+

Brusque não possui local adequado para descarte de resíduos perigosos

Empresas de coleta precisam se deslocar até as cidades vizinhas para descartar óleo e outros materiais

Brusque não possui local adequado para descarte de resíduos perigosos

Empresas de coleta precisam se deslocar até as cidades vizinhas para descartar óleo e outros materiais

Porto Belo, Itajaí e Joinville fazem parte do itinerário de pelo menos duas empresas de Brusque que atuam na área de coleta de resíduos. Semanalmente, caminhões se deslocam até um dos três municípios para descartar, em empresas especializadas, “resíduos perigosos” – como óleos, graxas e combustíveis. O motivo é a falta de local adequado para o descarte em Brusque.

Proprietário da Guarani Serviços, no ramo de coleta de resíduos há 20 anos, Juliano Angioletti transporta os materiais perigosos até uma empresa de Joinville. São 260 quilômetros entre ida e volta. Além do custo relacionado ao descarte, há também as despesas com os deslocamentos.

Para Angioletti, Brusque deveria dispor de espaço que recebesse os materiais. Uma das alternativas, segundo ele, seria a ampliação dos serviços prestados pela Riovivo, empresa alocada em Brusque que atua na área de tratamento de água e efluentes. Atualmente, a Riovivo não recebe resíduos perigosos. De acordo com a gerente, Janara Benvenutti, o motivo é a necessidade de tratamento específico para esses materiais.

“Nós trabalhamos com o sistema de tratamento terciário, que é divido em três fases. O pré-tratamento, o biológico e o físico-químico. Para os resíduos perigosos esses três passos não bastam. É necessário um outro tratamento”, afirma.

Janara, no entanto, não descarta a possibilidade de, no futuro, receber os materiais. Há um projeto em andamento. O que definirá se a Riovivo receberá os resíduos é o mercado. A gerente diz que precisa “valer a pena” financeiramente.

Mesmo com deslocamentos para Porto Belo e Itajaí, o proprietário da Esgomil, Valdecir Potuniski, afirma que a demanda de “resíduos perigosos” em Brusque é baixa. Para ele, o investimento da Riovivo “não seria interessante” em razão do trabalho já desenvolvido pelas empresas dos municípios vizinhos.

“Eles teriam que analisar bem a demanda. Há semanas que não levo nenhum caminhão para as outras cidades, em outras levo três. É um mercado instável aqui no município”, diz.
Licenças

Para transportar os resíduos, as empresas precisam de licença ambiental da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) – válida por quatro anos -, além de autorizações da vigilância sanitária do município.

A Fatma rastreia cada transporte através do cadastro individual de carga feito pela empresa. O órgão acompanha desde a coleta dos resíduos até o descarte final. A empresa que recebe a carga também precisa de licença da Fatma – igualmente válida por quatro anos.

“Como a Fatma fiscaliza, ela sabe se a carga está indo para a destinação correta e para uma empresa licenciada. Nós também precisamos emitir um certificado relatando que recebemos o material e qual a destinação que demos a ele”, explica a gerente da Riovivo.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo