Brusque, 158 anos!
Penso que muitos brusquenses gostariam que o próximo dia 4, data da fundação de nossa cidade, caísse numa sexta ou segunda feira. Neste país tropical, para os que trabalham, um feriadão sempre é bem vindo e aproveitado para botar o pé na estrada. Se houver caixa ou saldo no cheque especial, então, asas pra que […]
Penso que muitos brusquenses gostariam que o próximo dia 4, data da fundação de nossa cidade, caísse numa sexta ou segunda feira. Neste país tropical, para os que trabalham, um feriadão sempre é bem vindo e aproveitado para botar o pé na estrada. Se houver caixa ou saldo no cheque especial, então, asas pra que te quero! Mas, calendário não é feito apenas para atender ao desejo de turistas e viajantes do lazer.
Assim, no próximo sábado, Brusque estará completando 158 anos de existência. Seguindo a tradição, eventos foram programados para comemorar a data. Como sempre, acontecerá o desfile dos colégios e entidades comunitárias para homenagear a figura do Barão de Schneéburg e dos primeiros desbravadores desta terra, homens, mulheres e crianças, brava gente que atravessou o Atlântico decidida a transformar este pedaço de terra do sonhado Novo Mundo, numa cidade que, um dia, viria a ser uma comunidade de bem estar social.
Para os brusquenses de hoje, pode parecer inacreditável, um equívoco do historiador. Mas, a verdade é que, palavra do fiel e honesto Barão, as canoas com os colonos pioneiros aqui só aportaram no quinto dia de uma cansativa viagem rio Itajaí-Mirim acima, então cheio de curvas e meandros, suas águas cortando a mata densa, silenciosa, misteriosa, povoada de fantasmas, assombrações e assustadoras figuras que a imaginação dos nossos colonos dizia existir e que os recém-chegados europeus não conseguiam acreditar.
Foi uma viagem heróica, uma epopeia humana, cheia de sacrifícios, navegando pelas águas do rio amigo até as distantes terras de Vicente-Só. Tão isoladas que, no mapa oficial do governo imperial brasileiro, o local não passava de uma cruz perdida no meio da floresta ainda intocada e à espera do machado devastador.
Eram 8 casais e um viúvo, todos acompanhados de seus filhos, total de 55 bravos emigrantes, inclusive um recém-nascido, que viria a receber o primeiro batismo em terra brusquense. Aqui chegaram depois de uma longa viagem, verdadeiro teste de coragem, para fundar esta nossa querida cidade.
Vinham em busca das terras prometidas, cheios de vontade de plantar, colher, gerar riquezas, construir suas casas, seus lares, perpetuar suas famílias e fundar a Colônia Itajaí, assim chamada na nomenclatura oficial, mas que o Barão sempre chamou de Brusque, que assim permaneceu até os nossos dias e haverá de assim ficar para sempre.