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Brusque contará com primeiro curso de cervejeiros da cidade

IFC fará a qualificação de 200 horas; região já conta com a primeira Escola Superior de Cerveja e Malte da América Latina

O crescimento do mercado cervejeiro em Santa Catarina, sobretudo no segmento de microcervejarias, tem feito cada vez mais pessoas buscarem a qualificação para produzir uma boa cerveja. Com a demanda, surgem novos cursos de cervejeiros pela região, com o objetivo de profissionalizar e aproveitar o interesse que os catarinenses naturalmente têm pela bebida.

Um exemplo do interesse pela cerveja é Fernando Burato, empresário do ramo têxtil de Brusque, que está fazendo o curso de Home Brewer (cervejeiro caseiro, em inglês) na Escola Superior de Cerveja e Malte, em Blumenau. O irmão e o cunhado dele já produziam cerveja em casa e ele sempre ajudava, no entanto, sem muito conhecimento.

Neste ano, ele ficou sabendo do curso e resolveu aprimorar e profissionalizar o gosto pela cerveja. “Em vez de aprender com os erros, a gente já faz do jeito certo”, afirma o aluno. O curso dele iniciou em 9 de abril e vai até 8 de outubro. As aulas duram oito horas, a cada 15 dias.

A princípio, a ideia de Burato é aproveitar o conhecimento para se divertir, fazer uma cerveja artesanal e conversar com os amigos.

Entretanto, o brusquense diz que se interessa pelo mercado e não descarta buscar mais qualificação no futuro. “Por enquanto, é hobby, para se juntar com os amigos, mas posso partir para mestre cervejeiro no futuro”, diz.

Para Burato, o mercado de microcervejarias e cervejarias artesanais ainda engatinha, por isso, não existem tantas oportunidades. Mas a realidade tem mudado, e hoje o Sul do Brasil já é um dos principais polos da produção das bebidas no país.

O desafio para quem se interessa pela área é conseguir se profissionalizar e, assim, atingir os níveis mais altos de exigência. Há diversas experiências bem-sucedidas neste campo, como a Kiezen Ruw, de Guabiruba. Mas, pensando em mercado de exportação e competições de cervejeiros, é preciso avançar. Existem algumas opções, como a Escola Superior, em Blumenau, e o IFC de Brusque.

Produção cervejeira da região exige cada vez mais especialização / Foto: Escola Superior de Cerveja e Malte/Divulgação

Escola oferece cursos de vários níveis

Terra da Oktoberfest, Blumenau sedia a primeira Escola Superior de Cerveja e Malte da América Latina. Iniciada em 2014, a escola já formou mais de 3 mil alunos de várias cidades, dentre os quais muitos de Brusque e região. O diferencial da instituição é oferecer cursos mais especializados do que os outros.

O principal curso da Escola Superior é o de mestre cervejeiro, que tem mais de 1,3 mil horas de carga horária. As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, durante todo o dia. O ritmo é puxado, porém, a qualificação prepara a pessoa para tocar uma cervejaria do início ao fim, passando pela seleção e recebimento de materiais, fabricação e envase dos produtos.

Carlo Enrico Bressiani, diretor da Escola Superior em Cerveja, explica que são 60 cursos, que vão desde a pós-graduação até workshops de apenas um fim de semana. O público é dos mais variados.

Bressiani avalia que a região do Vale está bastante avançada no mercado cervejeiro. Para ele, existe mercado de trabalho a ser explorado pelos alunos e aspirantes a produtores da bebida. O diretor diz que a escola investe em novos laboratórios e infraestrutura para atender aos padrões mais rigorosos de qualidade.


IFC lança primeiro curso em Brusque

O Instituto Federal Catarinense (IFC) de Brusque abriu o primeiro curso de cervejeiro. As inscrições terminam hoje e as aulas começam no dia 29. O início da qualificação é outro sinal de que o mercado de cervejas na região é promissor.

De acordo com Hélio Gomes, diretor-geral do IFC, o curso terá duração de até 200 horas. As aulas ocorrerão às segundas e terças-feiras. Parte delas será a distância e na sede do instituto, e o restante presencialmente, em cervejarias da região. Quando a obra do campus de Brusque estiver pronta, as aulas serão nos laboratórios pró-prios da instituição.

Quem se formar no curso receberá o certificado do IFC de que terminou a formação continuada. Por enquanto, o curso de nível técnico para a área ainda não foi lançado. A previsão é que inicie apenas em 2017.

Gomes diz que já existia a intenção de criar o curso de cervejeiro, contudo, não havia professores. Agora, chegaram vários profissionais qualificados, que poderão lecionar no curso.

Assim como no caso da Escola Superior de Cerveja e Malte, a qualificação no IFC é voltada não só para quem é um apreciador da cerveja, mas também para quem pretende trabalhar na área. A grade curricular inclui disciplinas como Matemática Aplicada, Controle de Qualidade e Marketing.

Natália Mezzomo, coordenadora do curso, diz que a ideia é suprir a demanda por mão de obra nas microcervejarias da região. “É um mercado que está em desenvolvimento”, afirma. Segundo ela, o curso será um piloto para, no futuro, lançar outros.

A coordenadora explica que o foco do curso do IFC é diferente da escola de cerveja em Blumenau. Enquanto lá a formação é mais especializada, em Brusque o objetivo é formar para as microcervejarias regionais.