João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Bolsa Lula

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Bolsa Lula

João José Leal

Custei a acreditar. Mas, está nas redes sociais e nos jornais. A bilionária herdeira de um banqueiro suiço, Roberta Luchsinger, está com pena da pobreza de Lula da Silva, depois do bloqueio de quase 10 milhões de reais, nas contas do ex-presidente. Chamou a imprensa para dizer que vai ajudá-lo, com uma espécie de Bolsa Lula. A rica benfeitora se diz da esquerda, é filiada ao PC do B e está pensando em ser candidata a deputada federal,em Minas Gerais, onde mora.

Roberta já pediu uma reunião com Lula. Quer entregar-lhe, pessoalmente, um cheque de 91 mil reais, valor da mesada mensal que recebia do avô-banqueiro, falecido no mês passado. Como se vê, é mais uma esquerdista que vive sem trabalhar, usufruindo do capital alheio. Seu avô trabalhou, acumulou riqueza e ela se beneficia, aqui no Brasil, dos prazeres da vida burguesa. Por diletantismo, quer se aventurar no mundo da política.

Acompanhando a moda dos últimos tempos da política brasileira, o cheque será entregue com uma valiosa mala Rimowa, recheada com relógio Rolex, de 100 mil; anel de diamantes de 145 mil; sandália de 3 mil; vestido da Gabbana de 30 mil; bolsa Chanel de 32 mil; bandeja de prata, jóias e outros objetos de estimação. Roberta acha que esses objetos poderão ser leiloados e render um milhão de reais. Não vai ser fácil. Lula e sua companheira Dilma quebraram o país e a crise econômica é grande.

Ninguém desconhece que Lula já está com o pé na estrada, repetindo sua ladainha de perseguido pelas elites e injustiçado pelo juiz Sérgio Moro. Assim, qualquer ajuda financeira é bem vinda, já que dinheiro desviado da Petrobrás e de outras empresas públicas, não chegam mais aos cofres do PT, pelas mãos de grandes empreiteiros.

Lula está num dilema. Se rejeitar a oferta, fica desfalcado financeiramente para continuar sua campanha presidencial. Se aceitá-la, perde o falacioso discurso de perseguido das elites brasileiras. Além do mais, se aprovada a lei de financiamento público da próxima campanha eleitoral, uma formal candidatura de Lula poderá ser facilmente impugnada, por ter sido financiada com recurso privado, ironicamente, de um banco suiço. Uma decisão judicial, no entanto, proibiu a jovem milionária de fazer a doação a Lula, até que pague uma dívida judicial para a empresa que decorou seu apartamento. Como se vê, não trabalha, é rica e não gosta de pagar suas dívidas.

Roberta reconhece que “virou moda chamar Lula de Ladrão”. Porém, acredita que ele “foi bom para os pobres e também para os ricos”. Quanto aos grandes banqueiros e empreiteiros, estes não podem reclamar dos governos petistas. Se Lula voltar à presidência, Roberta poderá ser presidente do Banco Central. Então, a tragédia será maior.

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