Barateiro perde o título do Campeonato Catarinense nos pênaltis
Na quarta decisão do ano entre as duas equipes, Chapecó consegue igualar o número de títulos
Em jogo acirrado, a equipe Female Futsal de Chapecó bateu o Barateiro Futsal/FME nos pênaltis. Depois de igualdade no tempo normal – 1 a 1 -, e repetição do placar na prorrogação , a goleira chapecoense Giga Paraná defendeu duas cobranças e garantiu o título do Campeonato Catarinense de Futsal Feminino Adulto. A decisão ocorreu sexta-feira à noite, na Arena Brusque.
O primeiro gol da partida saiu apenas aos 15 minutos da etapa inicial em um vacilo de Chapecó. A goleira da equipe estava posicionada no meio da quadra para auxiliar as companheiras quando o Barateiro conseguiu roubar a bola. No rápido contra-ataque, a camisa 10 e destaque do time, Amandinha, tocou para o fundo das redes.
Minutos após o gol, Chapecó quase empatou em chute da entrada da área da camisa 5, Tampa. A bola bateu na trave, correu pela linha do gol e foi afastada pela zaga. Já no segundo tempo, o Barateiro teve pelo menos quatro oportunidades para ampliar o placar, mas acabou pecando nas finalizações. A goleira chapecoense, em noite inspirada, também colaborou para o insucesso do ataque brusquense.
A expressão popular “quem não faz, leva” acabou se confirmando: a dois minutos do fim da partida e com a equipe utilizando uma goleira-linha, a capitã e camisa 4 de Chapecó, Taty, empatou a partida em chute alto da entrada da área e levou o jogo para a prorrogação.
Apenas no fim do primeiro tempo da prorrogação, a equipe do oeste consegui mexer no placar. Na entrada da área, a camisa 17, Jacque, chutou forte e rasteiro no meio do gol, sem chance para a goleira adversária.
Nos segundos finais da partida e assim como fez Chapecó no final do tempo normal, a equipe brusquense colocou uma goleira-linha. A mudança deu certo. Em rápida troca de passes, a camisa 9, Japa, igualou o marcador em chute alto do lado direito da área. A bola desviou na adversária e enganou a goleira.
O empate levou a decisão para os pênaltis. Em seis cobranças de cada lado, a goleira de Chapecó defendeu duas e a goleira de Brusque uma. A camisa 13 de Chapecó, Brenda, encerrou as cobranças e colocou a faixa de campeã na equipe do oeste. O técnico de Chapecó, Márcio Coelho, enalteceu a entrega das jogadoras dos dois times durante toda a partida e lembrou que quatro atletas de cada uma das equipes voltaram recentemente de viagem à Costa Rica e estavam desgastadas.
Jogadoras do Barateiro exaltam vitória da seleção na Costa Rica e criticam CBFS
Por mais que a noite de sexta-feira não tenha terminado da forma que as atletas do Barateiro esperavam, quatro delas ainda têm muito a comemorar. Em campanha invicta no Mundial de Futsal Feminino disputado na Costa Rica, as meninas da seleção brasileira sagraram-se campeãs. Amandinha, Nega, Jéssika e Diana fizeram parte da campanha. Amandinha, que marcou o gol da vitória de virada por 4×3, também levou o troféu Bola de Ouro como a melhor atleta do campeonato.
No entanto, as comemorações quase não se concretizaram pois a Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) havia anunciado, em novembro, que a equipe não participaria do torneio por problemas financeiros. A seleção participou porque as próprias atletas conseguiram patrocínio e também porque tiveram ajuda financeira de jogadores da seleção masculina de futsal. Para Nega, o título provou que a seleção feminina merece respeito.
“Disputamos quatro campeonatos e ganhamos os quatro títulos. Então não é um trabalho em vão. É um trabalho que tem de ser levado a sério pelas confederações. Nós, jogadoras, levamos a sério. O jogo de hoje mostrou que nós batalhamos e damos a vida em quadra até o fim. E mesmo assim não temos o reconhecimento devido da CBFS. Foi uma falta de respeito e de consideração o que eles fizeram. Então, ter vencido o campeonato mundial nos deixa muito feliz por toda essa dificuldade que enfrentamos”, comemora.
Amandinha, camisa 10 do Barateiro e camisa 13 da seleção, também enfatizou a dificuldade de concretizar a viagem à Costa Rica. A vontade e a união das atletas, segundo ela, ajudaram tanto para a equipe conseguir disputar a competição mesmo sem o auxílio da CBFS quanto para reverter o placar adverso na partida final contra Portugal – o Brasil perdia o jogo por 3×1 e nos cinco minutos finais virou para 4×3.
“Quando um time tem força de vontade não há nada nesse mundo que possa impedir. Por isso conseguimos a vitória. Nós acreditamos até o fim, fomos eficientes na finalização e graças a Deus conseguimos trazer o penta para o Brasil. E quanto ao troféu de Bola de Ouro, eu não esperava, foi muito importante para mim. Mas não seria nada se não tivéssemos conseguido o título”, diz.