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Bióloga e estagiário do Zoobotânico realizam experimentos e são destaques nacionais

A equipe do parque conseguiu melhorar a qualidade de vida da Jacu e foram destaques em congresso nacional

Quando está ao ar livre, a Jacuguaçu, mais conhecida como Jacu, é competitiva. A ave está constantemente em busca de comida e para isso disputa com outros animais. A vida na mata é ativa e exige preparo, no entanto, quando em cativeiro os animais recebem tudo pronto e são privados desta competição. A retirada do habitat tem reflexos na vida do bicho, e conseguir reproduzir ao máximo a vida na selva é um desafio de biólogos. O parque Zoobotânico de Brusque realizou uma experiência de enriquecimento ambiental bem-sucedida no ano passado que conseguiu melhorar a qualidade de vida da Jacu.

O trabalho científico foi desenvolvido por Diego de Souza, estagiário do Zoo e acadêmico do último semestre de Ciências Biológicas da Univali, orientado pela bióloga do parque, Ana Kelly Pitilovancic. Por três semanas, eles observaram o comportamento do Jacu e catalogaram para então apresentar os resultados cientificamente comprovados. O experimento foi bem-sucedido e, inclusive, foi um dos escolhidos para ser apresentado no 39º Congresso da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil, em Foz do Iguaçu (PR), afirma o estudante.

O trabalho “Análise comportamental da ave penelope obscura, realizado antes, durante e após o enriquecimento ambiental no parque Ecológico e Zoobotânico de Brusque” foi uma ideia em conjunto da equipe do parque com Souza, diz o acadêmico. A pesquisa não tem relação com a faculdade, ela foi a forma encontrada pela administração de mostrar o que é desenvolvido no Zoo, segundo o estagiário.

O animal escolhido foi a ave Jacu, porque esta é a área com a qual Souza tem mais afinidade. “O Jacu é uma ave que tem na nossa região e ela tem uma importância ecológica muito grande no ambiente natural dela”, afirma.

“O objetivo do enriquecimento ambiental é procurar elevar o bem-estar animal de espécies em cativeiro”, explica Souza. Ele diz que como eles estão presos e recebem tudo “de mão beijada”, acabam ficando muito parados e desenvolvem hábitos não-naturais. Com a técnica empregada, os instintos selvagens são aguçados. A bióloga Ana afirma que o enriquecimento ambiental há um ganho não só na alimentação do animal, mas também na parte física – porque ele se torna mais ativo – e comportamental – porque ele fica menos estressado. Por três semanas, ele e Ana registraram o comportamento da ave.

Uma semana antes de iniciar o enriquecimento, eles começaram a observar a ave. Nos sete dias seguintes, eles mudaram a forma de alimentar o bicho e observaram por uma hora e meia todos os dias. Na semana seguinte a observação continuou, para ver se os costumes mais saudáveis perduravam.

Antes

De acordo com o trabalho de Diego de Souza, na primeira fase da pesquisa foram observados alguns sinais anormais. “Na primeira fase foi possível observar movimento repetitivo da cabeça de um lado para outro rapidamente, considerado comportamento anormal. Também nessa fase a ave passou maior parte do tempo em manutenção de penas, parada ativa, e com pouco movimento em cima dos poleiros”, diz um trecho.
Durante

Na segunda fase, Ana e Souza começaram a intervenção. O enriquecimento ambiental foi feito com flores de hibisco, ipê roxo, sementes de girassol, farelo de milho disperso pelo recinto e bolo de areia com minhocas para ciscar. Assim como na natureza o Jacu não ganha comida em bandeja, isto foi reproduzido com as flores e sementes. “Jogamos no chão para a ave forragear, ciscar. Também dispersamos algumas flores que eles gostam. Tentamos criar um ambiente mais natural para eles terem que ir atrás de comida e ter que fazer atividade dentro do recinto”, diz Souza.
Depois

“Após, continuamos a observar para saber se os hábitos continuariam e avaliar os resultados. Para saber se ele continuou a procurar comida e se haviam diminuídos os comportamentos que tínhamos observados antes. E variaram alguns dos comportamentos”, diz Souza. Ele afirma que o Jacu ficou mais ativo após a semana de estímulo, o que resultou em mais bem-estar.
Continuidade

Quando terminaram o trabalho, explica a bióloga do parque, as inscrições para o 39º Congresso da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil estavam abertas, então resolveram se inscrever. Souza diz que houve repercussão positiva entre os participantes do congresso. “Conversamos com as pessoas do congresso, ganhamos mais experiência. Eles disseram para a gente continuar com o experimento”, afirma.

Ana diz que o parque já faz enriquecimento alimentar com algumas espécies, mas em menor escala. Esta foi a primeira vez que um animal do Zoobotânico recebeu atenção especial desta forma. “A intenção fazer sempre este enriquecimento e publicar, assim como aconteceu com este Jacu”.

A bióloga explica que o parque está em processo de implantação de enriquecimento alimentar também para outras espécies, uma recomendação da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil. “A gente quer fazer com outros animais e publicar, porque é importante para outros parques e estudantes, porque serve de referência para ver o que acontece com os animais”, diz Ana.

Pesquisas com outras espécies

Quando terminaram o trabalho, explica a bióloga do parque, as inscrições para o 39º Congresso da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil estavam abertas, então resolveram se inscrever. Souza diz que houve repercussão positiva entre os participantes do congresso. “Conversamos com as pessoas do congresso, ganhamos mais experiência. Eles disseram para a gente continuar com o experimento”, afirma.

Ana diz que o parque já faz enriquecimento alimentar com algumas espécies, mas em menor escala. Esta foi a primeira vez que um animal do Zoobotânico recebeu atenção especial desta forma. “A intenção é fazer sempre este enriquecimento e publicar, assim como aconteceu com este Jacu”.

A bióloga explica que o parque está em processo de implantação e enriquecimento alimentar também para outras espécies, uma recomendação da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil. “A gente quer fazer com outros animais e publicar, porque é importante para outros parques e estudantes, porque serve de referência para ver o que acontece com os animais”, diz Ana.