12º Evento Cultural Polonês reúne pessoas de vários estados do país

Tradicional festividade fechou as celebrações pelos 150 anos da imigração polaca neste domingo

12º Evento Cultural Polonês reúne pessoas de vários estados do país

Tradicional festividade fechou as celebrações pelos 150 anos da imigração polaca neste domingo

O 12º Evento Cultural Polonês, neste domingo, 25, atraiu um grande público de descendentes de poloneses, autoridades e representantes de entidades polacas de todo o Brasil. A tradicional festa, promovida pela Fundação José Walendowsky, ocorreu no clube Santos Dumont.

O evento cultural deste ano foi especial, afinal, neste dia 25 de agosto foi celebrado o aniversário de 150 anos da imigração polonesa no Brasil, que começou por Brusque. Foi neste mesmo dia, em 1869, que o padre Alberto Gattone batizou o menino Estevão Sienovski, que nascera no navio Victoria em 3 de julho.

Em sua 12ª edição, o evento teve programação especial e o público veio de vários cantos do país. Havia descendentes que saíram de várias cidades catarinenses e do Paraná, principalmente Curitiba, para acompanhar a celebração.

O presidente da fundação, João Paulo Walendowsky, afirma que é uma data muito importante para todos. “É uma satisfação estar à frente da fundação nos 150 anos da imigração. Foi feito um árduo trabalho até aqui”.

João Paulo destaca a relevância de Brusque. “É importante não só para os poloneses de Brusque, pois é o berço da imigração para o Brasil. Para nós, isso é motivo de orgulho”.

Ivan Walendowsky, pai de João Paulo e presidente de honra da entidade, diz que a realização da festa é um marco para a história de Brusque. Ele também ressalta o trabalho da imprensa em aguçar a curiosidade do povo sobre a história dos polacos no município e na região.

O desembargador Carlos Alberto Civinski, membro da fundação, diz que a festa é uma marca da superação dos poloneses, que chegaram há um século e meio e prosperaram com muita dificuldade.

Civinski também lembrou do trabalho feito há anos por Ivan na divulgação das raízes polonesas em Brusque. “Passei a vida toda indo a eventos alemães e italianos e só nos últimos anos é que tivemos o orgulho de ser polonês”.

Representatividade

Marta Olkowska, encarregada de negócios e respondendo interinamente pela Embaixada da Polônia em Brasília (DF), esteve em Brusque pela primeira vez.

“É minha primeira visita e fiquei muito admirada com a paisagem tão linda, e comecei a pensar como foi há 150 anos, imagina a dificuldade”, diz. 

Ela parabenizou a fundação Walendowsky pela festa e pelas comemorações. “Que seja uma de muitas”.

Chefe da Embaixada da Polônia em Brasília, Marta Olkowska discursa | Foto: Maristela Hellmann Koschnick/Foto Primavera

Em sua fala aos presentes, ela também destacou que a causa polonesa tem ganhado mais atenção. No dia 27 deste mês, pela primeira vez, o Congresso Nacional vai lembrar o aniversário do início da 2ª Guerra Mundial.

A guerra começou em 1º de setembro de 1939, quando as tropas nazistas da Alemanha invadiram a Polônia.

A cônsul geral interina do Consulado Geral da Polônia, de Curitiba, Dorota Bogutyn, já havia estado em Brusque anteriormente, mas também enfatizou a beleza da cidade.

“É uma cidade merecedora de ser o núcleo, o centro das celebrações dos 150 anos da imigração”. Ela também fez questão de falar da Fundação José Walendowsky, que faz um trabalho para incentivar e propagar a cultura polaca.

Cônsul geral interina em Curitiba, Dorota Bogutyn, entrega homenagem a Ana Laura Wedderhoff, descendente de Domin Stempka, da primeira leva de polacos que veio a Brusque | Foto: Maristela Hellmann Koschnick/Foto Primavera

O vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi, também falou. “Encerramos as comemorações dos 159 anos de aniversário do município com esta bonita festa, agradecemos aos poloneses que por muitos anos ajudaram a construir esta bela cidade”.

Ivan homenageado

Rízio Wachowicz, presidente da Braspol nacional – entidade que reúne descendentes de poloneses -, prestou homenagem a Ivan Walendowsky, da fundação.

“É o homem forte de Brusque que comanda a comunidade polônica por meio da fundação, que é tradicional e muito respeitada”, afirmou em seu discurso. O presidente da entidade entregou para Ivan uma comenda de honra ao mérito.

“Nos deixa muito orgulhosos sermos homenageados pela Braspol, porque não escondo de ninguém a minha alegria de ser um descendentes de poloneses”, disse Ivan, em um discurso breve e emocionado.

Ivan Walendowsky segura a comenda de honra ao mérito que recebeu da Braspol | Foto: Maristela Hellmann Koschnick/Foto Primavera

A Braspol tem representação em 16 estados e 341 núcleos. No dia 22 de julho, Brusque também entrou na lista. A primeira diretoria ficou formada por: Lolita Bado Walendowsky que foi eleita por aclamação para presidir; o vice-presidente é Armando Alberto Walendowsky; secretário administrativo, Luís Antônio Loyola Walendowsky; secretário financeiro, Vilmar Walendowsky; e secretário cultural, Eder Deodato Flor.

Ivan foi um nome citado por todos os que tiveram palavra no evento, inclusive pela Banda Wolosatki, de Kielce, na Polônia, que se apresentou.

Banda Wolosatki, da Polônia, encantou o público e cantou algumas músicas em português | Foto: Maristela Hellmann Koschnick/Foto Primavera

Selo

Jorge Paulo Krieger Filho, presidente do Clube Filatélico de Brusque, conduziu a cerimônia de lançamento do selo postal comemorativo dos 150 anos. O gerente da agência dos Correios do município, Rodrigo Cesar Barreto Pereira, também participou.

Foram feitos 1,2 mil selos, com cores e detalhes que lembram o país europeu. No selo, tem um casal que dança a tradicional “dança cracoviana”.

Na ordem, Rodrigo, gerente dos Correios em Brusque, João Paulo, presidente da Fundação José Walendowsky, e Jorge Paulo Krieger, presidente do clube filatélico, com o selo postal comemorativo | Foto: Maristela Hellmann Koschnick/Foto Primavera

Retorno

A programação contou com apresentação de grupos folclóricos de diversas cidades. Lourival de Araújo Filho, diretor artístico do Wisla, de Curitiba, conta que o grupo tem 91 anos, mas foi a primeira vez que vieram para Brusque. 

“A gente tem viajado o Brasil todo e ficamos muito felizes de receber esse convite. Historicamente é muito importante porque foi aqui que tudo começou”, afirma Lourival.

O diretor também é historiador da imigração e diz que ter vindo para Brusque tem um sabor diferente. “Para nós não deixa de ser um retorno à terra de origem”.

Missa em ação de graças foi celebrada por três padres no início do dia de festa | Foto: Maristela Hellmann Koschnick/Foto Primavera

Antes das festividades, pela manhã, também foi realizada uma missa em ação de graças, celebrada pelos padres: Wladislaw Milak, da Cracóvia, Kazimierz Duglosz, de Curitiba, e Miroslaw Michalcewski, de São João do Itaperiú.

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