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Brusque terá mais de duas semanas sem jogos no Augusto Bauer; média de público é baixa

Meta de sócios-torcedores não consideraram a realidade do público; pouca gente tem prestigiado o atual campeão do estado

O Brusque pretendia ter 3 mil sócios-torcedores, pelo menos 1 mil até o fim de janeiro. Era uma meta traçada sem da realidade material. Nos anos anteriores, a média nunca chegou a 3 mil por jogo. No Catarinense de 2022, só houve mais de 3 mil torcedores presentes no estádio nas partidas de mata-mata. E o quadricolor acabou de passar por um rebaixamento doloroso.

Logo, não seria possível reunir 3 mil sócios no formato do programa, nas formas de pagamento e nos preços com os quais o Brusque consegue trabalhar hoje. A situação é muito preocupante e por isso o clube conta com o torcedor, que segue mais fora do que dentro do estádio. A média de público no Catarinense em 2023 é muito fraca: 1.515 torcedores do atual campeão do estado. A oitava da competição. Os “sócios” não chegam a 500.

Nas condições atuais, a torcida do Brusque não se mostra capaz de se mobilizar para pegar o clube no colo e assumir protagonismo numa retomada. E quando se fala isso, não é crítica aos torcedores que vão ao estádio com mais ou menos frequência. Mas sim, àqueles que, mesmo tendo todas as condições, optam por não contribuir. E num clube de uma cidade do tamanho de Brusque, as ausências e a falta de engajamento são mais notáveis. Falta apoio de torcida, e quanto mais cedo ela pegar junto, melhor.

Ao Brusque Futebol Clube, cabe a reflexão sobre seu próprio público e o tamanho deste público; uma análise de conjuntura mais apurada localmente; ouvir e tentar atender as demandas e motivos de quem está interessado, mas não se envolve. E, quem sabe, repensar os preços de ingressos e dos planos de sócio-torcedor.

Do enjoado 0 a 0 com o Concórdia até o jogo contra o Camboriú há um intervalo de 18 dias. Que a saudade ajude o torcedor a voltar em peso ao Augusto Bauer.

Contas apertadas

Em dezembro, o Brusque projetou despesas de R$ 770 mil ao mês em 2023. O orçamento previsto no ano, sem prever a adesão de novos patrocinadores, era de R$ 2,76 milhões, ou seja, R$ 230 mil mensais, o que configura um déficit de R$ 540 mil por mês. O clube tem a situação aliviada nos primeiros meses do ano com R$ 540 mil pela participação na Copa do Brasil de 2023 e com o superávit de R$ 404.384,84 em 2022.

Portanto, é importantíssimo passar pelo Marília na Copa do Brasil e, depois, pelo vencedor de Tuna Luso x CSA. Repetir 2021, quando o Brusque caiu diante do Retrô, teria consequências muito piores em 2023. A situação é muito preocupante enquanto não houver um patrocinador que equilibre estas contas de forma estável. O revés do fim de 2022, quando o planejamento deste ano estava todo encaminhado, abalou o clube.

Ainda assim, há outras possíveis fontes de renda. O clube tem direito a cerca de R$ 750 mil da venda de Jorginho do Chelsea para o Arsenal, por meio dos mecanismos de solidariedade aos clubes formadores. O valor deve vir parcelado, a conta-gotas, mas ajuda.

Na Bulgária, Maurício Garcez vai fazendo seu nome e ganhando mercado no leste europeu. Se o CSKA Sófia não quiser comprá-lo ao fim do empréstimo em junho, outro clube poderá se interessar.

Fora de campo, o Brusque continua em um momento delicado, mas não se pode tratar o problema como se fosse maior do que já o é. Há possibilidades em um canto ou outro de amenizá-lo e até de solucioná-lo. E a temporada segue.

 

Clássico

Neste sábado, 18, às 16h30, o Brusque enfrenta o Marcílio Dias no Dr. Hercílio Luz. Se tudo der certo, poderá quebrar a sequência chata de empates e complicar demais o rival, que hoje está na zona de rebaixamento. O Marinheiro já foi páreo duro na Recopa Catarinense e será empurrado pela torcida para se reabilitar na competição. Se vencer, pode ganhar vida nova. Que seja um clássico de tranquilidade para as torcidas, zero violência e muito futebol.


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