Braço direito do prefeito, Molina questiona como Mesa da Câmara vai nomear cargos após exonerações: “discurso fajuto”
Diretor-presidente do Samae minimiza discurso de grupo de André Vechi e diz que "regra é a mesma"
O diretor-presidente do Samae de Brusque, William Molina, que é braço direito do prefeito Ari Vequi (MDB), opinou sobre a postura do grupo que elegeu o vereador André Vechi (DC) como presidente da Câmara. Ele chamou o discurso do grupo de “fajuto”, se referindo às exonerações de indicações de aliados do governo de seus cargos na Câmara, e explicou os motivos.
André assinou na terça-feira, 3, as portarias de exoneração de indicações de Jones Bosio (sem partido), Jean Pirola (PP) e André Rezini (Republicanos), aliados do governo. A Mesa Diretora pretende fazer uma reforma administrativa dos cargos comissionados de indicação da presidência do Legislativo.
“O que o pessoal da Câmara está dizendo, que vai exonerar ‘fulano e beltrano porque têm ligação com sicrano’, ao meu ver é uma questão de analisar se as pessoas que estão trabalhando têm competência ou não para ocupar os cargos, independente da indicação”, opina Molina.
“Vão fazer concurso público?”
Uma das portarias assinadas foi a que exonera Fabiana Dalcastagné, diretora de setores Jurídicos e Legislativo. Molina elogiou a atuação de Fabiana e a classificou como uma pessoa “extremamente competente na área jurídica”.
“Por exemplo, eles [grupo de André] vão tirar a Fabiana e, quando tirar, vão fazer concurso público para substituí-la? Eles vão fazer uma análise técnica? Pergunta quem vai ocupar esses cargos. Vão simplesmente trocar quem era indicado de outros partidos por indicações próprias”.
Molina afirma que “se passam de bonzinho” e que o grupo vai exonerar indicados do governo sem analisar competência. O diretor-presidente do Samae opinou sobre o discurso ainda como “um absurdo” e ressalta que agora a Mesa vai indicar pessoas do grupo deles.
“Eles vão tirar a Daniela [Bosio, assessora da presidência da Câmara], esposa do Jones Bosio, que eles tanto falam mal desse rapaz, que dizem que é um criminoso, que dizem isso e aquilo. Até hoje não foi provado, tanto é que ele não está preso e nem nada”, comenta.
O diretor-presidente do Samae afirma que entende as exonerações que irão ocorrer, tendo em vista que o grupo que está na Mesa Diretora não é o mesmo do governo. No entanto, questiona quem serão os novos indicados e de qual forma isso será feito.
“Quem eles vão indicar? São pessoas da confiança deles, indicadas da mesma forma, ou seja, a regra é a mesma. Tudo bem exonerar. Na época, quem indicou foi o Simas e, agora, quem vai indicar é o André Vechi e seus aliados. Está errado? Não, porque eles precisam de pessoas que possam confiar, agora o que está errado é o discurso fajuto de dizer que estão exonerando ‘pessoas indicadas por X, Y ou Z’”.
Por fim, Molina diz que pode reconsiderar a opinião caso a Mesa Diretora realize um concurso público ou processo seletivo para nomear os cargos comissionados que substituirão as exonerações dos aliados do governo. Além disso, afirma que, caso isso aconteça, irá se retratar publicamente da fala.
A reportagem de O Município entrou em contato com André Vechi sobre os comentários de Molina. O presidente da Câmara preferiu não se manifestar.
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