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Brusque ganha cada vez mais adeptos do cosplay

Conheça histórias de pessoas apaixonadas por interpretarem personagens de animes, filmes e jogos

Ainda pouco conhecido em Brusque, o cosplay – quando os praticantes (cosplayers) se vestem com fantasias e interpretam personagens, ganhou mais visibilidade no município após a realização do Festival Bruscomix.

O evento aconteceu no mês passado durante a 9ª edição da Feira do Livro e trouxe ao município um pouco mais da cultura nerd, difundida com intensidade no Japão desde o fim da década de 1930.

O professor de Artes Jonathan Schiestl, idealizador do Bruscomix, diz que apesar de ser um universo já conhecido, muitos pessoas desconhecem os eventos de cosplay que existem na região, como o Hanamachi de Joinville e o AniVenture, de Itajaí.

“Acredito que o festival trouxe visibilidade sobre o que é o cosplay, este universo mágico que permite entrar no mundo que você assiste os seus personagens preferidos, e te dá a liberdade de ser o próprio personagem”, diz.

Segundo o professor, ser cosplay é “brincar de um personagem”, poder criar e interagir. Schiestl afirma que já se pensa numa próxima edição do Bruscomix, que deverá acontecer no primeiro semestre de 2018.

Conheça a história de alguns cosplayers:

Francieli Mello

A paixão de Francieli Mello por cosplay foi motivada por ela sempre gostar de jogos e animes, como são chamados os desenhos animados japoneses. Em 2015, a técnica em mecânica de 18 anos, moradora do Limoeiro, participou do primeiro evento do segmento em Itajaí – o AniVenture, quando usou a fantasia da Misty, de Pokémon.

“Lá vi vários cosplays muito bem elaborados e esse interesse foi só crescendo”, diz Francieli, que ressalta que considera a cultura muito interessante. “Você não apenas se veste como o personagem, mas o interpreta e isso é bem importante. Nos eventos é tudo muito descontraído. É uma emoção enorme se caracterizar de personagens que você realmente gosta”.

Além da Misty do Pokémon, a jovem fez cosplay da Harley Quinn (famosa Arlequina) do filme Esquadrão Suicida e da Syndra do jogo League of Legends. As fantasias foram feitas sob medida com ajuda de duas costureiras. Ela ainda pretende fazer cosplay de outros dois personagens do jogo, ainda neste ano: Ahri Cinematic e a Lux Guardiã Estelar.

No entanto, Franciele é ainda mais audaciosa e pretende, nos próximos meses, junto com uma amiga, montar uma “lojinha cosplay” para vender roupas. “É um desejo e vamos trabalhar para isso”.

Francieli Melo e seu cosplay de Harley Quinn, a famosa Arlequina/ PS Photoart/Divulgação

Paulo Henrique Chaves

Paulo Henrique Chaves, 27 anos, morador do Santa Rita, tem duas grandes paixões: fotografar e fazer cosplay. Há dois anos, após realizar um ensaio fotográfico de personagens no AniVenture, em Itajaí, “entrou de cabeça neste mundo”.

Ele, que é sócio do estúdio fotográfico PS Photoart, conta que sempre gostou de ver os filmes do Homem-Aranha e dos personagens da Marvel (estúdio com vários personagens, pertencente à Walt Disney Company), e que após participar do AniVenture percebeu o quanto o universo cosplay ensina às pessoas.

“Um amigo me convidou para ir ao evento com o objetivo de fotografar a cultura deste mundo nerd, mas gostei tanto, e hoje faço cosplay por hobby”, afirma Chaves.

Entre os personagens que interpreta, está os dos jogos League of Legends e também do Kakashi Hatake, do anime Naruto. Este último, inclusive, interpretado no concurso Bruscomix, que aconteceu no fim de setembro durante a Feira do Livro.

“O cosplay ainda é pouco divulgado em Brusque e querendo ou não ensina muitas coisas. Quando pequenos, vemos mais o desenho por diversão, mas ao crescer percebemos que aprendemos sobre amizade, a não desistir e a buscar nossos sonhos”.

Paulo Henrique Chaves faz cosplay de Kakashi Hatake, do anime Naruto / PS Photoart/ Divulgação

Caroline Batistel

“É preciso entender e entrar no personagem. É um universo artístico”. Assim que Caroline Batistel, 19 anos, brusquense que atualmente mora em Blumenau, fala sobre o que o cosplay representa para sua vida.

Na época do terceirão, há dois anos, ela começou a se vestir de personagens inspirada por animações. “Eu vi animes com Death Note, por recomendação de um amigo, e procurando referências para um desenho, encontrei um cosplay do personagem L. Fui descobrindo o que é cosplay e acabei tendo vontade de fazer os meus também”, conta.

Caroline, que é programadora de computadores, afirma que acha interessante este universo por proporcionar “diversas compreensões de uma mesma história”. Atualmente ela faz cosplay da Rize Kamishiro, porém, pretende fazer de outros personagens.

“Como faço por hobby, infelizmente não tenho dinheiro para investir muito. Para comprar as fantasias e deixá-las como quero, o custo é um pouco alto”, diz Caroline, que destaca que a paixão por desenho e por teatro também influenciou para que gostasse de fazer cosplay.

Há cinco anos ela faz alguns desenhos de personagens e sempre gostou de teatro. “Acho que uma coisa foi levando a outra, pois ser cosplay te permite vivenciar experiências diferentes”.

Atualmente Caroline Batistel faz cosplay de Rize Kamishiro/ Chaos Design Estúdio/Divulgação

Diego da Luz

Em 2002, com apenas 11 anos, Diego da Luz, 25, assistiu pela primeira vez o anime Naruto. Foi quando começou uma das maiores paixões do morador do Bateas: ser cosplay. Shino Aburame é o personagem que o auxiliar de produção interpreta e também por qual o jovem é fascinado.

“O Shino Aburame era muito parecido comigo. Ele era eu em outra dimensão, amava a natureza e os insetos. Inteligente e cauteloso em tudo que fazia. É uma parte minha que eu não sabia que existia”.

O auxiliar de produção conta que uma de sua maiores emoções foi quando estava em evento e um menino lhe pediu uma foto e um abraço. “Eu me emocionei, pois ele gostava do mesmo personagem que eu”, conta Luz, que ressalta sua fala preferida, que é usada pelo seu personagem Shino: “O céu é um espaço muito grande para uma pessoa viver só”.

Shino Aburame é o personagem que Diego da Luz faz em seus cosplays/ Arquivo pessoal/ Divulgação