Bóca Cunha e Jonas Paegle falam sobre problemas na Secretaria de Obras de Brusque
Pasta sofre com maquinário quebrado e não tem dinheiro para investimento
A situação precária da Secretaria de Obras foi assunto de entrevista coletiva de imprensa do prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, ao lado do prefeito eleito Jonas Paegle na manhã desta quinta-feira, 3. Os dois falaram sobre várias questões relacionadas à transição de governo e sobre a manutenção de ruas no município.
A Secretaria de Obras conta, atualmente, com mais de 90 equipamentos, no entanto, boa parte deles está parada para manutenção. Dos 19 caminhões basculantes da pasta, apenas seis estão operando. E um somente dos sete caminhões carroceria usados para o transporte de pessoal está na oficina.
A situação é mais grave com as carregadeiras. Das sete pertencentes à pasta, somente uma está em funcionamento. E só uma das nove retroescavadeiras está operando. A motoniveladora, o rolo compactador e o hidrojato estão parados no pátio da prefeitura para a manutenção.
O cenário de dificuldade é causado pela falta de recursos para a secretaria. Em comunicado à imprensa, a Prefeitura de Brusque ressalta que no segundo semestre é pago o 13º salário dos servidores. E também entrará em vigor o reajuste salarial de 5,36% para os funcionários públicos.
O prefeito Bóca Cunha comentou sobre a situação da Secretaria de Obras durante a entrevista, que teve como tema central justamente o cenário da pasta. “Hoje, mais de 60% dos municípios de Santa Catarina não fecharão as contas”, disse.
Segundo o prefeito, o maquinário está da mesma forma de quando ele assumiu a prefeitura, em junho deste ano. Bóca Cunha também evitou falar em renovação da frota da secretaria. Sabe-se que alguns equipamentos são velhos ou já não têm mais conserto.
O prefeito afirmou que não irá fazer gastos ou assinar ordens de despesas sendo que deixará o gabinete em dois meses. Bóca Cunha, ao lado de Paegle, disse que não deixará contas para o seu sucessor pagar.
Ajuste de gastos
A Prefeitura de Brusque tomou uma série de medidas administrativas para reduzir os custos e, assim, tentar fechar as contas conforme manda a lei no fim do ano. O horário de atendimento ao público, por exemplo, foi reduzido a seis horas.
A Secretaria de Obras também foi afetada por este contingenciamento de despesas. “Por conta das medidas de ajuste para o fechamento de contas, a secretaria lida com uma situação atual delicada. No entanto, estamos destinando nosso maquinário e mão de obra em ações preventivas na cidade, principalmente para esse período de maior instabilidade climática”, afirmou Marcelo Pavan, secretário de Obras.
Continuidade
Bóca Cunha disse que não pretende dar início a nenhuma obra de maior volume na cidade até o fim de seu mandado, em 31 de dezembro. “Nos preocupamos muito em ser responsáveis, não vou assinar ordem de serviço para o Doutor Jonas pagar”, afirmou à imprensa, no salão nobre da prefeitura.
Segundo o prefeito, obras como a do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) necessitam de contrapartida da prefeitura, e hoje falta dinheiro para isso.
Entretanto, questionado sobre a reclamação da população sobre a situação das vias, ele disse que a Secretaria de Obras continua a trabalhar e tem um cronograma de manutenção das ruas. O prefeito ressaltou que houve dez dias de chuva na cidade e que isso também atrapalhou, mas o trabalho será retomado.