Balança comercial: saiba os valores de exportação e importação em Guabiruba e Botuverá de 2023
Dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; profissionais avaliam números
Em 2023, Guabiruba exportou 506 mil dólares, e Botuverá, 421 mil dólares. Já na importação, os municípios registraram 73 milhões de dólares e 9,45 milhões, respectivamente. Assim, Guabiruba teve um déficit de 72,54 milhões de dólares, e Botuverá, um déficit de 9,3 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Conforme o proprietário e diretor de importação da Guabifios, Júlio Schumacher, a balança comercial de Guabiruba foi muito influenciada pelo preço da mercadoria e do frete.
“Os produtos ficaram mais baratos devido à queda do frete, que saiu de 12 a 13 mil dólares para 2 mil dólares. Isso, no fio têxtil, representa cerca de 20% do valor menor da mercadoria”, explica.
Na cidade, tanto os valores de importação quanto exportação registraram queda em comparação com 2022. Naquele ano, a cidade movimentou 809 mil dólares em exportação e 84,2 milhões em importação.
Júlio explica que, por conta da economia mundial seguir com reflexos da inflação pós-pandemia, os preços dos produtos também caíram. “Portanto, em volume, não vejo uma queda em relação a 2022, mas no valor, sim, devido a esses dois fatores supracitados”, complementa.
“Guabiruba é têxtil, e o têxtil é importador. Estamos situados no coração do polo têxtil nacional, com muitas tecelagens e tinturarias na nossa cidade e cidades vizinhas. Nossa capacidade produtiva e qualidade também são ímpares. Estimo que mais de 75% de todos os produtos têxteis produzidos no Brasil têm origem catarinense”, ressalta.
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O coordenador do Núcleo de Empresários de Botuverá da Acibr, Edson Rubem Müller, avalia os valores registrados positivamente. “O Brasil, nos últimos anos, vem crescendo, criando um superávit muito positivo. Já os números exclusivamente daqui de Botuverá nos mostram grandes valores na importação, de vários produtos, contra uma exportação modesta para o Paraguai, no Mercosul”, aponta.
“A balança comercial de Botuverá, no meu entendimento, fechou de forma positiva. Conseguimos exportar e importar o necessário para que nossas indústrias possam continuar crescendo, gerando divisas e o pleno emprego. Alcançar o pleno emprego é um objetivo econômico desejável para promover estabilidade e prosperidade na sociedade”, completa Edson.
Tipos de produtos em Guabiruba
Produtos exportados
1 – Matérias têxteis e suas obras: US$ 471 mil (93%)
2 – Teares para fabricar malhas, máquinas de costura por entrelaçamento (couture tricotage), máquinas para fabricar guipuras, tules, rendas, bordados, passamanarias, galões ou redes e máquinas para inserir tufos: US$ 21,6 mil (4,3%)
3 – Suportes elásticos para camas (somiês); colchões, edredões, almofadas, pufes, travesseiros e artigos semelhantes, equipados com molas ou guarnecidos interiormente de quaisquer matérias, compreendendo esses artigos de borracha ou de plásticos, alveolares, mesmo recobertos: US$ 12,1 mil (2,4%)
Produtos importados
1 – Matérias têxteis e suas obras: US$ 69,4 milhões (95%)
2 – Suportes elásticos para camas (somiês) ; colchões, edredões, almofadas, pufes, travesseiros e artigos semelhantes, equipados com molas ou guarnecidos interiormente de quaisquer matérias, compreendendo esses artigos de borracha ou de plásticos, alveolares, mesmo recobertos: US$ 2,80 milhões (3,8%)
3 – Produtos das indústrias químicas ou indústrias conexas: US$ 431 mil (0,59%)
Tipos de produtos em Botuverá
Produtos exportados
1 – Acumuladores elétricos e seus separadores, mesmo de forma quadrada ou retangular: US$ 421 mil (100%)
Produtos importados
1 – Matérias têxteis e suas obras: US$ 6,69 milhões (71%)
2 – Máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes; Aparelhos de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios: US$ 1,77 milhão (19%)
3 – Plásticos e suas obras; Borracha e suas obras: US$ 604 mil (6,4%)
Exportação
Júlio destaca que Guabiruba não é uma cidade voltada à exportação. “Temos algumas empresas que importam aqui e exportam – através do drawback, para o Paraguai. Todas elas voltadas ao têxtil. Então, esses volumes são de acordo com as datas dos contêineres que chegaram no porto”, aponta. O Regime de Drawback é a desoneração de impostos na importação vinculada a um compromisso de exportação.
Em relação aos países parceiros, na exportação, Guabiruba destaca Paraguai e Uruguai. Júlio explica que é efetuada a exportação para lá para ser fabricado o fio de algodão, por exemplo. “Pois os impostos lá são menores que os brasileiros”, diz.
Ao falar de exportação, Edson salienta que Botuverá é predominado por indústrias têxteis e da mineração. “São a mola propulsora da economia”, aponta.
“Quando tratamos de exportação, nos limitamos a poucas empresas com este perfil. A grande fábrica de baterias Erbs se destaca na diversificação e na qualidade de seus produtos, se habilitando para realizar as exportações de seus produtos, mas especificamente ao Paraguai”, completa.
Importação
Segundo Júlio, o movimento de importação reflete os cenários do último ano. “O início de 2023 foi de muita incerteza política e ninguém investiu para receber mercadoria logo em janeiro e fevereiro. Por isso, as entradas foram maiores em abril e maio, que é o reflexo das vendas de janeiro, que foi um mês bom. Isso deu a coragem necessária para nós e demais importadores efetuarem suas compras”, relembra.
“Outubro e novembro foram um volume menor, pois os preços internacionais subiram bem no período de julho a agosto. O que leva os importadores a esperar uma melhor oportunidade”, continua.
Júlio detalha que o principal produto importado da cidade é o fio de poliéster texturizado. “Esse fio é muito versátil, linha fitness, esportiva, camisetas promocionais, meias, cuecas etc. E é o fio mais barato que existe. Portanto, existe uma demanda muito grande e o principal fabricante mundial desses produtos é a China”, diz.
“A Indonésia se destaca pelos fios de viscose, um fio mais premium, utilizado principalmente para a moda feminina. Na Índia se destacam os fios de algodão e, como o Brasil produz bastantes fios de algodão, o país corresponde por uma menor parte dessa fatia”, completa.
Na importação, Edson comenta sobre observar os padrões de cada município e a sua principal economia. “Nossa cidade, na contramão da balança comercial, é crescente na importação, pois falamos de um pequeno município, mas grande em empresas comerciais, têxteis, moveleiras e de mineração. Temos empresas que importam muita matéria-prima, além disso, todo nosso parque fabril têxtil, especificamente, só usa máquinas importadas”, explica.
Para ele, a importação em Botuverá sempre será aquecida. “Várias fábricas estão especializadas em produzir artigos com matéria-prima importada. Em certos setores, as importações podem complementar a produção local de um certo produto”, finaliza.
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