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Bebê na ambulância: como os bombeiros de Brusque se preparam para partos emergenciais

Ambulâncias são equipadas com kits específicos para atendimento às gestantes

Diversos desafios marcam o dia a dia dos bombeiros. Muitas vezes, eles são os primeiros a chegar em casos de emergências, por exemplo, quando uma mulher entra em trabalho de parto antes mesmo de ser transportada ao hospital. O número discado é o 193.

Em 2019 foram pelo menos três partos atendidos em viaturas do Auto Socorro de Urgência (ASU). Um no dia 4 de fevereiro, no bairro Azambuja, outro na manhã de 22 de agosto, na Travessa Dom Joaquim, e na manhã de 9 de outubro, no bairro São Pedro.

Além disso, também houve partos realizados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em maio e novembro do ano passado – no segundo caso, inclusive, era a segunda vez que a mãe teve o parto em uma ambulância.

Já neste ano, até agora, também foram dois atendimentos, um em Brusque e outro em Guabiruba. Entretanto, nesses dois casos, os bebês já haviam nascido quando os bombeiros chegaram nos locais, mas foi necessária a adoção dos procedimentos de urgência até a chegada no hospital.

Há sete anos soldado do Corpo de Bombeiros Militar de Brusque, Andreza Amorim Moraes, 34, já realizou três partos durante a carreira. Segundo ela, todo bombeiro militar faz um curso de atendimento pré-hospitalar, no qual tem estudos sobre trabalho com parto emergencial. 

“Os alunos aprendem, na teoria e na prática, sobre esse tema. Depois, os cabos e soldados têm outras preparações, então sempre vamos ter atualizações sobre isso no decorrer da carreira”, explica.

Para ela, realizar um parto é uma sensação diferente, que causa felicidade, pois se trata de uma vida que está vindo. 

“Normalmente trabalhamos com acidentes e emergências graves. Quando a gente trabalha com o nascimento de um bebê, e ocorre tudo bem, é uma alegria para família e uma experiência muito especial”, completa.

Trabalho em equipe e conduta

Andreza ressalta que a maioria dos partos atendidos pela equipe dos bombeiros são normais, quando chegam a nascer na própria residência, dentro do veículo ou de uma viatura. São partos mais rápidos sem muitas complicações.

“Com a experiência, um bombeiro vai auxiliando o outro, então não trabalhamos sozinho. Além disso, temos uma conduta do socorrista para o parto, desde assegurar a privacidade da mãe, a escolha do local apropriado e orientações para mantê-la calma e consciente pela equipe”, diz.

Protocolo e segurança

De acordo com a bombeira, a ambulância ASU (auto socorro de urgência) é equipada para atendimentos hospitalares básicos. Quando é uma ocorrência mais séria, os profissionais podem recorrer a recursos adicionais, como uma equipe do Samu, e até o helicóptero Arcanjo. 

Para isso, Andreza explica que existem protocolos específicos, uma preparação para diversas possibilidades emergenciais. Além disso, a ASU conta com um kit-parto, com materiais estéreis e corretos para esse tipo de situação.

Dos partos realizados por ela, dois foram domiciliares e um ocorreu dentro de um veículo. “São em lugares diferentes, mas usamos os mesmos protocolos, para cada situação tem um pronto, o que deixa a mãe e nós seguros”, continua.

Em casos de imprevistos, como hemorragia ou complicações de parto, sendo de bebês com apresentação diferente da normal, prolapso do cordão umbilical, circular de cordão umbilical, os profissionais possuem protocolo e experiência para agir.