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Brusque e seus voluntários da Pátria na Guerra do Paraguai

Há 152 anos partiram da Colônia Itajahy-Brusque, em uma lancha e duas canoas, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderem à convocação da Lei do Governo Imperial nº 3.37/1865 para defender sua nova Pátria na Guerra do Paraguai. Contando apenas 5 anos, Brusque já ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades […]

Há 152 anos partiram da Colônia Itajahy-Brusque, em uma lancha e duas canoas, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderem à convocação da Lei do Governo Imperial nº 3.37/1865 para defender sua nova Pátria na Guerra do Paraguai. Contando apenas 5 anos, Brusque já ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas pelo Barão Maximiliano de Schnneburg junto aos colonos alemães que detinham as qualidades exigidas para defender sua nova Pátria.

A preparação dos voluntários
O alistamento foi rápido, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de outubro, ofício do presidente da Província autorizando-o a abrir o voluntariado. Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação Schnnéburg, entretanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento.

Realizaram-se algumas reuniões preparatórias, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo concedia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o Barão entendeu-se com o Presidente da Província para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às famílias e descontadas de seus soldados.

Ultimadas as providências em reunião realizada numa taberna da Stadtplatz, seguiram os voluntários num sábado, 14 de outubro de 1865. O percurso deu-se até a Barra do Rio, de onde marcharam até a sede da Vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. Schnneburg acompanhou os seus voluntários, confiando-os então a Guido de Seckendorf, que naquele momento já ocupava o posto de tenente.

Os voluntários da Pátria
Os nomes dos voluntários da Colônia Brusque constam da relação que inclui também os voluntários das Colônias Dona Francisca, Blumenau, Teresópolis e São Pedro de Alcântara, e foi assinada por Victor de Gilsa – capitão, Guido Seckendorf e Emílio Odebrecht – tenente. São eles: Roberto Schmidt; Ricardo Vollrath; Frederico Moritz; Germano Gloklenkemper; Valentin Schaefer; Simão Habitzreuter; Eduardo Becker; Eduardo Bachmann; José Schorck; Guilherme José Oelhafen; João Schwanberg; Antonio Dinkelborg; Emílio Puhlmann; Vicente J. Barth; João José Hermes; José Schlindwein; Augusto Jansen; João Zabel; Cosmo Vogel; Francisco A. Day; Guilherme Oestrenger; Guido de Seckendorf – Tenente e Augusto Peters – cabo, e um brasileiro cujo nome não consta da relação. Mais tarde, Eugênio Rieger recebeu autorização para reunir novos voluntários e conseguiu sete: Bernardo Josiger; Detlef Sacht; Antônio Boos; Henrique Sacht; Germano Boos; Henrique Dorcakot e Antônio Straub, que com ele seguiram no dia 8 de fevereiro de 1866.

O Pós-Guerra
Poucas são as notícias em relação ao destino que tiveram os nossos voluntários, mas sabe-se que os seguintes voluntários caíram em defesa da nova Pátria: Antônio Dinkelborg; Germano Gloklenkemper; Guilherme Oestrenger; Guilherme José Oelhafen, e Valentin Schaefer.

Segundo Ayres Gevaerd (Revista Notícias de Vicente Só, ano II, n.8, 1978), a Colônia tributou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou seus nomes. Em 1965, decorridos 100 anos da partida dos voluntários, e novamente em 1978, Gevaerd clamava que Brusque lhes rendesse homenagem, fazendo inaugurar uma rua. Mas o clamor de Gevaerd só se transformou em realidade em 2012, quando o prefeito Paulo Eccel sancionou a Lei Ordinária nº 3518/2012, denominando, no bairro Thomaz Coelho, uma rua denominada Voluntários da Pátria.