Brusque não tem programa instituído para arborização urbana
Fundema aponta obstáculos para que plantio possa ser realizado permanentemente
Fundema aponta obstáculos para que plantio possa ser realizado permanentemente
A Prefeitura de Brusque não possui uma política pública de plantio de árvores no perímetro urbano em vigor atualmente. A arborização é um desafio a ser enfrentado pelo município, mas há uma série de obstáculos, que vão desde a falta de consciência da população até falta de recursos.
A Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) é a responsável pela arborização na cidade. Antigamente, havia iniciativas neste sentido. Em 2015, por exemplo, foram plantadas 450 mudas, conforme informado na época.
No ano seguinte, a Fundema divulgou à imprensa que tinha a intenção de plantar mil mudas, mais que o dobro do que havia feito em 2015. Entretanto, a iniciativa não prosperou por uma questão orçamentária.
Cristiano Olinger, superintendente da Fundema, explica que a prefeitura tinha contrato com uma empresa terceirizada até aquela época. “Tínhamos processo de arborização das ruas, mas antes da Fundema tinha dois funcionários terceirizados. Mas há alguns anos foi cancelado o contrato com essa empresa e estamos sem, por isso não demos continuidade”, justifica.
A Fundema ficou sem pessoal para realizar o plantio das árvores por isso o projeto de arborização foi paralisado e não voltou a ser reativado.
Além de ter limitações de pessoal e de orçamento, a Fundema também enfrenta mais dois obstáculos para conseguir colocar em prática um projeto de arborização das ruas.
Um empecilho é a falta de consciência de algumas pessoas. Olinger conta que, naquela época, alguns moradores reclamavam quando o funcionário da prefeitura ia plantar na calçada em frente à residência dele.
Outro obstáculo bastante comum em uma cidade que cresceu desordenadamente é a largura das calçadas. “O problema na realidade é que realmente as calçadas são muito estreitas, isso dificulta a colocação”, afirma o superintendente.
Na época, eram escolhidas espécies que não dão raízes tão grandes, para evitar danificar o piso.
“Não temos nenhum projeto de continuidade das ruas porque esse problema dos colaboradores que foi cancelado o contrato e também na questão de esbarrar em calçadas muito estreitas. Os próprios moradores pediam para não ser executado”, declara o superintendente.
Apesar de não ter um projeto permanente de arborização ou plantio, a Fundema tem outras ações neste sentido. Por exemplo, a questão da preservação das árvores é abordada nas palestras em escolas e empresas e no Sairinhas – iniciativa que leva alunos da rede municipal de educação à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Chácara Edith.
Além disso, a Fundema também promove plantio de mudas esporadicamente. De acordo com o superintendente, em alguns casos, as multas aplicadas pela prefeitura são pagas com mudas, que então são plantadas.
Um exemplo de ação pontual é a que ocorrerá nesta sexta-feira, 20, na próxima, dia 27. Serão plantadas árvores em compensação pela emissão de CO2.
O projeto faz parte da conferência de parceria dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu na Alemanha em julho e teve participação de uma comitiva de Brusque.
O plantio de 60 mudas ocorre em dois dias: nesta sexta ocorrerá na escola Oscar Maluche e em uma área do Samae, no bairro Zantão; já no dia 27 será na escola Cedro Alto.
O projeto “50 Parcerias pelo Clima”, realizado em cooperação entre a Prefeitura de Brusque e o distrito alemão de Karlsruhe, também promoveu plantio de mudas em ações pontuais.
As áreas públicas e áreas verdes são espaços alternativos para a arborização urbana. Segundo Olinger, a legislação vigente preconiza que um loteamento deve ter uma porcentagem de seu espaço destinado à preservação.