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Briga pela presidência da Câmara evidencia que acordos se desfazem facilmente na política

A disputa pela presidência da Câmara de Vereadores gerou um momento raro de atrito entre os vereadores, que passaram praticamente os dois primeiros anos inteiros do mandato em clima de mais absoluta cordialidade. A questão expôs, além das divergências pessoais existentes entre alguns parlamentares, também um problema antigo da classe política: a falta de compromisso […]

A disputa pela presidência da Câmara de Vereadores gerou um momento raro de atrito entre os vereadores, que passaram praticamente os dois primeiros anos inteiros do mandato em clima de mais absoluta cordialidade.

A questão expôs, além das divergências pessoais existentes entre alguns parlamentares, também um problema antigo da classe política: a falta de compromisso e manutenção da palavra.

Ocorre que o acordo para revezamento na presidência, independente das circunstâncias, foi anunciado em alto e bom tom antes mesmo do início do mandato, mas agora, modificados os contextos de governo e oposição, a palavra dada vem em segundo plano.

Esta situação é muito parecida com o que ocorreu durante o mandato do ex-prefeito Paulo Eccel (PT), em que também havia um acordo para revezamento na presidência, na qual o governo indicaria o presidente para a segunda metade do mandato.

Como houve uma debandada de vereadores da base aliada de Eccel, quem acabou emplacando o presidente da Câmara foi a oposição, com o nome de Roberto Prudêncio Neto (PSD), o qual posteriormente viria a assumir a cadeira de prefeito, após a cassação do mandato de Eccel pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O que parece, à primeira vista, é que o governo não tem votos para emplacar um presidente da Câmara. Aliás, está difícil até conseguir nomes, visto que parte dos vereadores da base é suplente e, em tal condição, não pode concorrer a um cargo na mesa-diretora.

Em que pese tenha cooptado parte dos partidos antes de oposição com oferta de cargos, há uma base, repita-se, aparentemente, um pouco maior de parlamentares inclinados a votar em Paulo Sestrem (PRP), candidato da oposição.