Banco Central apresenta nova nota de R$ 200; confira detalhes
Nota tem coloração cinza e homenageia lobo-guará, ameaçado de extinção
O Banco Central apresentou nesta quarta-feira, 2, nova cédula de R$ 200. Ela passa a ter valor legal imediatamente e começa a circular conforme a demanda. Ao todo, serão disponibilizadas 450 milhões de unidades da nota até o fim do ano.
Para o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a introdução da nova cédula era fundamental. Ele explica que é para evitar um eventual desabastecimento do papel-moeda. Este tipo está frente ao aumento da demanda por dinheiro em espécie desde o início da pandemia do novo coronavírus.
“O momento singular que estamos vivendo trouxe os mais diversos desafios, e um deles foi um aumento expressivo na demanda da sociedade brasileira por dinheiro em espécie. O aumento foi verificado no Brasil desde o início da pandemia, mas não foi exclusividade do nosso país. Outras nações viveram fenômeno semelhante. Em momentos de incerteza, é natural que as pessoas busquem a garantia de uma reserva em dinheiro”, afirmou.
A cédula de R$ 200 traz cores cinza e sépia predominantes e homenageia o lobo-guará. O animal é típico da fauna do cerrado brasileiro, atualmente ameaçado de extinção. A nota tem o mesmo formato e dimensões da cédula de R$ 20 (14,2cm x 6,5cm). A decisão de manter o formato, segundo o BC, é para melhor adaptação aos caixas eletrônicos e demais equipamentos automáticos que aceitam e fornecem cédulas de dinheiro.
“O Banco Central tem atuado durante todos estes meses e tem conseguido fornecer cédulas e moedas de modo a atender às necessidades da sociedade de forma adequada. Ainda assim, como estamos vivendo um momento sem precedentes na história, não há como prever se essa demanda por dinheiro em espécie continuará aumentando, e por quanto tempo. Esse momento, com essas necessidades, se mostrou oportuno para o lançamento de uma cédula de maior valor, cujo pré-projeto já existia desde o lançamento da segunda família de cédulas, em 2010”, acrescentou Campos Neto.
A diretora de administração do BC, Carolina de Assis Barros, explicou que a estimativa de papel-moeda projetada tornaria inviável a reposição com a impressão de novas notas de R$ 100.
Segundo ela, os cálculos do BC, estimavam a necessidade de um adicional de R$ 105,9 bilhões, em valor financeiro. Este, precisaria ser gerado em um espaço de cinco meses. Isso sem contar as encomendas de novas cédulas e moedas previstas para o ano, da ordem de R$ 64 bilhões, também em valor financeiro.
“A Casa da Moeda do Brasil possui um parque fabril dimensionado para as necessidades brasileiras conforme o padrão histórico verificado até aqui. No entanto, a fim de gerar maior volume financeiro em menor espaço de tempo, imprimir cédulas de R$ 100 não seria uma alternativa factível, pois a capacidade de produção da referida denominação em 2020 já estava integralmente adquirida”, explicou a diretora.
Características da nova nota de R$ 200
A cédula de R$ 200 é impressa em papel fiduciário. Ele tem uma textura mais firme e áspera que o papel comum.
Pelo tato, é possível sentir um alto-relevo em algumas áreas da nota, como nas legendas “Banco Central do Brasil” e “República Federativa do Brasil”. Ainda, nos numerais impressos na frente e no verso, na faixa vertical de folhas, nas flores e no fruto, na efígie da República (frente) e no lobo-guará (verso).
Sob luz ultravioleta, é possível enxergar o número 200 na frente. Também, a numeração vermelha do verso aparece na cor amarela.
Além disso, pequenos fios coloridos se tornam visíveis. Ao colocar a nota na altura dos olhos, na posição horizontal, é possível ver o número 200 sob o desenho de um arbusto. Ele está no canto direito inferior da cédula, em sua face frontal.
A nota permite visualizações se colocada contra a luz. A marca-d’água da nova cédula permite visualizar a figura de um lobo-guará. Também, o número 200, em tons que variam do claro ao escuro. Ao posicionar a cédula contra a luz, o fio de segurança fica visível, próximo ao meio da nota.
A partir desta quarta e até o final de setembro, o governo federal vai veicular uma campanha publicitária de apresentação da nova nota. Será nos meios de comunicação e na internet.