Brusque abre 2020 conquistando a Recopa Catarinense sobre o Avaí na Ressacada
Edu marca duas vezes e quadricolor supera anfitriões com atuação segura
Com autoridade, o Brusque faturou o título da Recopa Catarinense anotando 2 a 0 no placar contra o Avaí, diante de mais de 7 mil torcedores na Ressacada, em Florianópolis. Edu marcou um golaço na primeira etapa, outro gol com um lance de oportunismo, e o quadricolor teve sua terceira conquista em seis meses.
O clima foi de uma grande final. Minutos antes do apito inicial, os refletores se apagaram, e as equipes saíram, uma de trás de cada gol, para se encontrarem na linha que divide o gramado. Na atmosfera de fogos de artifício, lanternas de celulares e abertura de gala, as torcidas fizeram uma grande festa. O pontapé inicial simbólico foi dado por Marquinhos Santos, ídolo avaiano e atual dirigente do clube, acompanhado por Palmito, ex-jogador do Brusque, campeão de 1992.
Química brusquense
O Brusque começou a partida melhor do que o Avaí, conseguindo segurar bem os anfitriões e partindo ao ataque com mais perigo, principalmente pela ponta esquerda, com Marco Antônio, e pela ponta direita com Edílson. Edu saía bastante da área para trabalhar as jogadas, mas não conseguia encaixar quase nada. De qualquer forma, o entrosamento, a química entre os jogadores do Brusque era mais forte do que o mesmo atributo do Avaí, time com duas semanas de trabalho e elenco reformulado.
O Avaí chegou a pedir pênalti sobre Alemão aos quatro minutos, mas o árbitro Diego da Costa Cidral nada marcou. Instantes depois, após lançamento longo para Edu, Capa cabeceou na canela do atacante quadricolor. A bola quase matou o goleiro Frigeri, que conseguiu se recuperar e evitar o gol.
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Aos 9, Edílson cruzou para Edu, que estava livre no contra-ataque. A falta de domínio levou a bola para tiro de meta, em grande desperdício. Um minuto depois, o Brusque teve nova e ótima chance, ganhando na saída de bola avaiana. Thiago Alagoano recebeu na entrada da área e bateu de canhota, cruzado, mas a bola passou rente ao poste esquerdo de Frigeri.
Edu chegou a desperdiçar algumas chances. Isolou após bom passe pelo alto aos 20, e chegou a marcar aos 38 minutos, de cabeça, em falta com bola alçada na área, mas foi marcado um impedimento.
Mas o camisa 9 ainda seria o herói da partida. Aos 43, recebeu bola na quina esquerda da grande área e bateu colocado, alto, com estilo, encobrindo Lucas Frigeri. Golaço para fazer o torcedor avaiano sentir o nível do adversário.
Os donos da casa tiveram poucas chances que criaram perigo real. Aos oito, chute torto de Valdívia. Aos 12, chute de Pedro Castro já na área, com impedimento já marcado e defesa de Zé Carlos. Aos 15, Pedro Castro, desta vez em posição legal, chutou no meio, com veneno, e o arqueiro pegou em dois tempos. Houve muita reclamação por parte dos torcedores do Avaí, com muitas faltas marcadas para o Brusque.
Mata-leão
O Brusque resistiu a um Avaí diferente na segunda etapa, que se lançou ao ataque. Sem entrosamento e com um preparo físico abaixo do ideal, não pôde manter o ritmo por muito mais que 20 minutos. O técnico português Augusto Inácio sequer fez a terceira alteração a que tinha direito.
Aos seis minutos, Zé Carlos saiu lesionado após dar rebote a Jonathan e se chocar no momento de recuperar a bola. Ele deu lugar a Dida, que foi bem diante dos adversários, fazendo excelente defesa aos 23 minutos após belo chute de Jonathan.
Os jogadores de Jersinho Testoni diminuíram o ritmo, parecendo matar um tempo que não seria morto tão cedo. Havia muito jogo pela frente, e em alguns momentos se sentia que a equipe tinha parado de jogar, ainda que não tivesse sofrido tanto perigo com finalizações avaianas. Fato é que Dida pouco trabalho, e quando trabalhou, não deu grandes sustos.
Em outros momentos, por outro lado, o cansado Avaí parecia ter entrado na roda. O Brusque trocava passes e fazia os jogadores adversários correrem. Quando recuperavam a bola, não conseguiam impor velocidade em contra-ataque. Destaque para a exibição tranquila de Everton Alemão, que rasgou vários esboços de bons ataques azurras.
O quadricolor fechou a conta aos 38 da segunda etapa. Boa jogada pela esquerda com Dandan, que substituiu Marco Antônio. Ele passou para Thiago Alagoano, que adiantou demais. Dandan, sabendo que estava em posição de impedimento, saiu da jogada. O camisa 10 chegou à linha de fundo e bateu rasteiro, sem ângulo. Frigeri deu rebote para o meio e Edu, bem colocado marcou seu segundo gol.
O Avaí, em frangalhos, não tinha o que fazer. Avaianos saíram da Ressacada mais cedo. O Brusque ganhou seu quarto título desde novembro de 2018. O terceiro em menos de seis meses, prorrogando o posto da cidade como capital do futebol catarinense.
Avaí 0x2 Brusque
Recopa Catarinense
Final
Sábado, 18 de janeiro de 2020
Ressacada, Florianópolis
Público presente: 7.753
Renda: R$ 75.604
Avaí: Frigeri; Arnaldo (Da Silva 19′-2ºt), Rafael Pereira, Betão, Capa; Pedro Castro, Wesley; Lourenço, Valdívia, Luan Pereira; Alemão (Jonathan-int).
Técnico: Augusto Inácio
Brusque: Zé Carlos (Dida 12′-2ºt); João Carlos, Ianson, Everton Alemão, Aírton; Zé Mateus, Rodolfo Potiguar; Edílson (Ruan 39′-2ºt), Thiago Alagoano, Marco Antônio (Dandan 28′-2ºt); Edu.
Técnico: Jersinho Testoni
Trio de arbitragem: Diego da Costa Cidral (Joinville), auxiliado por Alex dos Santos (Bombinhas) e Henrique Neu Ribeiro (Bombinhas).
Gols: Edu (43′-1º t e 38′-2ºt)
Cartões amarelos: Luan Pereira; Rodolfo Potiguar, Thiago Alagoano, Edu, Claudinho (no banco), Ianson, Zé Mateus e Edílson