Brusque e região registram queda nos nascimentos pelo quinto ano consecutivo
Média das cidades nos últimos anos revela um cenário em que as pessoas têm menos filhos
Segundo o portal nacional do Registro Civil, Brusque, Guabiruba e Botuverá apresentaram um cenário demográfico semelhante em 2024, com queda nos nascimentos e aumento nos registros de óbitos. Os resultados foram obtidos a partir da comparação com os dados do ano anterior, 2023.
Com base nos números analisados, Brusque registrou 2.040 nascimentos, 789 casamentos e 889 óbitos em 2024. Em comparação com 2023, houve uma queda nos nascimentos e casamentos, enquanto o número de óbitos registrou um aumento.
Resultados semelhantes foram observados no município de Guabiruba. Em Botuverá, houve queda nos nascimentos, mas crescimento nos óbitos e casamentos.
Com o intuito de oferecer uma visão mais abrangente, o jornal O Município também comparou, de forma simples, os dados de 2024 das cidades à média dos últimos quatro anos (de 2020 a 2023) de cada uma.
Em Brusque, os nascimentos apresentaram uma queda de 4,04% (média utilizada: 2.126), enquanto os casamentos e óbitos aumentaram 11,9% (média utilizada: 704,7) e 4,46% (média utilizada: 851), respectivamente.
Em Guabiruba, os 236 nascimentos representaram uma redução de 12,1% em relação à média de 264,7 obtida entre 2020 a 2023. Por outro lado, os 119 casamentos cresceram 5,7%, e os 132 óbitos superaram a média de 119,2, indicando um aumento de 10,6%.
Botuverá, a menor das três cidades, registrou em 2024: 43 nascimentos, 42 casamentos e 39 óbitos. Os nascimentos apresentaram a maior queda proporcional, de 25,8%, em comparação à média de 58. Em contrapartida, os casamentos aumentaram 58,4%, e os óbitos subiram 19,2%. O município é o que registra as maiores variações percentuais, tanto em quedas quanto em crescimentos.
Confira os dados completos dos municípios
Tendências
A média dos últimos quatro anos aponta para uma tendência regional de queda nos nascimentos, refletindo mudanças no perfil populacional das três cidades.
O cenário que se desenha é que a população tem optado por ter menos filhos, de forma geral. Em Brusque, por exemplo, a queda constante nos números de nascimentos representou uma média de 1,73% (diferença entre cada ano).
Essa redução acompanha o cenário nacional. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A redução da natalidade e da fecundidade no país, já sinalizada pelos últimos censos demográficos, somada, são elementos a serem considerados no estudo sobre a evolução dos nascimentos ocorridos no Brasil nos últimos anos”, afirma a pesquisadora do IBGE Klívia Brayner.
Em entrevista concedida em 2024 ao jornal O Município, sobre a tendência de queda dos nascimentos, o professor de Relações Internacionais da Univali, Daniel da Cunda Corrêa da Silva, afirma que ela é causada por um fator geracional, já que “as novas gerações têm mais anos de estudo e mais acesso a métodos contraceptivos. Muitas vezes priorizam a carreira antes de ter filhos ou sequer os têm”.
Ele também projeta que o alto custo de vida é um fator determinante no quadro.
“O alto preço dos aluguéis, dos serviços em geral, aliados à especulação imobiliária e aos baixos salários fazem com que os jovens sejam muito cautelosos em ter mais filhos. É um dado ruim para o país, pois perdemos potencial de crescimento econômico e produção de riquezas”.
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Fenômeno histórico: o dia que a neve cobriu parte de Guabiruba: