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Brusque vence Marcílio Dias nos pênaltis e garante quinto título da Copa SC

Com segundo título no ano, quadricolor conquista classificações à Copa do Brasil e à Recopa Catarinense

Superando todas as possibilidades que o jogo apresentava, o Brusque conquistou, na tarde deste domingo, 24, seu quinto título da Copa Santa Catarina em um grande clássico contra o Marcílio Dias, vencendo por 4 a 2 nos pênaltis após ter sido derrotado por 1 a 0 no tempo normal. David Batista deu a vitória ao Marinheiro, mas nos pênaltis Zé Carlos defendeu a cobrança de Lito e viu Luiz Renan mandar pra fora, quando os quatro batedores do Marreco marcaram. Foi o segundo título do quadricolor no ano, que rendeu classificações à Copa do Brasil e à Recopa Catarinense.

Anfitrião dominante

O Brusque começou a partida da pior forma possível, e o Marcílio Dias, da melhor. Logo aos dois minutos de jogo, Gilmar fez boa jogada pela esquerda e tocou para David Batista. O artilheiro ganhou de Cleyton na jogada individual, ficou de frente com Zé Carlos e tocou na saída do goleiro, marcando seu oitavo gol nesta Copa SC.

A primeira etapa foi semelhante ao que foi visto nos primeiros 45 minutos da final no Augusto Bauer: Marcílio Dias dominando. Mas, empurrado pelos quase 6 mil torcedores, o time de Itajaí ficou ainda mais forte. Nos primeiros minutos, o Brusque nada pôde fazer, e só chutou a gol de fato em cobranças de falta: Com Thiago Alagoano, aos 31, quando Vitor Prada defendeu sem problemas, e com Zé Mateus, aos 36.

As poucas chegadas ao ataque do Brusque terminavam com escanteios cujas cobranças eram prontamente afastadas pela zaga do Marcílio Dias, que tinha a dupla Maurício e Magrão inspirada.

O Marcílio Dias esteve perto do segundo gol, mas não chegou a desperdiçar chances claras. O principal lance de perigo foi em ótima cobrança de falta de Guilherme Pitty, que explodiu na trave esquerda de Zé Carlos. Aos 42, Anderson Ligeiro recebeu belo passe de David Batista, mas o domínio adiantou a bola o bastante para que Zé Carlos saísse do gol e limpasse a barra brusquense.

Lampejos brusquenses

O Brusque voltou para o segundo tempo sofrendo menos perigo do Marcílio Dias, e finalmente conseguiu ensaiar ataques importantes. Aos 12 minutos, Moisés dominou de fora da área e mandou um tiro, e Vitor Prada voou para fazer defesa espetacular. No  minuto seguinte, foi a vez de Rodolfo Potiguar testar o goleiro, que espalmou bem para escanteio. Outra chance mais clara do Brusque só surgiu aos 44, quando Marco Antônio recebeu pela esquerda e quase sem ângulo encheu o pé para nova defesa do goleiro adversário. Mas neste meio-tempo, o Marcílio acuou o Brusque em diversos ataques.

Tumulto

De acordo com a Polícia Militar de Itajaí, a torcida do Marcílio Dias chegou a tentar invadir o setor da torcida do Brusque pelos corredores. Os policiais utilizaram bombas de efeito moral e spray para evitar o encontro das torcidas. Não foram registrados feridos. No intervalo, torcedores organizados do Marcílio Dias jogaram objetos no setor destinado aos visitantes. A polícia e membros da diretoria do Marinheiro intervieram, e o princípio de confusão foi contido.

Marinheiro absoluto

O Marcílio Dias partiu para cima do Brusque. Conquistando uma vitória que não vinha há seis anos, o Marinheiro fez o jogo da sua vida. Valente, marcou bem a saída de bola e não ampliou o placar por azar. Quando não era o azar, era a competência da zaga bem postada.

Aos 27 minutos, em cobrança de escanteio, Magrão cabeceou perfeitamente. A bola desviou na zaga do Brusque e bateu na trave antes de sair. Zé Carlos jamais teria tido chance. Instantes depois, Anderson Ligeiro adiantou demais no domínio recebendo passe pela esquerda e Cleyton ganhou tempo para chegar rasgando de carrinho.

Aos 30, lance polêmico. Gilmar pegou a sobra do escanteio, encheu o pé e a bola bateu em Ianson, em lance rápido. O Marcílio pediu toque de mão, mas o árbitro Bráulio da Silva Machado não concordou.

O Marcílio chegou bem de novo aos 34, quando Anderson Ligeiro driblou bem Zé Mateus, mas isolou na finalização, na quina da grande área. A partir de então, o Marinheiro cansou, e já não chegava com tanto ímpeto. Muitas vezes errava passes bobos, e o Brusque guerreou para manter a bola longe da entrada de sua área.

O apito final foi dado, e a vitória dos donos da casa foi merecida. Mas faltava decidir o título. Era hora dos pênaltis.

De novo, os pênaltis

Em 22 confrontos entre Brusque e Marcílio Dias na década de 2010, o Marinheiro havia acabado de obter sua primeira vitória, encerrando um jejum de seis anos. Na quarta decisão por pênaltis em menos de um ano, o Brusque precisava repetir o que já havia feito contra Hercílio Luz, na final de 2018; contra Ituano, nas semifinais da Série D; e claro, contra o Manaus, no jogo do título nacional.

Zé Carlos deu o melhor início possível ao Brusque, voando para defender a cobrança à meia-altura do lateral-direito Lito. Thiago Alagoano, que converteu seu pênalti em manaus, marcou em Itajaí. Maurício, para o Marinheiro, marcou com uma bomba. Aírton repetiu o que fez nos pênaltis contra o Manaus: gol.

Era a vez de Luiz Renan. Tirou bem de Zé Carlos, que foi na bola. Mas tirou do gol. A desvantagem do Marcílio Dias dobrou.

Moisés, artilheiro da Copa SC, não tinha como desperdiçar, e balançou as redes. Magrão, campeão da Série D com o Brusque, foi hostilizado pelo torcedor quadricolor, mas converteu a cobrança, com a bola passando por debaixo de Zé Carlos.

Vitor Prada, que fez partida espetacular, tentou se consagrar sendo herói nos pênaltis. Mas Bambam, herói da classificação do Brusque à final, não deixou. Gol e título. O segundo do ano. O quinto da Copa SC. Decepcionando os milhares de torcedores marcilistas e levando à loucura aquelas centenas, que, roucos e enxugando lágrimas em suas camisas quadricolores, encerrando o melhor ano da história do Brusque.

Marcílio Dias 1×0 Brusque (2×4 pên)
Copa Santa Catarina
Final – volta
Domingo, 24 de novembro de 2019
Estádio Dr. Hercílio Luz, Itajaí
Público: 5.748 torcedores
Renda: R$ 143.525,00

Marcílio Dias: Vitor Prada; Lito, Magrão, Maurício, Gilmar; Daniel Pereira, Diego Fumaça, Guilherme Pitty (Nathan Ferreira, 36′-2ºt); Anderson Ligeiro, Luiz Renan, David Batista (Juliano Levak, 39′-2ºt).
Técnico: Paulo Foiani

Brusque: Zé Carlos; Zé Mateus, Ianson, Cleyton, Aírton; Ruan (Gustavo Henrique, 35′-2ºt), Rodolfo Potiguar; Moisés, Tiago Alagoano, Robert (Marco Antônio, 7′-2ºt); Bambam.
Técnico: Jersinho Testoni

Trio de arbitragem: Bráulio da Silva Machado (FIFA – Tubarão), auxiliado por Henrique Neu Ribeiro (Bombinhas) e Alexandre de Medeiros Lodetti (Criciúma).

Gol: David Batista (7′-2ºt)

Cartões amarelos: Paulo Foiani (técnico), Luiz Renan, David Batista, Gilmar; Ruan, Thiago Alagoano, Rodolfo Potiguar.

Cartão vermelho: Marcos Abella (prep. físico – Brusque).