Barão Schneéburg: 150 anos de sua morte
No último de 16, se vivo fosse, o Barão Maximiliano von Schneéburg, estaria completando 150 anos. O Clube Filatélico Brusquense e a Casa de Brusque, promoveram importante evento, na Câmara Municipal, para lembrar o Sesquicentenário da sua morte e reverenciar a memória do fundador de nossa cidade.
Em seus discursos, os presidentes das duas entidades, Ricardo Scharf e Jorge Paulo Krieger destacaram as principais ações do Barão Schneéburg, para fundar e consolidar o importante projeto colonial, oficialmente denominado Colônia Itajahy, mas sempre chamada de Colônia Brusque, pelo seu fundador.
Desde os primeiros tempos, Schneéburg preocupou-se com um futuro de bem-estar para Colônia Brusque. Tinha consciência de que esse futuro de prosperidade não dependeria somente de mais ferramentas (pás, enxadas, foices e machados), de mais floresta derrubada e de mais colonos assentados em seus lotes.
Era preciso que a sua Colônia contasse com a presença de médico para assistência à saúde, de padre e pastor para assistência religiosa; de professor para que os filhos dos colonos pudessem estudar.
Sabia, também, que a Colônia só poderia prosperar se uma estrada carroçável fosse implantada para ligar Brusque ao litoral, de forma mais específica, a Itajaí e seu porto. Essa foi a pauta de suas reivindicações maiores, que o Barão, de forma insistente, sempre defendeu junto às autoridades da Província, durante a sua permanência no cargo de Diretor Colônia.
Não deixou de reivindicar, também, um serviço postal para que os colonos pudessem se comunicar com os familiares e amigos que permaneceram na Europa.
Por isso, o Clube Filatélico Brusquense, em colaboração com a agência local dos Correios, promoveu o lançamento de um belo selo comemorativo ao Cinquentenário da morte do Barão de Schneéburg.
Foi um evento de significativa importância histórica e uma merecida homenagem a quem tanto lutou pelo progresso desta terra. Foram sete anos de trabalho intenso, inteiramente dedicados aos interesses da comunidade brusquense, quando tudo estava por ser construído.
Na verdade, o Barão de Schneéburg foi um exemplo de administrador austero, no emprego dos escassos recursos públicos destinados às despesas da Colônia. Como escreveu Oswaldo Cabral, muito lhe devem os brusquenses: “Íntegro, honesto, trabalhador, capaz, a Colônia foi a razão da sua vida nos seus últimos anos. Com ela viveu, com ela sofreu”. Daqui saiu doente, quase cego e pobre, em 1867. Morreu dois anos depois, em 1869, na então austríaca e pequena Franzensbad, hoje, República Checa.
Sem uma casa própria para morar. Viveu na sede da Diretoria, trabalhando e dormindo num rancho “de 20 palmos de quadrado, coberto de palha”, conforme suas próprias palavras. Mesmo assim, não conseguiu recursos do governo provincial para construir uma nova “Casa da Diretoria e minorar o risco de segurança, de saúde e decência”.
Por toda essa história de trabalho e amor à terra brusquense, penso que além do merecido selo postal, bem que o fundador desta cidade, está a merecer, também, que a sede da nossa Prefeitura Municipal seja oficialmente denominada de Casa do Barão de Schneéburg. Seria uma justa homenagem a quem tanto fez por esta terra.
Neste ano do Sesquicentenário de sua morte, seria também uma forma de reparar a injustiça da autoridade provincial daquela época, que não lhe proporcionou uma Casa da Diretoria com instalações decentes e apropriadas, onde pudesse ele melhor realizar o seu devotado trabalho de fundação e implantação da Colônia Brusque.