Brusque apresenta plano de sócio-torcedor, perdas de receita e possibilidades para 2023

Diretoria revelou números em evento nesta quarta-feira; buscar novo patrocínio master é prioridade

Brusque apresenta plano de sócio-torcedor, perdas de receita e possibilidades para 2023

Diretoria revelou números em evento nesta quarta-feira; buscar novo patrocínio master é prioridade

O Brusque apresentou, na noite desta quarta-feira, 14, seu novo plano de sócio-torcedor, um balanço de receitas e despesas de 2022 e a projeção orçamentária para 2023, em evento realizado no Hotel Estação 101, no Centro. A diretoria do clube reafirma a procura por um patrocinador master e revela perdas significativas de recursos, enquanto traça a meta de angariar 3 mil sócios-torcedores. Os preços mensais dos planos variam entre R$ 49,90 e R$ 109,90.

Perdas

O diretor financeiro Rogério Lana apresentou os números das receitas e despesas do clube em 2022, e a projeção para 2023. Conforme relata o dirigente, o clube encerrou o ano com um superávit de R$ 404.384,84, valor que ajudará o clube a se manter nos primeiros meses do ano, junto com R$ 540 mil pela participação da Copa do Brasil de 2023. As receitas totais foram de R$ 15.995.950,50, despesas totais foram de R$ 15.591.565,47.

A previsão de orçamento em 2023, caso nada mude e não haja a adesão de novos parceiros, é de R$ 2,76 milhões. O valor é fixo, todo proveniente de patrocinadores, com R$ 230 mil ao mês, com projeção de despesas de R$ 770 mil ao mês.

Nesta previsão de receita, não são consideradas outras possíveis entradas pontuais, como classificações às fases seguintes da Copa do Brasil ou adesão de sócios, novos patrocinadores, bilheteria e cotas televisivas do Campeonato Catarinense. Seguindo os cálculos, Lana apresenta uma uma perda de R$ 11,402 milhões, cerca de 71,26% da receita do ano anterior.

Nesta última temporada, a Havan pagou R$ 3,408 milhões ao clube. A empresa era patrocinadora-master ininterruptamente desde 2013 e anunciou, em novembro, que não renovará o contrato, que se encerra neste ano. Outras perdas são referentes às cotas de transmissão televisiva e às placas de publicidade da Série B, que somaram R$ 7,744 milhões em 2022.

Possibilidades

Danilo Rezini explica que o principal objetivo é encontrar um patrocinador master que possa repor as perdas ocorridas com a saída da Havan em pelo menos 50% e 60%. Ele espera que no início de janeiro esta situação esteja solucionada.

Para reforçar as finanças, o presidente Danilo Rezini cita a possível venda do atacante Maurício Garcez ao CSKA Sófia, clube ao qual está emprestado desde janeiro de 2022. Consta no contrato de empréstimo que o CSKA pode fazer a opção de compra por US$ 600 mil na janela de transferências de janeiro de 2023. Rezini espera que o Brusque possa embolsar entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão caso a venda se concretize. Neste ano, o quadricolor recebeu R$ 602.437,45 pelo empréstimo, e tentará negociar a venda ao clube búlgaro.

A outra hipótese citada por Rezini é o repasse de uma pequena porcentagem de uma possível venda do volante Jorginho, do Chelsea. O jogador teve passagem pelas categorias de base do clube por meio da Associação de Futebol Educacional de Guabiruba (Afeg). Em 2018, Jorginho foi vendido do Napoli ao clube inglês, rendendo ao Brusque cerca de R$ 3 milhões por meio do mecanismo de solidariedade da FIFA aos clubes formadores.

Contudo, a possibilidade é menor, uma vez que o contrato de Jorginho com o Chelsea termina em junho de 2023. A partir de janeiro o jogador poderá assinar pré-contratos com outros clubes para uma transferência ao fim do contrato sem compensação financeira aos Blues. Um reforço significativo ao Brusque ocorreria em caso de transferência já na janela de janeiro.

“O mais tranquilo hoje, quando saiu o patrocinador master e a queda para a Série C, era reunir diretoria e Conselho [Deliberativo], pagar todas as contas do Brusque, e pedir demissão, sair pela porta da frente com o clube sanado financeiramente, com todas as certidões negativas, campeão do estado, com duas temporadas na Série B, 13 títulos. Sairíamos numa boa. Só que acho que não é isso que nós queremos”, comenta.

“Nós não podemos deixar esta história morrer. Não mesmo. Com esta marca, hoje, consolidada no Brasil, nós precisamos dar continuidade à essa história. Então precisamos que todos, indistintamente, possam, da melhor maneira possível, nos ajudar para que possamos fazer um Brusque cada vez mais forte”, completa o presidente.

Sócio-torcedor

Uma tentativa de solucionar as dificuldades financeiras está nos novos planos de sócio-torcedor, apresentados pelo gerente de marketing, Lucas Wippel. Há três modalidades, pagas em pix ou até 6x no cartão de crédito, válidas por seis meses, com opção de renovação por mais seis. A meta é atingir a marca de 3 mil sócios, com a qual o clube espera uma reeceita de cerca de R$ 230 mil mensais.

É possível se associar por meio do aplicativo Brusque FC, disponível no Google Play e na AppStore, e também pelo site oficial. O aplicativo é uma plataforma na qual o sócio poderá, por exemplo, acompanhar o clube, solicitar ingressos do seu plano, comprar produtos e acessar clubes de vantagens.

Plano Bronze: R$ 299,40 em seis vezes (R$ 49,90 por mês – geral)
Plano Prata: R$ 419,40 em seis vezes (R$ 69,90 por mês – arquibancada descoberta)
Plano Ouro: R$ 659,40 em seis vezes (R$ 109,90 por mês – cadeiras)

Benefícios:

– ingresso no respectivo setor;
– entrada exclusiva para sócios-torcedores;
– descontos na Bruscão Mania, loja oficial do clube (5%, 10% e 15%, respectivamente, por plano);
– ações exclusivas em dias de jogos;
– sorteios exclusivos.

Categorias de base

O diretor das categorias de base do Brusque, Beto Zen, anunciou que o clube conseguiu aprovar um projeto na Lei de Incentivo ao Esporte para a captação de R$ 5 milhões a serem investidos na base. A partir de 2023, empresas que se enquadram nos pré-requisitos da lei poderão destinar 1% do imposto de renda ao clube.

“Tudo que for arrecadado para a base é uma despesa a menos no profissional. Por enquanto, está saindo do mesmo caixa (…) Existe chance de captação. Estamos correndo em várias empresas. Para podermos começar a usar a conta, precisamos ter 20% deste valor. Isto representa R$ 1 milhão. Estamos correndo, porta a porta, com uma série de iniciativas da nossa diretoria”, comenta.


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