Bombeiros de Brusque realizam sonho de menino com paralisia cerebral
Professora de Rodrigo Guilherme Mota, de 10 anos, ajudou a tornar realidade o desejo do pequeno
Professora de Rodrigo Guilherme Mota, de 10 anos, ajudou a tornar realidade o desejo do pequeno
O presente de Natal do pequeno Rodrigo Guilherme Santos Mota, de 10 anos, veio antecipado neste ano. O menino, que desde antes do primeiro ano de idade tem paralisia cerebral, sonhava em conhecer o Corpo de Bombeiros. Com a ajuda da professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), Charlene Lançoni Soares, o aluno do 5º ano da Escola de Ensino Fundamental Prefeito Alexandre Merico, no bairro Limeira, realizou o desejo na terça-feira, 22.
A coordenadora pedagógica Eva Aparecida Fernandes Araújo conta que a professora lançou um desafio a Rodrigo durante o ano: se ele se esforçasse na alfabetização, os bombeiros fariam uma visita a ele na escola. “Ela foi incentivando, dizendo que ele teria que conseguir se comunicar melhor para poder realizar o sonho”.
Gui, como é chamado na escola, sofreu uma queda da cama aos nove meses de idade, em maio de 2008, e perdeu os movimentos dos braços, mãos e pernas. Para se comunicar, o menino apenas direciona o olhar e, com dificuldade, diz algumas palavras. Após lançado o desafio ao aluno, ele passou a se interessar pelas atividades e se esforçar para começar a ler e a escrever.
Com o auxílio de um alfabeto móvel e um capacete de ponteira, o menino começou a escrever algumas palavras ditadas pelas professoras, ao direcionar o olhar para a letra correspondente. Ao perceber o esforço do aluno, em outubro, a professora e Gui escreveram uma carta para a corporação de Brusque, pedindo uma visita dos bombeiros na escola.
O tão esperado dia aconteceu: na tarde de terça-feira, quando o caminhão-tanque dos bombeiros chegou ao local com a sirene ligada, foi pura emoção. “Foi lindo, muito emocionante. Ele começou a se tremer todo e não continha a alegria”, conta Eva.
A avó Tereza Maria de Lima, de 55 anos, que cria o menino, diz que ele sempre demonstrou interesse pelos bombeiros e apontava para as cores vermelhas, extintores, caminhões, até que foi compreendido pelas professoras. “Fiquei muito feliz por ele. Os bombeiros me ligaram antes para pedirem autorização para fazerem a surpresa e me convidaram para ir até a escola também”.
Durante a visita, o aluno foi presenteado com uma camiseta dos bombeiros, personalizada com seu nome. Além disso, ele teve a oportunidade de dar uma volta no caminhão da corporação. “Ele ficou muito alegre, sorria o tempo todo. Ele vestiu a camisa assim que ganhou e hoje (ontem) pela manhã, ao ir para a Apae, queria vestir de novo, então deixei. Mas depois para ir à escola, queria colocar de novo”, conta a avó.
Amor pela escola
Segundo a avó Tereza, o neto adora ir à escola e, nos dias em que não pode ir por algum motivo, chora bastante. “Tem vezes que eu tenho que levar ele mesmo assim, porque ele não para de chorar”, diz.
Ela ressalta que depois que começou a frequentar a escola e a Apae, o menino melhorou bastante. Antes, ele não conseguia dominar o pescoço e ficava sempre com a cabeça para baixo. Hoje já tem controle e consegue movimentar conforme sua vontade. Além disso, ele costumava salivar muito, problema que foi amenizado.
Rodrigo Guilherme já passou por três cirurgias depois que sofreu o acidente e, neste domingo, 27, irá para Florianópolis, onde fará uma nova cirurgia, pois o organismo rejeitou a platina e os pinos colocados na perna, na última operação. “Esse ano provavelmente ele não volta mais para casa, pois tem que ficar internado para recuperação. Graças a Deus, vai fazer esse procedimento realizado, pois aconteceu o que ele mais queria: conhecer os bombeiros”, conta a avó, emocionada.