Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

Bola de cristal eleitoral do Jorge Bornhausen falha nestas eleições

Raul Sartori

Jornalista graduado em Ciências Sociais, atua na imprensa catarinense há cerca de 40 anos - [email protected]

Bola de cristal eleitoral do Jorge Bornhausen falha nestas eleições

Raul Sartori

Bola quebrada
Houve tempos –  aqueles em que ainda não existiam ibopes e datafolhas – , em que o cacique político catarinense Jorge Konder Bornhausen sabia dizer, às vésperas de qualquer eleição estadual ou federal, quem seriam os eleitos. Acertava quase sempre. Mas a bola de cristal quebrou com o terremoto eleitoral de domingo passado. Em votos abertos, o “Kaiser” apostava em Geraldo Alckmin para presidente, Mauro Mariani para governador, Raimundo Colombo e Paulo Bauer para o Senado, em Murilo Flores para deputado federal e Júlio Garcia para deputado estadual. Só acertou um: Júlio Garcia.

Bolsonarismo
A Folha de S. Paulo publicou extensa reportagem, ontem, destacando a estrondosa vitória de Jair Bolsonaro no domingo, com mais de 65,8% dos votos válidos em SC. Em Joinville atingiu 72%. O jornal identificou que o motivo de tanto apoio deve-se a desejos de mudança, menos impostos, menos corrupção, mão firme contra a criminalidade e até valores familiares e de patriotismo. De forma jocosa, alguns analistas políticos, incluindo os do próprio jornal paulistano, classificam tal comportamento como de gente “conservadora”, como se fosse um demérito, algo que faça mal.

Privatização
Dentre os temas que devem ser o destaque neste curto segundo turno da campanha eleitoral em SC está a proposta de privatização de setores estratégicos, como o energético, por exemplo. Os dois candidatos têm posições antagônicas. Enquanto o Comandante Moisés (PSL) defende que a possibilidade de privatização da Celesc é um dos temas que devem ser debatidos em um eventual governo seu, Gelson Merisio (PSD) garante que sua gestão descarta complemente abrir mão da empresa de energia catarinense.

Inconstitucionalidade
O Supremo Tribunal Federal julgou procedente pedido de inconstitucionalidade feito pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) que questionava a lei 13.348/2005, de SC, que estabeleceu isenção de pagamento de estacionamento em shopping centers, supermercados e agências bancárias para usuários que permanecessem nesses lugares por período igual ou inferior a uma hora e meia. A CNC convenceu os ministros que a norma viola o direito de propriedade e restringe a liberdade de seu uso em ambiente de desenvolvimento de atividade econômica. Sem contar que é uma ingerência do Estado e violação à livre iniciativa. Coisa de deputado malandro e oportunista, fazendo política e demagogia às custas do bolso alheio.

Sentimentos cívicos 
Ninguém escreveu o que um leitor de Florianópolis pediu, muito pertinentemente, para que se publicasse aqui. Diz que viu dezenas de manifestações de rua na campanha eleitoral para presidente neste ano. Nas pró-Haddad não se via nenhuma bandeira do Brasil e sim as vermelhas do PT, imagens de Lula e de suas centrais sindicais. Na lado oposto os bolsonaristas conseguiram despertar o civismo um tanto adormecido ao valorizar a presença da bandeira nacional e incentivar que os simpatizantes vestissem verde ou amarelo. Isso deu à grande maioria a sensação de pertencimento ao país em que vivem e amam. É verdade.

Patentes na política
Além de terem garantido ao ex-desconhecido Comandante Moisés presença no segundo turno das eleições para governador, os catarinenses elegeram outros três militares do partido de Jair Bolsonaro: um para deputado federal – Coronel Armando – e dois para a Assembleia Legislativa – Coronel Mocellin e Sargento Lima. No resto do país pelo menos 70 dos 961 candidatos militares que disputaram as eleições domingo conseguiram ser eleitos.

Sem privilégios
Único deputado federal eleito pelo Partido Novo em SC, Gilson Marques se reunirá com filiados, eleitores e entidades empresariais dia 22, em Blumenau. Vai apresentar suas propostas de ação, que são ousadas e inovadoras. Quer reduzir verba de seu gabinete e assessores pela metade, e lutar para banir os infames auxílio paletó, moradia, alimentação e carro oficial. Quer servir de exemplo e assim exigir que os demais façam o mesmo. Que tenha boa sorte.

Cais
A Superintendência do Porto de Itajaí (SPI) integrou  uma auditoria operacional do Tribunal de Contas da União que chegou a uma conclusão desoladora: as fragilidades na regulação de serviços portuários pelo setor público permitem a prática de preços abusivos no segmento de contêineres. Identificou-se múltiplas ineficiências que aumentam o tempo e o custo do trâmite da carga para os usuários, importadores e exportadores. Para piorar, vários órgãos públicos que participam do processo não raro concordam e discordam entre si.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo