Com pênaltis não marcados, Brusque empata com o Criciúma e é vice-campeão estadual
Mesmo com VAR, arbitragem não marca duas penalidades máximas claras e decide a final a favor do Tigre
Com muitos motivos para reclamar, o Brusque é vice-campeão do estado pelo segundo ano consecutivo, após ter empatado em 1 a 1 com Criciúma neste sábado, 6, no Heriberto Hülse, pelo jogo de volta da final do Campeonato Catarinense. Higor Meritão abriu o placar no início do primeiro tempo, e o quadricolor chegou ao empate no início do segundo com um gol contra de Gustavo, após chute de Alex Ruan. O time brusquense reclamou de dois pênaltis, um em cada tempo, não marcados mesmo com a revisão do VAR.
Desastroso
Não durou três minutos a desvantagem brusquense de um gol. Decorridos 2min40, no primeiro chute a gol do jogo, Meritão recebeu de Claudinho e soltou o pé de fora da área. A bola ainda desviou de leve em Ianson e estufou o canto esquerdo de Matheus Nogueira, que não pôde mais do que ficar no golpe de vista: 1 a 0 para o Criciúma, 3 a 1 na soma dos placares.
Brusque em cima
Precisando de dois gols só para levar o jogo aos pênaltis, o Brusque buscava o ataque. O Criciúma, tranquilo e com duas mãos na taça, não se propunha ou não conseguia atacar, e deixava o tempo correr com ou sem a bola.
A primeira finalização quadricolor foi aos 11 minutos. Dionísio cortou o trajeto de Dentinho no meio-campo, avançou e tentou o chute de longa distância, mas a bola subiu demais. Aos 13, Guilherme Queiróz arrancou pelo meio, ganhou a dividida e tentou chutar, mas a bola foi para fora.
Um bom momento ofensivo foi aos 18. Wallace passou para Dentinho, que, de primeira, passou para Dionísio. O camisa 7 fez o passe para Guilherme Queiróz, que buscou espaço e chutou forte. A bola passou perto do gol, por cima.
Aos 20, Rodolfo Potiguar fez bela invertida para Paulinho Moccelin, que ajeitou de cabeça para Alex Ruan. O lateral-esquerdo tentou o voleio de primeira, mas a bola passou por cima, alta demais.
Pênalti não marcado
Aos 35, após troca de passes pelo meio, Dentinho chutou firme de fora da área, mas Gustavo defendeu tranquilamente no meio do gol.
Aos 38, Dentinho chutou de novo, firme, e Rodrigo desviou com o braço. O Brusque pediu toque de mão e pênalti, mas o lance foi revisado pelo VAR e a partida seguiu a partir de escanteio para o quadricolor.
Na parte final do primeiro tempo, o Brusque conseguiu se manter mais no ataque. Ainda assim, sem uma finalização mais clara, que preocupasse o goleiro Gustavo. Quando algum jogador dominava a bola perto da área, era desarmado quase imediatamente.
Empate
Com menos de 50 segundos do segundo tempo, o Brusque conseguiu o empate. Rodolfo Potiguar fez belíssimo passe para Alex Ruan, que bateu cruzado, com efeito, sem ângulo. Gustavo tentou encaixar, mas engoliu um peru clássico, com a bola passando no meio das pernas.
A bola ia entrando lenta para o gol, mas antes que ultrapassasse totalmente a linha, Marcelo Hermes tenta afastar. A bola bate em Gustavo e entra. Gol contra do goleiro, que, mesmo com a falha, recebe o apoio da torcida carvoeira. A partida estava aberta novamente.
Criciúma responde
Aos cinco minutos, Marquinhos Gabriel fez excelente jogada, servindo Marcelo Hermes. O lateral-esquerdo dominou, chutou, e Matheus Nogueira defendeu bem para escanteio. Renato Kayzer pedia o passe no meio da área.
O Criciúma tentou de novo aos 11. Fellipe Mateus recebeu a bola na grande área e chutou rasteiro com a perna direita, que não é a dele. Matheus Nogueira defendeu.
Aberto
O segundo tempo foi de um Brusque manteve a final em aberto, lutando pela virada. Mantinha a bola no ataque e entrava firme em cada dividida. Teve boa e longa troca de passes aos 18 minutos, que terminou em chute torto de Dionísio para fora.
Aos 20 minutos, contudo, o Brusque errou a saída de bola pela direita. Meritão teve a bola na entrada da área. Ela logo chegou a Renato Kayzer, que virou e chutou firme. A bola bateu do lado de fora da rede. Quase todos os torcedores do Criciúma comemoraram o gol, mas o grito foi diminuindo em frustração.
O quadricolor voltou a ameaçar mais aos 32. Olávio avançou e chutou cruzado, de fora da área. A bola quicou, Gustavo tocou na bola com dificuldade e mandou para escanteio.
Brusque insiste
Nos 20 minutos finais, o quadricolor crescia e mandava no jogo. Aos 37, Luiz Henrique ganhou duelo na esquerda e cruzou na segunda trave. Olávio tentou o cabeceio, mas a bola saiu. Quatro minutos depois, Diego Tavares recebeu bola alçada na área, em condições de chute. Ele preferiu voltar, chegar à linha de fundo e cruzar. Acompanhado pela marcação, Olávio cabeceia perto da segunda trave, mas a bola passa por cima do gol.
Impedido de vencer
Aos 45, um lance claro de mão na bola, dentro da área, passou pela revisão do VAR sem revisão de pênalti: Diego Tavares cobrou lateral, Olávio cabeceou e a bola bate no braço de Tobias Figueiredo, claramente. Ramon Abatti Abel diz que a mão estava colada ao corpo. No VAR, Rodrigo d’Alonso Ferreira corrobora com a decisão do árbitro de campo.
Instantes depois, Paulinho Moccelin disparou uma bomba de fora da área. Gustavo fez grande defesa. Antes que o Brusque cobrasse o escanteio, o jogo foi parado por alguns instantes para a revisão do lance do pênalti, apenas para nada ser marcado. Por melhor que o Brusque jogasse e lutasse naquele momento, não tinha mais nada a fazer após a decisão terrível da arbitragem.
O quadricolor ainda insiste pelo gol de empate no placar agregado, mas não consegue outras finalizações mais ameaçadoras. Aos 52, Alex Ruan é expulso por agredir um adversário.
O apito final foi dado pouco depois e a torcida do Tigre, que lotou o estádio, comemorou seu 12º título.
Público recorde
Os 18.593 torcedores presentes no Heriberto Hülse marcaram o recorde de público do Campeonato Catarinense 2024. Até então, Joinville 1×1 Avaí, pelas quartas de final, havia sido o jogo com mais torcida: 16.669 pessoas.
Campanhas
Foi o pior início de Catarinense que o Brusque teve desde 2019. Após a vitória sobre o Barra na estreia, o quadricolor ficou sem vencer nas seis rodadas seguintes, sofrendo derrotas para Nação e Inter de Lages. A recuperação começou justamente com uma vitória de virada por 2 a 1 sobre o Criciúma, no Heriberto Hülse, pela oitava rodada. Nas quartas de final, eliminou o Marcílio Dias nos pênaltis. Na semifinal, deixou o Avaí para trás.
O Brusque jogou toda a competição longe de casa. Na primeira fase e nas quartas de final foi mandante no Estádio das Nações, em Balneário Camboriú. Nas semifinais, a Arena Joinville foi a “casa”. Na final, recebeu o Criciúma no Gigantão das Avenidas, em Itajaí.
O Criciúma teve uma campanha dominante, liderando o estadual em toda a primeira fase. Nas quartas de final, eliminou o Hercílio Luz, e bateu o Barra nos pênaltis na semifinal. Após uma oscilação no mata-mata, foi campeão pela 12ª vez.
Próximo jogo
O Criciúma volta a campo já no próximo sábado, 13, às 18h30, contra o Juventude, no Heriberto Hülse. A partida é válida pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.
O Brusque tem uma semana a mais de intervalo. No final de semana dos dias 20 e 21 de abril, o quadricolor estreia no Brasileiro Série B como mandante, contra o Mirassol. A princípio, a partida será realizada no Gigantão das Avenidas, em Itajaí. Dia e horário ainda serão confirmados pela CBF.
Criciúma 1×1 Brusque
Campeonato Catarinense
Final – volta
Sábado, 6 de abril de 2024
Estádio Heriberto Hülse
Público total: 18.593
Renda bruta: R$ 493.170
Criciúma: Gustavo; Claudinho, Rodrigo, Tobias Figueiredo, Marcelo Hermes; Barreto (Barcia 20′-2ºt), Meritão; Marquinhos Gabriel (Eliedson 40′-2ºt), Fellipe Mateus (Wallisson Maia 48′-2ºt); Eder (Felipe Vizeu 20′-2ºt) e Renato Kayzer (Trauco 40′-2ºt).
Técnico: Cláudio Tencati
Brusque: Matheus Nogueira; Cristovam (Ronei 20′-2ºt [Luiz Henrique 30′-2ºt]), Ianson, Wallace, Alex Ruan; Rodolfo Potiguar, Serrato (Jhemerson 30′-2ºt), Dionísio; Dentinho (Diego Tavares 24′-2ºt), Paulinho Moccelin; Guilherme Queiróz (Olávio 24′-2ºt).
Técnico: Luizinho Lopes
Gol: Meritão (3′-1ºt); Gustavo (CONTRA 1′-2ºt)
Cartões amarelos: Barreto, Marquinhos Gabriel, Gustavo; Dionísio, Serrato, Rodolfo Potiguar, Luizinho Lopes.
Cartão vermelho: Alex Ruan
Trio de arbitragem: Ramon Abatti Abel, auxiliado por Thiaggo Americano Labes e Henrique Neu Ribeiro.
Quarto árbitro: Luiz Augusto Silveira Tisne.
Quinto árbitro: Eder Alexandre.
VAR: Rodrigo d’Alonso Ferreira, auxiliado por Helton Nunes e Tais Cristóvão da Silva
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