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Brusque: o orçamento cresce, a expectativa também

Quadricolor do Vale tem a maior folha salarial de sua história e quer fazer bonito no campeonato

O quarto lugar no Campeonato Catarinense de 2017 foi a melhor colocação do Brusque nos últimos 20 anos. A última vez que o clube havia terminado o Estadual tão bem havia sido em 1998. Além disso, o Quadricolor disputou uma partida histórica contra o Corinthians pela Copa do Brasil, e só caiu nos pênaltis contra o time que seria o campeão brasileiro.

Na Série D, o Bruscão passou da fase de grupos e caiu na fase seguinte pelo critério de gols marcados fora de casa. Mesmo com a perda do título da Copa Santa Catarina para o Tubarão, seria justo dizer que 2017 foi um grande ano. Para 2018, o plano é de que seja ainda melhor.

A folha salarial, somando comissão técnica e plantel de jogadores, é a maior que o clube já teve: R$ 250 mil. Com o histórico recente de ascensão e um alto nível de investimento para os padrões quadricolores, a missão no Campeonato Catarinense é árdua e ambiciosa: estar entre os quatro primeiros, numa competição em que cinco de dez participantes disputam as séries A, B e C do Campeonato Brasileiro.

“Cria-se a ilusão de que por causa do investimento maior, os resultados irão aparecer, e não é assim que acontece. Veja no ano passado o quanto o Palmeiras investiu em comparação aos outros clubes da Série A. Nada está garantido. Claro que existe a expectativa por causa disso, e é isto que tem me dado mais trabalho. Saio na rua, e as pessoas que já conhecem falam ‘é, professor, dá pra pensar em título’, seja por brincadeira ou a sério”, explica o técnico do Brusque, Antônio Picoli.

Os jogos-treinos da pré-temporada não foram nada empolgantes. Com alguns desfalques, o time perdeu para o Sub-19 do Atlético-PR e para o Rio Branco-PR por 1 a 0, além de ter empatado com o Avaí em 1 a 1. Para a comissão técnica, o resultado pouco importa, porque além dos desfalques, um jogo-treino tem muitas substituições.

“Precisamos criar uma estrutura de time dentro da competição. Nos jogos de pré-temporada tivemos alguns atletas debilitados, alguns com virose, que não viajaram, e isso nos fez mudar a estratégia para aqueles jogos. Para o técnico, em termos de análise, é bom, mas pro planejamento visando a partida de estreia não é legal”, explica Picoli.

Mesmo com o investimento maior e as altas expectativas para que 2018 seja tão bom quanto 2017, o Brusque apresenta turbulências administrativas. O clube está bastante endividado, e desde 15 de dezembro está sem presidente, desde que o mandato de Danilo Rezini terminou. Rezini, no entanto, foi convencido pelos patrocinadores do clube a retornar.

Novas eleições deverão ser anunciadas na próxima semana, com o ex-presidente do quadricolor sendo o único candidato. Ele exige mudanças no estatuto do clube e a criação de diretorias setorizadas, reivindicando “uma gestão compartilhada e mais profissional”.

Antônio Carlos será a referência na defesa do Brusque | Foto: Matheus Picoli/Brusque FC

Reforços
Semanas antes da estreia no Campeonato Catarinense, o Brusque dizia estar à procura de mais um volante para fechar o elenco deste início de temporada. Mas Zé Lucas, o último reforço anunciado, já estava acertado com o clube desde dezembro. “Fazia mais de 20 dias que ele já estava acertado. Só não podíamos divulgar antes porque os detalhes não estavam confirmados. Acontece casos em que os jogadores estavam praticamente acertados, mas de última hora deu errado. Então a gente prefere esperar até o fim”, explica Picoli.

Zé Lucas foi o nono reforço do Brusque para a temporada 2018. Um total de 29 jogadores integram o elenco: 25 profissionais, além de quatro garotos da base do clube.

André Luís: o goleiro de 28 anos disputou a Série C com o Remo foi adversário do Brusque na Copa do Brasil de 2017. Mesmo com a derrota, a boa atuação, que contou com a defesa de um pênalti, chamou a atenção do quadricolor.

Antônio Carlos: o principal nome que integra o elenco do Brusque já passou por Fluminense, Atlético-PR, Botafogo, São Paulo e Avaí. Aos 34 anos, o zagueiro chega para ser o xerife do Bruscão.

Bidía: aos 25 anos, o volante fez história no Londrina, onde participou dos acessos do clube para a Série C e para a Série B do Campeonato Brasileiro. Além disso, foi parte do elenco que conquistou a Copa da Primeira Liga em 2017 sobre o Atlético-MG. A ideia é de que ele seja titular.

Clebson: um meia de velocidade que já passou por diversos clubes de tradição nas divisões nacionais inferiores. Suas duas últimas passagens foram por Brasil de Pelotas e Figueirense.

Dakson: desde que voltou do Lokomotiv Plovdiv, da Bulgária, em 2012, passou por Vasco, Vitória, Náutico, CRB, e Cuiabá. O meia de 30 anos briga pela titularidade.

Douglas Silva: um zagueiro de 33 anos que esteve no elenco do Figueirense na campanha do acesso à Série A em 2013. Ele estava no Mladá Boleslav, da primeira divisão da República Tcheca, e deve fazer a dupla de zaga com Antônio Carlos.

França: volante de 26 anos que já teve passagens pelo Hannover 96, da Alemanha. O Brusque é o décimo clube de sua carreira. É também velho conhecido do futebol catarinense, com uma passagem pelo Figueirense e uma relação de amor e ódio com a torcida. Amor pela raça em campo, ódio pelas diversas polêmicas e confusões extracampo. Também jogou pelo Criciúma. Hoje mais calmo do que em 2015, quando passou pelo Furacão do Estreito, ele é um dos principais reforços do Bruscão.

Rafinha: um atacante de 27 anos que atua pelos lados do campo e vem para ser titular. Foi revelado nas categorias de base do São Paulo. Estava no Herediano, um dos principais clubes da Costa Rica.

Zé Lucas: o volante de 25 anos estava no Famalicão, da segunda divisão de Portugal. Passou também por Metropolitano, Guarani de Palhoça, São Luiz-RS e J. Malucelli-PR.

Picoli afirma ter uma base defensiva já montada | Foto: Matheus Picoli/Brusque FC

Escalação
O técnico Picoli não quis adiantar o time que inicia a partida de estreia nesta quarta-feira, 17, contra o Joinville, às 20h30. Ele já enfrentou Rogério Zimmermann em diversas oportunidades no futebol gaúcho, e não pretende adiantar detalhes até o momento do jogo.

“Tenho um time-base em mente, principalmente na defesa. Talvez mude um pouco por necessidade. É na frente que temos dificuldades. Jean e Rafinha não viajaram no último jogo-treino [contra o Rio Branco-PR] e isso dificultou a definição. Não consegui colocar o time titular em nenhum partida”.

Apesar do mistério, uma provável escalação é André Luís; João Carlos, Antônio Carlos, Douglas Silva, Ronaell; Bidía, Ruan, Adãozinho; Jean Dias, Wilson Júnior e Edu.