Brusque é a segunda cidade de Santa Catarina com o pior número de efetivo policial

Cidade tem 140.597 habitantes, e apenas 84 policiais

Brusque é a segunda cidade de Santa Catarina com o pior número de efetivo policial

Cidade tem 140.597 habitantes, e apenas 84 policiais

Brusque é a segunda cidade de Santa Catarina com o pior número de efetivo policial, entre municípios com mais de 40 mil habitantes. A informação é do sistema de recursos humanos da Polícia Militar, repassadas à imprensa pelo tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, no fim de sua gestão como comandante em Brusque.

Com 140.597 habitantes, Brusque tem um efetivo de apenas 84 policiais, o que corresponde a um policial para cada 1.674 habitantes. A cidade está atrás apenas de Camboriú, que tem uma população de 87.179 habitantes e 52 policiais, ou seja, um policial para cada 1.676 habitantes.

Guabiruba também figura na lista dos municípios com o pior efetivo do estado, com um policial para cada 1.661 habitantes. Atualmente, a cidade tem 24.922 moradores e apenas 15 policiais.

Completam a lista das cinco cidades com os piores efetivos: Gaspar e Indaial.

Por outro lado, São Miguel do Oeste, é a cidade que tem o melhor efetivo proporcionalmente. São 41.246 habitantes e 88 policiais, o que corresponde a um policial para cada 469 habitantes.

As outras quatro cidades com o maior número de policiais proporcionalmente são: Laguna, Herval d’Oeste, Santo Amaro da Imperatriz e Porto União.

O ex-comandante da Polícia Militar de Brusque, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho, lembra que no ano passado, Brusque era o quinto município do estado com o pior efetivo, mas em pouco tempo a situação se agravou e o município subiu várias posições no ranking negativo.

“Após a última distribuição de efetivo no estado, a situação de Brusque piorou. Foram 530 soldados novos soldados em Santa Catarina. Recebemos seis, mas o número não foi suficiente, já que muitos se aposentaram ou tiveram que ser transferidos”.

O ex-comandante observa que Brusque e Camboriú – primeira colocada no ranking – têm realidades bastante diferentes em relação à segurança pública. Brusque é uma cidade com índices muito bons e considerada uma das mais seguras do país, mesmo com o baixo efetivo.

Por outro lado, Camboriú é uma das mais violentas de Santa Catarina, com um alto índice de homicídios, e o menor efetivo do estado.

“Isso mostra que alguma conta não está fechando. Brusque é penalizada por ter bons índices de segurança, mas Camboriú tem uma realidade totalmente diferente da nossa e a situação está ainda pior. A impressão que dá é que a distribuição de policiais é feita de forma aleatória”, diz.

Tenente-coronel Otávio destaca que o efetivo do estado é considerado adequado, porém, determinadas regiões são privilegiadas na hora da distribuição de novos soldados.

“Temos mais de 10 mil policiais para cerca de 7 milhões de habitantes. Se essa lógica de um policial para cada mil habitantes fosse seguida, Brusque teria 140 policiais. Com esse número, dava para fazer chover. Seria a excelência”, analisa.

O oficial, que deixou o comando do batalhão de Brusque na semana passada, destaca que os policiais da cidade estão sobrecarregados. “Hoje em horários que temos várias ocorrências, não temos efetivo. Temos vários policiais acima de 50 horas-extras, que têm direito a folga, mas não conseguimos conceder porque senão ficamos sem pessoal na rua. É complicada esta situação”.

O que diz o comando

O comandante interino do 7º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM), tenente-coronel Luis André Pena Viana de Oliveira, explica que os critérios adotados pela Polícia Militar para a distribuição de efetivo atendem, principalmente, às demandas estratégicas e de combate à criminalidade. “Observamos os índices locais e regionais e a possibilidade de reforço operacional quando necessário, e a continuidade do trabalho social e administrativo que a PM também realiza”.

De acordo com ele, o trabalho operacional da PM não pode ser considerado apenas com o número de policiais em operação nas ruas. “A PM está hoje totalmente integrada, utilizando tecnologias que garantem a comunicação quase que instantânea entre as suas unidades”.

Segundo informações do 7º CRPM, nos últimos cinco anos, Brusque recebeu 37 policiais. Já Guabiruba recebeu três novos policiais em 2021 e outros três neste ano.

Ainda segundo o comando, em 2020 a PM formou 508 novos soldados e 43 oficiais e no ano passado, 538 novos soldados e 80 oficiais.