boneca de pano
Cabelos coloridos, sorriso na face, laços e fitas pelo corpo. Pernas longas de corda, braços torcidos, pés de nó, coração de almofada. Alfinetes não rasgam, eles fincam na carne.
Os livros matam!
O escritor sombrio sentado a sua escrivaninha torce suas vértebras editando sua revista. O gato passa em frente à estante de livros e suicida-se pulando pela janela do apartamento. A rainha do crime na morte no Nilo. Na praia, o casal sombrio se afasta. Ela ainda atravessa seu rio de duas margens.
Toda trouxa de pano se desfaz.
recorte do livro Boa noite ao tempo
Méroli Habitzreuter – escritora e ativista cultural
arte: Silvia Teske