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Benefios Têxtil, que teve falência decretada em 2016, ainda não pagou credores

Dívida da empresa é de mais de R$ 135 milhões

Credores da Benefios Reciclagem Têxtil, empresa de Brusque que decretou falência em 2016, ainda não receberam e não têm previsão de receberem o pagamento, segundo o administrador judicial Gilson Sgrott.

A Benefios e a RS Reciclagem Têxtil, empresas do mesmo grupo, entraram em recuperação judicial em 2014, alegando que estavam em grande crise econômica e que, por isto, não conseguiam cumprir as obrigações. A esperança era de que haveria a possibilidade de continuar as operações.

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sintrafite), que representava os trabalhadores da Benefios, informou que as empresas não estavam cumprindo acordos judiciais firmados na Justiça do Trabalho para pagamento de atrasados e não acreditava na recuperação da empresa e pediu que a falência fosse decretada.

O grupo admitiu a impossibilidade de continuação das atividades e a falência foi decretada dois anos depois.

Sgrott explica que, até o momento, foi autorizado o leilão dos bens móveis da empresa – maquinários, utensílios, móveis de uma forma geral -, mas nem tudo foi vendido. O administrador judicial requereu à juíza que fosse autorizada uma venda direta, na qual o próprio leiloeiro traz propostas.

“Com preços menores, produtos bons vão rápido, mas o restante tem que ter uma redução de preços para serem vendidos”, explica.

No total, a dívida da Benefios é de R$ 135,7 milhões, sendo R$ 115,7 milhões de débitos de antes da recuperação judicial e R$ 19,9 milhões do período correspondente à recuperação judicial e processo de falência.

Os bens imóveis da empresa foram dados como garantia antes da falência e uma discussão judicial está acontecendo para tratar da possibilidade de reverter as garantias, o que ainda não é possível.

“Está sendo cuidado do patrimônio e há a necessidade de aguardar as ações que foram promovidas contra os bancos. O que pode vir a ocorrer é a venda deste patrimônio e o depósito desse dinheiro em juízo, aguardando a decisão final do processo contra os bancos, mas aí depende de um acordo com os bancos para poder vender e depositar o dinheiro, mas por enquanto não há nada”, afirma.