Brasil: muito além do Covid
*por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias (Fiesc) Provocada pelo vírus Covid-19, o mundo passa por uma pandemia cujo enfrentamento, do ponto de vista de saúde pública, é um grande desafio. O efeito colateral será uma crise nos moldes da grande depressão, dos anos 1930, conforme já previsto por instituições como o […]
*por Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias (Fiesc)
Provocada pelo vírus Covid-19, o mundo passa por uma pandemia cujo enfrentamento, do ponto de vista de saúde pública, é um grande desafio. O efeito colateral será uma crise nos moldes da grande depressão, dos anos 1930, conforme já previsto por instituições como o Fundo Monetário Internacional.
Dados do Observatório Fiesc divulgados nesta semana trazem uma fotografia dramática para Santa Catarina, confirmando o que empresários e trabalhadores já sentem na pele: fechamento de postos de trabalho e queda drástica da produção.
Ao mesmo tempo em que enfrentamos o Covid-19 e salvamos vidas, é necessário tomar, agora, medidas para que possamos sair antes e melhor deste cenário grave.
É hora de enfrentar outros vírus agressivos que debilitam a saúde do Brasil: a burocracia, o peso dos impostos, a obesidade de um estado ausente, a falta de infraestrutura e um pacto federativo que centraliza os recursos em Brasília.
Há, ainda, outros vírus que precisamos vencer, como a dependência econômica da China. Ela é fruto de nossa falta de competitividade, que levou o País a abrir mão de grande parte de sua manufatura, transferindo ao exterior a produção de itens de valor agregado e conformando-se com a condição de exportador de produtos primários. Nos tornamos reféns da nossa falta de política industrial.
É hora de buscar os antídotos para essa grande quantidade de vírus. Ao enfraquecer a nossa economia, eles prejudicam a realidade de todos os brasileiros, que têm menos saúde, menos segurança, menos educação e, principalmente, menos trabalho, que é um dos princípios fundamentais da cidadania.
Ainda durante a guerra contra o coronavírus, que é o nosso objetivo imediato e principal, precisamos, também, avançar no tratamento dessas outras enfermidades que derrubam nossa competitividade.
Este é o momento adequado para avaliarmos as decisões que tomamos e construirmos um país que vislumbre um futuro promissor para as novas gerações. É responsabilidade de cada cidadão lutar por isso.