João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Basta clicar!

João José Leal

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João José Leal

“Fica antenado”, era a expressão da geração do rádio e depois, também da TV, para dizer que uma pessoa deveria se inteirar das coisas do seu cotidiano dos fatos da vida econômica e política. Quem estivesse antenado, estaria em dia com os assuntos da moda e em plena sintonia com os fatos do seu tempo presente do passado e estaria mais bem preparado para enfrentar a vida futura.

Agora, nem é preciso dizer nada porque estamos todos conectados, plugados nessa infinita rede de comunicação virtual. Com seus rebentos de maior prestígio, o Facebook e o WhatsApp, a Internet formou uma rede infinita de comunicação virtual entre pessoas amigas ou simplesmente conhecidas.

Nesta terceira década do século 21, somos todos reféns da Internet e do seu filho-gigante da comunicação, o pequeno celular, esse aparelho da magia sem limite, sempre nas nossas mãos ou ao alcance delas. É uma dependência total. Com ele dormimos. Com ele acordamos para ser nosso companheiro inseparável da jornada tranquila ou atribulada por problemas que iremos enfrentar. Não sei o que seria de nós e desta sociedade pós-moderna, se ocorresse uma falha, um bug no sistema mundial da internet, como se imaginou que iria acontecer no final de 1999.

Livros que, durante séculos, com suas páginas impressas, foram importantes fontes de informação e conhecimento, já não lemos ou lemos muito pouco. Em nossas casas, ainda podem ser vistas estantes com coleções de livros, com suas lombadas coloridas, a indicar títulos de romances e de obras sobre os mais diversos assuntos. Mas, a verdade é que já não temos mais tempo para entrar numa livraria, já não nos lembramos de presentear os nossos amigos com um bom livro.

Quando estudante em Floripa, muitas vezes frequentei a biblioteca pública para consultar jornais antigos de Tijucas. Queria conhecer um pouco da história de minha cidade, lendo notícias sobre fatos ocorridos num tempo passado e que só poderiam ser conhecidos nas páginas dos jornais da época.

Muitas vezes também, caminhando pelas ruas da capital, uma parada era obrigatória para visitar livrarias. Se não eram muitas, poucas também não eram. Quase nenhuma delas resistiu ao novo tempo internetiano da comunicação virtual e midiática. Tristemente, seus espaços cederam lugar a farmácias. Aquelas prateleiras, disse-me um amigo, cheias de histórias e informações, antes vendiam conhecimento e cultura. Agora, repletas de remédios, diz a propaganda que vendem saúde.

Hoje, em frente à tela do computador ou com o celular na mão, visitamos bibliotecas, pesquisamos todo e qualquer conhecimento inimaginável. É o saber sem limites, infinito, ao alcance dos nossos olhos e das nossas mãos, vindo das alturas do mundo virtual.

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