Brusque espera finanças tranquilas em 2020 caso passe pelo Brasil de Pelotas
Diretoria realizou coletiva de imprensa para explicar verbas recebidas na Copa do Brasil, orçamentos e borderôs
A diretoria do Brusque conta com a classificação do clube para a quarta fase da Copa do Brasil para garantir o ano de 2020 sem déficit, como explicado em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 11. Das verbas recebidas pela participação em cada uma das três fases do torneio, sobrou R$ 1,371 milhão. O quadricolor tem se dedicado a avançar na competição nacional, premiando os jogadores com boas parcelas das verbas recebidas.
Pelos temas apresentados (finanças e administração), o presidente Danilo Rezini, o diretor financeiro Rogério Lana foram os dirigentes que mais falaram. O diretor de futebol, Carlos Beuting, e o presidente do Conselho Deliberativo, Júlio Petermann, também participaram. Em pauta, as finanças do clube. Foram apresentados números arredondados sobre o orçamento de 2020, que é composto da seguinte forma:
Patrocínio mensal Havan: R$ 220 mil
Outros patrocínios mensais: R$ 60 mil
Rendas de partidas: variável
Subtotal estimado: R$ 295 mil
Direitos de transmissão por TV: 4x de R$ 91 mil (de janeiro a abril)
Total estimado de janeiro a abril: R$ 386 mil
Total estimado de maio a dezembro: R$ 295 mil
Média de receitas mensais: R$ 325 mil
Média de despesas mensais: R$ 429 mil
Média de déficit mensal: R$ 104 mil
Ou seja, partindo de hipótese na qual o R$ 1,371 milhão da Copa do Brasil seja dividido pelos 12 meses do ano, o clube adicionaria cerca de R$ 114 mil por mês, resultando em superávit médio de R$ 10 mil ao mês.
“Hoje o clube se encontra em uma situação financeira melhor, pelo trabalho que tem sido realizado não de hoje, mas há 12 anos. Não podemos dizer que estamos com dinheiro demais, mas estamos mais tranquilos. E passando para a próxima fase da Copa do Brasil, poderíamos fechar o exercício de 2020 sem problemas”, comenta Rezini.
Caso o Brusque elimine o Brasil de Pelotas, terá a receber, brutos, R$ 2 milhões pela participação na quarta fase da Copa do Brasil.
O diretor de futebol Carlos Beuting destacou a dificuldade em trazer jogadores no atual momento do clube, ironicamente devido ao bom momento vivido. Ele explica que, com a imagem do Brusque muito unida à da Havan, patrocinador master, a impressão passada para fora é de que o quadricolor está com grandes orçamentos, o que não é verdade. Ou seja, há atletas no mercado que veem a situação do clube dentro de campo, veem o patrocinador master e pedem remunerações que acabam fugindo da realidade.
Independente da dificuldade, a diretoria prevê o fortalecimento do elenco para a Série C 2020, com o tamanho do orçamento dependendo do desempenho na Copa do Brasil.
Copa do Brasil
O Brusque participou das duas primeiras fases da Copa do Brasil, e está na terceira. Portanto, foi premiado com R$ 540 mil, R$ 650 mil e R$ 1,5 milhão, nesta ordem. No entanto, de cada um destes valores, são retidos 10% na fonte, divididos igualmente entre Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e sindicato de atletas. Da quantia bruta de R$ 2,690 milhões, sobram R$ 2,421 milhões.
Os R$ 2,421 milhões se tornam R$ 1,371 milhão por causa das seguintes despesas:
Pagamentos de débitos de 2019: R$ 300 mil
Premiação de elenco – 1ª fase: R$ 150 mil
Premiação de elenco – 2ª fase: R$ 200 mil
Premiação de elenco – 3ª fase: R$ 400 mil
Subtotal de premiação: R$ 750 mil
Total deduzido: R$ 1,05 milhão
As premiações ao elenco representaram parcelas de 30,86%, 34,18% e 29,63% do recebido líquido em cada fase. São 30,98% dos R$ 2,421 milhões líquidos.
Borderôs
A diretoria do clube decidiu vir a público explicando como funcionam os boletins financeiros das partidas, os chamados borderôs, depois de a torcida ter vaiado o anúncio de público e renda da partida contra o Concórdia, neste domingo, 8. Foram registrados 3.156 presentes, sendo 1471 pagantes, o que causou estranheza por parte da torcida. A renda bruta foi de R$ 59,43 mil.
“Neste jogo, 1.339 pessoas entraram sem pagar. São sócios e pessoal credenciado junto à federação [Catarinense de Futebol, FCF]. A federação entende que deve registrar R$ 10 em relação aos impostos”, afirma Rogério Lana.
O clube também especificou a quantidade de cortesias por grupo:
Sócios: aproximadamente 630
Patrocinadores: 290
Diretoria: 75
Familiares de atletas: de 70 a 115
Apoiadores: 110
Klefer: 100
Casas da Água: 30
Na lista, patrocinadores são aqueles que de fato investem no clube com verba. Apoiadores são parceiros no fornecimento de serviços e materiais. As cortesias para as Casas da Água são exclusivas para jogos do Campeonato Catarinense, por definição com a FCF, e a Klefer é a empresa de marketing esportivo da Copa do Brasil, com cortesias exclusivas para esta competição.
Impostos e dívidas trabalhistas
Na coletiva, a diretoria também divulgou números referentes a tributos e dívidas trabalhistas. O clube pagou R$ 880.171,54 de atos trabalhistas vigentes com as Justiças do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, administrando as únicas dívidas trabalhistas que possui hoje. O Brusque paga parcelas todo mês para quitar os débitos, que na data da coletiva eram, totais, R$ 2.695.463,57.
O quadricolor também tem buscado quitar seus tributos atrasados por meio do Programa de Modernização da Gestão e Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut). Até março, foram pagas 45 parcelas, restando oito, com valor aproximado de R$ 32 mil.
Para deixar de ter incômodos com tributos federais, o clube também tem parcelamento total de impostos do INSS com valor de R$ 210 mil em 60 meses, além de um parcelamento parcial de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com valor de R$ 30 mil.