psicólogo ou psiquiatra, depois com nutricionista e com o fisioterapeuta ou educador físico”, explica. Em média, seus pacientes – duas mulheres e um homem de 35 a 40 anos – pesam 120 quilos. Após a cirurgia, considerada de grande porte, é preciso que seja feito um acompanhamento semestral com dosagem e injeção de vitaminas e suplementos.
Fila do SUS passa de três anos

O administrador do Azambuja, Fabiano Amorim, afirma que as cirurgias serão destinadas também ao usuários da rede pública. Para isso, nos próximos 90 dias, após a efetivação da compra de equipamentos e a formalização da equipe, será encaminhado ao SUS a documentação solicitando o credenciamento. O primeiro passo é enviar a papelada para a Secretaria de Saúde de Brusque, que debaterá em reuniões da regional e, posteriomente, encaminhará para o orgão em Florianópolis que, por sua vez, levará ao Ministério da Saúde em Brasília (DF).

Segundo ele, há mais de 100 pessoas da região na fila, o que representa mais de três anos de espera. “É uma necessidade da região e queremos beneficiar todos. No entanto, convênios e particulares são mais rápidos porque não dependem da parte burocrática, já o SUS demora um pouco mais”, reitera.

Para Amorim, um hospital é referência quando atende pacientes deste sistema. Segundo ele, o Azambuja está deixando de ser uma unidade de porte médio para se tornar de porte grande e é por isso que precisa de procedimentos diferenciados. “É uma necessidade da comunidade e traremos cirurgias diferentes. Temos estrutura para fazer e na medida que for sendo estruturada o volume será maior. Vamos oferecer suporte para diminuir o risco do paciente e certificar a nossa qualidade”, ressalta.

O Município Dia a Dia entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Brusque para atualizar dados sobre a fila de espera no SUS, porém, até o fechamento da reportagem não obteve retorno. Informações do fim de fevereiro deste ano mostram que até 31 de outubro de 2014, 11 pacientes fizeram a cirurgia bariátrica pelo SUS no ano passado, e 55 ainda aguardavam em fila de espera. Em 2013, um ano antes, o município realizou sete cirurgias. Em dois anos, portanto, apenas 18 pessoas conseguiram fazer o procedimento.