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Barbearias de Brusque sofrem para encontrar profissionais qualificados

É recomendável ter experiência e formação em cursos técnicos, algo em falta para muitos interessados em iniciar carreira

O crescimento do mercado de barbearias, se diversificando em estilos e temas, tem sido percebido pelos profissionais da área em Brusque, e muitas pessoas viram nesta alta uma nova oportunidade de carreira. Mas ainda assim, os donos de negócios têm percebido uma falta de mão de obra qualificada.

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O proprietário da Barbearia do Natan, Natan Cucchi, trabalha com mais dois colegas. Ele acredita que o curso de barbeiro não é suficiente para entrar no mercado. É importante estar presente nas barbearias auxiliando os trabalhos e observando, até que se obtenha a experiência necessária. Um portfólio também é recomendável, no Facebook ou no Instagram.

“Um barbeiro qualificado precisa ter visão e sugerir ideias ao cliente, o diálogo é necessário. Além, claro, de procurar sempre os cursos. Muitas vezes eles também acabam fazendo cursos de baixa qualidade e saem menos preparadas ainda para o mercado.”

Até o fechamento desta matéria, a Moreira’s Barbearia estava contratando, mas com muita dificuldade em encontrar o perfil ideal. “Sempre pergunto se a pessoa quer aprender, se quer crescer na profissão. Se eu sentir esta vontade, mesmo que o trabalho não esteja aperfeiçoado, eu acabo chamando”, explica o proprietário, Anderson Moreira.

O barbeiro e empresário deixa claro que há pessoas que se deixam levar pelo crescimento da área, na oportunidade e por um eventual glamour visto na profissão aos olhos de quem está fora da área. Isto se torna um obstáculo na hora da seleção.

“É necessário gostar do que se faz, para não se apegar demais em detalhes como horário. Barbeiro trabalha sábado, por exemplo. Muita gente vê de fora, e a profissão está virando modinha, o mercado tá um pouco poluído na nossa área.Tem que aprender a gostar da profissão primeiro.”

Moreira já ministrou cursos de barbearia para iniciantes e coloca boa parte da culpa nos institutos que oferecem a formação. Ele explica que é necessário estudar o máximo possível e se atualizar sempre, para que a prática esteja sempre aperfeiçoada. Desta forma é possível conquistar novos clientes, inclusive na transição entre gerações, já que tendências e técnicas também costumam mudar em função da idade do cliente.

“Há cursos muito baratos e que são, em português claro, uma porcaria. Os cursos em geral têm formação de quatro meses com uma aula por semana. Se você não levar um amigo seu para cortar, você fica parado, e sai com o certificado da mesma forma. Aí às vezes contratamos alguém que passou por isso e é visível que a pessoa não faz a menor ideia do que está fazendo.”

Fabio Batista, proprietário da Barbearia VIP, também sofre com a falta de barbeiros qualificados. Pessoas sem experiência que pretendam trabalhar no local são aconselhadas a procurarem cursos técnicos para que comecem a carreira. “Normalmente, não há qualificação nenhuma, e não temos tempo para ficar ensinando. O ideal é pelo menos uma experiência de seis meses, além do curso técnico.”

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A Barber Shop tem três unidades em Brusque, com 13 barbeiros no total. A última contratação se deu há três meses. A dificuldade é tamanha que a própria empresa pretende iniciar seu próprio curso a partir de 2019.

“Um dos maiores desafios na contratação de profissionais é a falta de mão de obra qualificada. Até existe uma grande demanda de Barbeiros no mercado, mas poucos tem experiência no dia a dia da barbearia”, explica o gerente, Xande Gonçalves.

Remuneração
A contratação dos barbeiros se dá pela modalidade microempreendedor individual (MEI) na maioria das empresas. Ou seja, os barbeiros funcionam como empresas prestadoras de serviços para a barbearia, com contratos de parceria. A remuneração se dá pela porcentagem do valor de cada corte. Em geral, as barbearias pagam entre 35% e 50% aos profissionais.