Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Brusque comemora 144 anos de Emancipação político-administrativa

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Brusque comemora 144 anos de Emancipação político-administrativa

Rosemari Glatz

Em 1860, teve início a colonização oficial do território da Colônia Itajahy-Brusque. Por aquele tempo, Brusque consistia numa parcela de “território organizado”, sob o comando de uma diretoria, para onde se encaminhavam colonizadores alemães, incumbidos de explorá-lo. A princípio, dera-se a essa zona a denominação “colônia” conceito que nem compreende qualidades administrativas, segundo a legislação brasileira. Era considerada como “colônia” um determinado território que estava sendo povoada por agricultores.

Passados 21 anos, em 1881 a Colônia Itajahy-Brusque alcançara um grau de desenvolvimento que levou o governo a dar-lhe o caráter de município. Essa elevação teve seus preliminares. Pela Lei Provincial n° 693, em 31 de julho de 1873, Pedro Afonso Ferreira, então presidente da Província de Santa Catarina (o equivalente ao atual governo do estado), desmembrou as colônias da freguesia do Santíssimo Sacramento (Itajaí), formando a Freguesia (paróquia), que normalmente era o primeiro passo para a emancipação política e administrativa. São Luis Gonzaga foi escolhido como padroeiro.

A data de 23/03/1881 marca a criação do município de Brusque quando, pela Lei Provincial nº 920/1881, a Freguesia foi elevada à categoria de Vila e município, igualmente denominado de São Luiz Gonzaga. Foi a emancipação político-administrativa de Brusque. De acordo com Paulo V. Kons (Emancipação política administrativa, 2018), a Vila de São Luiz Gonzaga abrangia os territórios dos atuais municípios de Brusque, Guabiruba, Botuverá, Vidal Ramos, Presidente Nereu, Nova Trento e, inclusive, uma porção de São João Batista (localidade de Krecker), pois a lei de criação da Vila fixava os limites como sendo os mesmos da Freguesia de São Luis Gonzaga. Itajaí, Blumenau, Lages e Tijucas eram os municípios limítrofes.

Ao contrário de um grande número de outros municípios, a exemplo de Botuverá, Guabiruba, Nova Trento, a data magna de criação do município comemorada em Brusque não é a data de sua emancipação político-administrativa, mas sim o dia 4 de agosto de 1860, data que marca a chegada formal dos imigrantes alemães liderados pelo primeiro diretor da Colônia Itajahy-Brusque, Barão Maximilian.

De acordo com a Lei provincial nº 920/1881, tão logo os moradores tivessem preparado a edificação em que a Câmara Municipal passaria a atuar, seriam instalados o novo município e a Villa de São Luiz Gonzaga. Enquanto não se aprovasse o próprio Código de Posturas e este não fosse referendado pela Assembleia Provincial (o equivalente a Assembleia Legislativa), a administração da Câmara Municipal obedeceria às normas constantes das posturas do município de Itajaí (ao qual Brusque pertencia, até então).

Segundo Cyro Gevaerd e Evilásio Guilherme Gevaerd (Os Administradores de Brusque. Álbum do 1° Centenário de Brusque, 1960), o primeiro administrador do Município de São Luiz Gonzaga (Brusque) foi Jacinto Adolfo A. Pantoja. Ele foi o nono e último administrador efetivo da Colônia Itajahy-Brusque, e o primeiro administrador do município criado em 23 de março de 1881.

Em 17/01/1890, através do decreto nº 77/1890, assinado pelo governador Lauro S. Müller, o nome de vila e município de São Luiz Gonzaga foi substituído oficialmente por Brusque, em homenagem póstuma ao Conselheiro Imperial Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque, presidente da Província de Santa Catarina quando da fundação da Colônia Itajahy-Brusque, em 4/08/1860.

Em 23/09/1916, o governador Felipe Schmidt sancionou a lei nº 1.123, elevando a Vila de Brusque à categoria de cidade, marcando o dia dos 30 anos de falecimento do Conselheiro Imperial Araújo Brusque.

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