Bênção de São Cristóvão reúne fila quilométrica durante procissão motorizada em Brusque

Celebração da 74ª Festa dos Motoristas encerrou neste domingo

Bênção de São Cristóvão reúne fila quilométrica durante procissão motorizada em Brusque

Celebração da 74ª Festa dos Motoristas encerrou neste domingo

Na manhã deste domingo, 17, diversos motoristas se reuniram no estacionamento da Havan às 8h e partiram em direção à Paróquia Santa Catarina, no bairro Dom Joaquim, em Brusque. O caminhão com a imagem de São Cristóvão, que abria a procissão motorizada, chegou por volta das 9h em frente à Igreja Matriz e deu início à bênção de veículos e motoristas.

O número de participantes da procissão surpreendeu quem passava pelo local. Cerca de uma hora e meia depois que a bênção começou, ainda havia mais de cinco quilômetros de fila na avenida Dom Joaquim, terminando em frente à Escola S, no Jardim Maluche.

Para dar conta da grande quantidade de participantes, padre e dois diáconos se revezaram para abençoar todos que passaram pelo local. Ao lado da imagem de São Cristóvão, posicionada no trevo em frente à igreja, os religiosos oravam por proteção aos motoristas.

Beatriz Coan/O Município

Enquanto a bênção ainda acontecia, do lado de dentro da Igreja Matriz um grande público se reuniu para celebrar a missa em homenagem ao santo protetor dos motoristas e caminhoneiros e padroeiro da Paróquia Santa Catarina. A missa e a procissão motorizada fizeram parte da programação da 74ª Festa dos Motoristas.

Proteção nas estradas

Beatriz Coan/O Município

Para a brusquense Daniela Foster, 33 anos, a bênção de São Cristóvão é um acalento para ela, que é irmã e mulher de motorista de caminhão. Com toda a família reunida, ela passou pelo local em busca de proteção para os motoristas.

Seu marido, Pedro de Souza, 38 anos, trabalha como motorista há 10 anos, mas atua dentro de Brusque e região, o que garante sua presença diária na casa. O casal é pai de dois meninos, Gabriel de 10 anos e Gael de 2 anos, que eram os mais empolgados com a procissão.

“Todo dia o Pedro está em casa, mas meu irmão não. Às vezes ele dá susto também. Querendo ou não, a gente não sabe o dia de amanhã e a gente vê tanta coisa ruim na estrada que acaba preocupando. A fé tem que ser grande, porque o coração é fraco”, conta Daniela.

Já Auzenir Foster, 38 anos, irmão de Daniela, é motorista há cerca de 15 anos e faz rotas mais longas. Seu trajeto principal é para o estado de Mato Grosso, mas alguns estados do Nordeste também fazem parte da sua rotina.

Questionado sobre a bênção, Auzenir contou que sempre que está na cidade faz questão de receber. “É bom, a gente precisa. Antes de sentar atrás do volante eu oro, antes de dormir também. Isso quando a gente dorme e não toca direto. Assim é a vida do caminhoneiro, não pode parar”, afirmou.

Companheiro de viagem

Beatriz Coan/O Município

O curitibano Luiz Fernando Quirino, 54 anos, mora em Brusque há 30 anos, mas também tem a estrada como sua segunda casa. Ao longo das viagens ele tem São Cristóvão e Deus como companheiros. “O santo é meu companheiro de estrada sempre. São Cristóvão e Deus não andam longe de mim”, contou.

Casado com Marineia Scarpa Quirino, 59 anos, o motorista Luiz passou a atuar em rota menor, entre Brusque e Barra Velha, mas já percorreu grandes trajetos pelo Brasil. Em viagens mais longas, Marineia faz questão de ir junto e acompanhar o marido nas estradas para ficar mais tranquila.

Ela também revela que o casal sempre busca pela bênção do santo. “A gente vem sempre. Quando não é de caminhão, a gente vem de carro para ganhar a bênção de São Cristóvão”, disse.

“A fé é o que nos salva”

Beatriz Coan/O Município

O empresário Pedro Paulo Benvenuti, 69 anos, já percorreu muitas estradas do Brasil ao longo dos anos, mas atualmente ele gerencia a própria empresa de transporte. Mesmo longe das rodovias, ela faz questão de comparecer na bênção de São Cristóvão.

Desta vez o brusquense trouxe o caminhão de um dos seus 16 motoristas, que não pode participar, para ser abençoado e garantir a proteção nas estradas. “Esse momento significa bastante pra mim, porque a fé é o que nos salva. Motorista que quer vir eu deixo vir. Eu convido, alguns não querem, mas a bênção só tem a somar”, finalizou.

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