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Bares de Brusque apostam na sinuca para atrair clientes

Enquanto alguns já são consolidados, outros também tentam investir no segmento

Criada no século 19 na Grã-Bretanha, a sinuca (também conhecida como bilhar) evoluiu no decorrer dos anos e ganhou espaço em lares e em bares mundo afora. Em Brusque, alguns estabelecimentos que atuam durante a noite também dispõe de mesas do jogo. Apenas dois deles, no entanto, têm a sinuca como carro-chefe para atrair os clientes.

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Há cerca de 30 dias, o proprietário do Brasileirinho, Francisco Cezar dos Santos, acrescentou quatro mesas de sinuca no estabelecimento e, ao mesmo tempo, mudou o nome do local para Brasileirinho Snooker Bar (sinuca, em português).

A ideia de apostar no jogo, segundo Santos, surgiu devido aos gastos que o bar registrava com o buffet servido no almoço.

“Eu gastava muita luz com o buffet e também perdia comida. Fazíamos para 50 pessoas e às vezes vinham só 30. Já a luz, desde que parei com o buffet economizei 50%”, explica.

Alugadas, as quatro mesas já deram resultado. O proprietário diz que não esperava tantos clientes quanto os que começaram a frequentar o Brasileirinho diariamente.

“Achei que ia demorar um pouco para movimentar, principalmente porque é inverno. Mas já deu resultado. E no verão provavelmente deve ser maior”, diz.

Santos afirma ainda que não são as mesas propriamente ditas que dão o lucro, sobretudo porque as fichas custam apenas R$ 1,50. Ele diz que o lucro está relacionado às bebidas e aos lanches que os clientes consomem durante as partidas.

No município há oito anos, o Kaos Music Bar investe na sinuca desde sua inauguração. A tradição no segmento é tanta que o estabelecimento recebe, há cerca de seis anos, as edições dos Jogos Abertos Comunitários de Brusque (Jacobs).

“A ideia da sinuca partiu do meu irmão que morava em outra cidade maior e tinha um bar igual ao que montamos e hoje é sucesso aqui na cidade. Nós sempre inovamos e melhoramos, mas nunca esquecemos e tiramos o foco da sinuca, que está sempre em primeiro plano”, afirma o proprietário do Kaos, Henrique Quindotta Neto.

Para Neto, o que diferencia o Kaos dos outros bares é a manutenção da sinuca. Ele afirma que a maioria dos clientes frequenta o local em decorrência das mesas.

“A maioria dos bares coloca a sinuca, mas quando falta espaço a primeira coisa que fazem é tirar a sinuca. Eu coloco bandas para tocar aqui, mas não mexo nas mesas”, diz.

Comércio de mesas

Assim como os proprietários dos bares, Enéas do Canto, de 43 anos, também lucra com a sinuca. Ele é dono da Bilhares Brusque, fabricante de mesas há 17 anos. Por mês, Canto fabrica em média de duas a três mesas do jogo. O carro-chefe do negócio, no entanto, é o aluguel.

Atualmente, ele está com 50 mesas alugadas para estabelecimentos de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento.

“Eu faço isso desde os 13 anos de idade. Comecei em Criciúma ajudando meus parentes. Depois decidi abrir meu próprio negócio e vim pra Brusque. Teve um tempo que o negócio estava melhor, por causa da crise ficou mais parado. Mas aqui o pessoal gosta bastante de jogar. Hoje em dia muita gente compra pra botar em casa, convidar os amigos, jogar e tomar uma cerveja. É uma boa diversão”, diz.

Hoje, uma mesa de sinuca custa entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil. O aluguel, por outro lado, gira em torno de R$ 100 ao mês.

Karaokê

Os bares brusquenses também apostam em outras atividades – além da sinuca – para atrair os clientes. O Botuva Motor Bar é um exemplo. Há cerca de dois meses, o estabelecimento criou “quartaokê” – a quarta-feira do karaokê.

“A ideia já vinha de tempo, o problema é que a gente estava com dificuldade de fazer um método para conseguir muitas músicas. Aos poucos conseguimos viabilizar e colocamos em funcionamento. Em Brusque não tinha nada na quarta-feira, então agora tem o karaokê no Botuva para o pessoal cantar”, afirma o proprietário do bar, Ivair Pavesi, o Pupy.

Para Pupy, oferecer jogos e outras atividades diferenciadas favorece o bar, em especial, porque as pessoas geralmente gostam de competições e de brincadeiras.

“Às vezes fica meio monótono só ficar sentado bebendo e conversando. Com opções de jogos e outras atividades, as pessoas se agitam mais e se divertem mais”, avalia.