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Base do Bruscão terá escolinha própria

Diretoria não entra em consenso com Santos Dumont e planeja ter escolinha própria

Um time competitivo é avaliado não só pela tradição, mas também em razão da estrutura e formação de base. Se a equipe consegue formar atletas de destaque ‘no quintal de casa’, os custos se tornam menores e aumentam as possibilidades de se fazer caixa em futuras negociações. Além disso, o time principal pode ser suprido mais facilmente. Pensando nisso, a diretoria do Brusque Futebol Clube cogita criar uma escolinha de futebol própria, formando atletas desde os quatro anos até que cheguem a idade adequada, por volta dos 20 anos, para defenderem as cores do Bruscão.

Desde a primeira gestão do presidente Danilo Rezini, a estratégia do clube para formar a base é a atual: Realiza-se uma ‘peneira’ às vésperas do Campeonato Catarinense Juniores e Juvenil e são formadas as duas equipes. Com isso, os jogadores têm pouco tempo para treinarem juntos e se entrosarem. O reflexo é o desempenho ruim e uma base sucateada. O resultado é o que se viu no ano passado, com as duas equipes terminando na penúltima colocação do Estadual. Em 2013, a situação foi ainda pior, com o Marreco na última colocação geral dos juniores da divisão especial, hoje chamada de série B. Ao término do ano, a maioria do plantel é dispensada, e na próxima temporada a seletiva é feita novamente, o que faz com que o trabalho não tenha continuidade.

Mas, segundo André Rezini, membro do conselho do clube, isso deve mudar. No início do ano, ele se reuniu com membros da comissão técnica do Santos Dumont para tentar firmar parceria com a consolidada escolinha de futebol do bairro Santa Terezinha. O mesmo foi realizado com o clube Angelina. Mas agora ele já admite que a ideia mais próxima é de criação de um centro de formação de atletas do próprio Brusque, como acontece em praticamente todos os clubes profissionais. . “Existe uma possibilidade muito grande de criarmos uma escolinha do Brusque mesmo. Seriam atletas 100% nossos”, diz o conselheiro.

Divergência de ideias

A ideia de parceria com o Santos Dumont, que parecia próxima de acontecer, foi aos poucos adormecida. Segundo o técnico e responsável pela escolinha, Andreone Reis, a procura por parte do Brusque foi encerrada. A expectativa era que houvesse um encontro entre diretores do Marreco e da equipe, o que não aconteceu. “Alguns membros aqui queriam, outros não. O mesmo aconteceu no Brusque. Parecia que só o André estava interessado. No fim, a ideia morreu”, diz.

Apesar de planejar a escolinha, Rezini diz que a diretoria não descarta a parceria. No entanto, não haveria exclusividade do clube do Santa Terezinha. “Queremos contar com atletas do Angelina, do Paysandu, do Carlos Renaux… São muitas escolinhas com atletas que podem se destacar e vestir a camisa do Brusque”, comenta.

O conselheiro explica que o fato de não ter procurado o Santos Dumont nas últimas semanas é porque a diretoria tem outras prioridades no momento. “Somos em 12 pessoas, e agora nosso foco é no profissional. Nos próximos dias vamos voltar ao assunto da formação dos atletas, mas um passo de cada vez”, defende.
‘Atletas locais desvalorizados’

Para Reis, falta ao Bruscão valorizar mais os atletas da cidade. O representante do Santos Dumont lembra que a maioria dos jogadores, quando atinge o limite de 17 anos, fica sem condições de evoluir na cidade. Com isso, talentos acabam desperdiçados ou reforçando até mesmo clubes rivais.

É o caso de Marcelo Pinto, zagueiro que há dois anos compõe a base do Metropolitano e, no ano passado, foi incorporado ao time profissional. “Se outros clubes veem os talentos daqui, por que o Brusque não? Eles nunca deram a importância necessária para a base”, critica Reis.

Na bronca com a não formalização da parceria com o clube, ele foi além ao desaprovar a seletiva do Marreco. “Estamos trabalhando desde janeiro com os atletas. Eles fazem uma peneira há menos de um mês da competição. Acompanhei um jogo da seletiva e posso afirmar que temos material melhor”.

Rezini rebate as críticas ao afirmar que, muitas vezes, as pessoas não compreendem como é gerir um clube profissional. “Não somos remunerados. Fazemos isso pela paixão. Não há uma pessoa que cuide exclusivamente destas observações. Não temos a obrigação de saber se o menino do Santos Dumont, do Carlos Renaux ou da Abresc está se destacando”.

Amistoso cancelado

A diretoria do Brusque FC informou que o amistoso com os atletas da categoria de base do Avaí, inicialmente programado para amanhã, na Ressacada, foi cancelado pelo clube da capital. Um novo teste, no entanto, já foi agendado pela equipe brusquense. Na sexta-feira, os atletas da categoria juvenil e juniores, que se prepararam para o Estadual da segunda divisão, enfrentam o Joinville em jogo no norte do estado.