Eliz Haacke
Bicicletada presta homenagem e protesta a morte do ciclista Diego Visinheski
Ato ocorreu na noite desta sexta-feira, em frente à Prefeitura de Brusque e seguiu para avenida Primeiro de Maio
Na noite desta sexta-feira, 13, ocorreu uma uma bicicletada em homenagem e protesto após morte do jovem Diego Visnheski, 17 anos. O ato contou com a presença de diversos amigos, familiares e ciclistas da cidade. O trajeto, que teve início na frente à Prefeitura de Brusque, seguiu até a avenida Primeiro de Maio, onde ocorreu o acidente.
Os organizadores da manifestação pacífica forma o Fórum da Bicicleta de Brusque, Massa Crítica e Brusque Bike. O caminho iniciou em frente ao poder Executivo para protestar contra a retirada dos tachões na avenida onde ocorreu a fatalidade.
Nos rostos dos que estavam presentes, era possível ver que muitos ainda estavam abalados com a perda do jovem.
Segundo Edson Hoffmann, coordenador do Fórum da Bicicleta de Brusque, o ato tem o intuito de lembrar que “uma vida foi ceifada a toa, uma vida inocente que vinha do trabalho e foi colhida no local onde inúmeras vezes foi avisado ao setor público que é um perigo constante”.
Ele diz que já foi encaminhado um pedido ao Ministério Público solicitando a recolocação dos tachões, além de vereadores que também cobraram, segundo ele. “Simplesmente a prefeitura dá de ombro para população. Nós não somos marginais para sermos tratados como bandidos que estão transitando em uma via. Somos pessoas que pagamos nossos impostos, temos os mesmos direitos que carro e moto. Por que essa situação?”, diz.
Para Yuri Goossens, 35, conhecia Diego devido a bicicletada Massa Crítica e foi um dos organizadores do ato. Ele afirmou que o jovem participava dos passeios que ocorrem na última sexta-feira do mês. “Esse ato é para tentar conscientizar as pessoas de que em cima de uma bicicleta tem uma vida, pois a imprudência está muito grande no trânsito de Brusque. Também queremos prestar uma homenagem póstuma para uma pessoa que gostava da bicicleta como nós”.
O ciclista relata que já sofreu incidentes e por pouco não se machucou. A mais recente foi na ponte do Rio Branco, quando levava o filho na garupa da bicicleta ao colégio. “Eu estava indo e o caminhão foi jogando para cima de mim. Minha esposa tava atrás e nós gritamos com ele. As pessoas que estavam no posto de gasolina também gritaram para não dar um acidente”, relata.
Devido a repercussão do caso, Goossens diz que no caminho até a praça percebeu que os motoristas estavam mais respeitosos, dando prioridade aos ciclistas.
Um guabirubense de 30 anos, que não quis se identificar, afirmou que participou do protesto para apoiar a causa. Ele anda de bicicleta há dois anos e usa para se locomover. Ele diz que nunca sofreu um acidente, pois em Guabiruba as pessoas respeitam os ciclistas e a ciclofaixa.
“É complicado, pois corremos o risco de sermos atropelados. A ciclofaixa é boa mas se o motorista não respeitar ele vai passar por cima. Se a pessoa estiver no celular, ela passa reto e atropela do mesmo jeito. É uma questão de consciência e educação”, enfatizou.
Antes de iniciar a bicicletada, foi realizada uma oração para Diego e aberta a palavra para aqueles que gostariam de se despedir do jovem rapaz.
O acidente
O ciclista de 17 anos morreu após acidente na noite de quarta-feira, 11, na avenida Primeiro de Maio. O adolescente morreu após ficar gravemente ferido em uma colisão com uma motocicleta Honda CG, conduzida por Wagner Maciel Nascimento, 18.
Conforme o comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, o motociclista estava ultrapassando numa curva em local proibido, quando ocorreu a colisão com o ciclista, que estava na ciclofaixa. O motociclista seguia no sentido Centro ao bairro e o adolescente fazia o caminho inverso.
Diego era morador do bairro Jardim Maluche, foi socorrido e levado ao hospital, mas morreu pouco depois da meia-noite, nos primeiros minutos desta quinta-feira, 12.