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Dengue: Brusque continua a registrar aumento de casos e possibilidade de nova epidemia preocupa

Considerado infestado há dois anos, município já soma 23 casos confirmados em 2024

Brusque vem registrando aumento de casos de dengue desde o ano de 2020. A diretora da Vigilância em Saúde, Caroline Maçaneiro, explica que em 2022 houve um “boom” de registros da doença, quando foram confirmados 4.975 casos de dengue, 11 mortes e 1.280 focos do mosquito Aedes aegypti, também transmissor da chikungunya e zika, entre outras doenças.

Consequentemente, a situação colocou o município como infestado e em estado de epidemia para dengue, com 18 bairros com disseminação do vetor.

Caroline explica que, para ser considerado infestado, o município deve inicialmente identificar um foco de larvas do mosquito nas atividades de vigilância, seja em armadilhas ou pontos estratégicos, como borracharias, depósitos de veículos, depósitos de resíduos, cemitérios, praças, residências, entre outros.

“Ao identificar nessas áreas uma larva do inseto, o protocolo orienta uma ação de vigilância em todos os imóveis num raio de 300 metros. Quando nessa delimitação é encontrado ao menos um único foco, o município passa à condição de infestado”, continua.

Conforme a diretora, ao ser declarado como infestado, um município só sai dessa classificação ao permanecer 12 meses consecutivos sem identificar novos focos do mosquito. Além disso, deve atender a outros critérios, como a comprovação de efetiva vigilância e o registro das atividades nos sistemas de informação.

Não é o caso de Brusque, que continua a registrar novos casos da doença e registra um alto número de focos do mosquito. Em 2023, segundo a Vigilância em Saúde, foram contabilizados 132 casos da doença e 1.355 focos.

Dificuldade e preocupação

Agora, em 2024, Brusque já registrou 23 casos de dengue desde o início do ano. Em relação aos focos do mosquito, foram confirmados 116, que estão espalhados em 23 regiões da cidade.

“Infelizmente, sair desta condição de infestado é uma longa caminhada, tendo em vista que o número de focos só aumenta. Então, vejo que podemos fazer muito mais no combate ao mosquito, mas isso só será possível a partir do momento em que a população tiver consciência de que também é dever dela fiscalizar e manter pátios das residências e terrenos baldios limpos. Ou você já viu uma terra sem dono?”, questiona Caroline.

Hoje, a diretora aponta que a maior dificuldade da fiscalização é com terrenos baldios abandonados. Ela também cita acumuladores de reciclados, que acabam deixando os materiais ao tempo e acumulando água, assim como borracharias, ferro-velho e cemitérios.

“Com o aumento de casos da doença em nível nacional, assim como as chuvas e o calor na nossa região, que tornam o ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, o risco de termos uma nova epidemia na cidade nos preocupa bastante”, alerta.

Amenizando impactos da dengue

Imagem ilustrativa | Foto: Marcos Santos/Jornal da USP

Caroline Maçaneiro ressalta que, em busca de amenizar o impacto da doença no município, o Programa de Endemias retomou os mutirões de limpeza. Até nesta terça-feira, 6, três ações foram realizadas: no Cedrinho, onde foram recolhidos 120 toneladas de entulhos; no Limeira, com 201 toneladas; e no Bateas, 72 toneladas.

A diretora afirma que a Secretaria de Saúde também reforçará a equipe de agentes de endemias com novas contratações. Além disso, o município também reabrirá a Sala de Situação da Dengue, em data ainda a ser anunciada. O objetivo é traçar novas estratégias de combate a dengue, com representantes da administração pública e entidades do município.

“Precisamos buscar conscientização junto à população. É de grande importância que o cidadão entenda e participe dessa luta contra a dengue junto à administração pública. Se todos tiverem a consciência de que podem evitar a doença, realizando uma vistoria de 10 minutos, uma vez por semana, em torno de sua residência e na rua em que reside, ajudaria muito a reduzir o número de focos. É importante também lembrar que o uso de repelente é mais um aliado, ajudando a evitar a contaminação e a disseminação da doença”, finaliza.

Em caso de sintomas de dengue, a orientação é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) da sua região, para o primeiro atendimento. Após a avaliação, o serviço dará o encaminhamento necessário.

Denúncias

A Diretoria de Vigilância em Saúde de Brusque, através do Programa de Combate a Endemias, também fornece o número de telefone para denúncias pelo WhatsApp, apenas em formato de texto, no (47) 98813-0095, ou através de ligação para o número 156, da Ouvidoria Municipal.

Boletim da dengue atualizado

A Prefeitura de Brusque divulgou o boletim da dengue atualizado nesta segunda-feira, 5. O texto confirma 23 casos da doença, sendo que maioria das ocorrências estão concentradas no bairro Guarani, totalizando 13 casos. As outras confirmações estão distribuídas nos bairros Bateas, Dom Joaquim, Jardim Maluche, Planalto, Rio Branco, Santa Terezinha, Steffen e Volta Grande.

Por fim, a Vigilância em Saúde esclarece que não há pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas dois pacientes estão em tratamento na enfermaria hospitalar.

Focos do mosquito por bairro:

Fonte: Programa de Combate a Endemias de Brusque

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