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Brusque e região tem mais de 700 jovens aprendizes

Para especialistas, programa auxilia no desenvolvimento profissional dos jovens

A lei de aprendizagem (10.097/00) determina que todas as empresas que têm mais de sete funcionários destinem de 5% a 15% do seu quadro para a contratação de jovens aprendizes. Em três entidades de Brusque pesquisadas pela reportagem, há cerca de 720 jovens aprendizes registrados em aproximadamente 174 empresas cadastradas no programa.

Para atuar nas empresas, o aprendiz precisa estar inscrito em algum programa de aprendizagem técnico-profissional. Ou seja, cursos profissionalizantes com ênfase na área de atuação do jovem na empresa.

No Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), uma das instituições que oferece cursos profissionalizantes, há 15 turmas de jovens aprendizes em cursos como desenhista mecânico, desenhista de produto de moda e operador de máquinas têxteis. Segundo a coordenadora de educação do Senai, Osmarilda dos Santos Valle, são mais de 500 jovens aprendizes de cerca de 110 empresas de Brusque, Guabiruba e Botuverá inscritos nos cursos.

“Os cursos precisam estar relacionados à área de atuação da empresa e do jovem, seja vestuário, informática, metalmecânico. Então as empresas buscam as instituições que ofertam os cursos de aprendizagem. Aqui no Senai, a empresa arca com os custos do curso para o jovem”, explica Osmarilda.

A coordenadora de educação do Senai afirma que os cursos têm duração de um ano e têm como objetivo aprimorar a parte prática exercitada na empresa. Para Osmarilda, o programa Jovem Aprendiz é fundamental para o desenvolvimento profissional dos jovens.

“A ideia é que o estudante se desenvolva e se qualifique para que seja absorvido pela empresa”, afirma. “A educação básica dá a base. Como o nome já diz, está dando a base para que o aluno dê continuidade. E no curso de aprendizado ele está aplicando os conhecimentos da educação básica e está sendo direcionado para uma formação. É a aplicação do conhecimento da educação básica que torna essa modalidade de ensino tão importante”, completa.

Para transportar os jovens aprendizes até o Senai, a instituição atua em parceria com a Prefeitura de Brusque. Enquanto a administração municipal disponibiliza o ônibus para levar e buscar os jovens e auxilia com material escolar, o Senai, como contrapartida, orienta as escolas sobre as empresas que estão fixadas nos bairros de cada educandário. Assim, afirma Osmarilda, as escolas podem orientar os alunos a procurarem as empresas da região.

Coordenadora da agência de Brusque do Centro de Integração Empresa Escola (Ciee) de Santa Catarina, Catia Maffezzolli explica que apenas jovens entre 14 a 24 anos que estejam matriculados e frequentando a escola podem integrar o programa Jovem Aprendiz.

Atualmente, o Ciee de Brusque tem convênio com 31 empresas. Nelas, há 55 jovens aprendizes contratados pelo programa. Embora as vagas disponíveis pelo centro estejam todas preenchidas, Catia diz que o empresariado ainda carece de conscientização quanto à importância do programa.

“No meu ponto de vista, ainda faz-se necessário maior conhecimento e conscientização por parte do empresariado da importância deste programa para o futuro dos jovens, tendo em vista que verificamos a adesão de muitas empresas/instituições ao programa somente quando são fiscalizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego”, afirma.

Para o responsável pelo setor de Recursos Humanos da R C Conti Indústria Comércio e Confecções, Jorge Marcos, o programa Jovem Aprendiz é fundamental para jovem tornar-se um profissional no futuro. Na R C, segundo ele, há seis aprendizes atualmente.

“O programa é excepcional. O jovem recebe treinamento, ele conhece a cultura da empresa, a filosofia, o método de trabalho. A empresa dá todo o suporte para ele ser efetivado como futuro colaborador”, diz.

O responsável pelo RH ressalta, no entanto, que o desempenho e a futura efetivação do jovem não dependem apenas dos conhecimentos repassados pela empresa e pelo curso profissionalizante. Marcos diz que o jovem também precisa se esforçar e demonstrar habilidade e vontade de aprender.

“Claro que não podemos considerar que um jovem aprendiz tenha o mesmo rendimento de um colaborador. Se o jovem demonstra interesse, mostra que teve aprendizagem no ano e conseguiu chegar ao que queríamos automaticamente efetivamos”, explica Marcos.


Algumas regras de contratação de Jovens Aprendizes

O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos
Empresas do Simples Nacional não precisam fazer contribuição previdenciária
No caso de dispensa de aviso prévio o jovem é completamente remunerado
Não há multa rescisória
Direito a salário mínimo hora, observando o piso estadual