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Brusque perde para o Criciúma em casa e é vice-campeão catarinense

Marreco teve chances de abrir o placar, acertou a trave, mas não realizou o sonho de mais um título

O Brusque é vice-campeão catarinense de 2023, após ter perdido o segundo jogo da final por 1 a 0 para o Criciúma neste sábado, 8, no estádio Augusto Bauer. Em uma partida extremamente tensa nas arquibancadas e dentro de campo, o quadricolor teve grandes chances de abrir o placar, mas o gol do jogo foi marcado por Hélder, no segundo tempo. Esta foi a terceira final disputada pelo Marreco em quatro anos, enquanto o Tigre encerra um jejum de 10 anos sem título do Catarinense e sem disputar a decisão.

Começo ruim e VAR acionado

O início do jogo foi tenebroso para o quadricolor, e só não foi pior porque o Criciúma não abriu o placar. Já aos três minutos, Gustavo fez a ligação direta e Eder escapou sozinho rumo ao gol, atrapalhando o vacilo da marcação. Rodrigo perseguiu o atacante até a área e, antes que pudesse finalizar, o jogador do Tigre caiu na disputa.

A torcida visitante pediu pênalti junto com sua equipe. Ramon Abatti Abel esperou a revisão do VAR e, depois de alguns segundos, mandou o jogo seguir, para alívio da multidão quadricolor.

O Brusque começou a partida perdido em campo. Quem esperava que o quadricolor fosse se lançar ao ataque e imprimir uma forte pressão, como vem sendo de costume em casa, se decepcionou com os minutos iniciais. O adversário era quem partia para cima de um quadricolor que estava desorientado.

Os problemas não ficaram só em campo. No setor coberto, diversos torcedores do Brusque brigaram entre si ao longo dos 20 primeiros minutos. Teve bate-boca, objetos arremessados e até intervenção da Polícia Militar.

Matheus Nogueira salva

Aos 12 minutos, Matheus Nogueira fez excelente defesa. Em levantamento pela direita com Fabinho, Fellipe Mateus avançou livre e cabeceou de peixinho. A bola quicou no chão e o goleiro salvou. Depois, na sobra do escanteio, Claudinho limpou a marcação, invadiu a área e soltou o pé. Novamente, Matheus Nogueira precisou intervir de forma providencial.

A partida começou a ficar menos desequilibrada a partir de então. Nenhuma das equipes tinha finalizações claras, e o Brusque continuava nervoso e perdido no campo. Aos 22, em raro momento de lucidez da equipe, Cléo Silva levantou na área e Guilherme Queiróz cabeceou, mas a bola foi sem perigo, por cima.

O Criciúma chegava com mais facilidade tendo a bola no chão. Finalizações de Fabinho e Claudinho passaram com algum perigo pela meta defendida por Matheus Nogueira.

Brusque acorda

Aos 37 minutos, Jhemerson teve a melhor chance da partida até então. Ele recebeu no meio, se livrou da marcação e finalizou bem, tirando de Gustavo. A bola já havia passado pelo goleiro, mas Marcelo Hermes se jogou de carrinho para evitar o gol brusquense. A torcida quadricolor foi à loucura. Depois de alguns momentos encaixando seu jogo, o quadricolor estava, enfim, vivo para jogar a final como era necessário.

Dois minutos depois, Everton Bala juntou a sobra do escanteio e levantou na área. Éverton Alemão fez o desvio de cabeça, e Gustavo voou em seu canto esquerdo. Com a mão esquerda, fez grande defesa e aproveitou sua queda para fazer cera e tentar esfriar o jogo.

O final do primeiro tempo foi mais do quadricolor . Aos 46, Rodrigo recebeu de Rodolfo Potiguar dentro da área. A bola era alta, o volante tentou girar e chutar de voleio. Ela subiu demais, para a irritação da torcida.

Aos 50 minutos do primeiro tempo, quando o Brusque saía em contra-ataque, com Jhemerson fazendo passe para Toty na meia-direita, Ramon Abatti Abel apitou o final do primeiro tempo. O time do Brusque e sua torcida se revoltaram, e houve um princípio de confusão entre jogadores das duas equipes.

Marreco em cima

Antes dos dois minutos decorridos do segundo tempo, Matheus Nogueira afastou de soco uma cobrança de falta sem ângulo efetuada por Fellipe Mateus. Na sobra, Marcinho limpou a jogada e chutou rasteiro. O goleiro defendeu sem rebote.

Aos seis minutos, Everton Bala fez belíssima jogada na linha de fundo e serviu Cléo Silva. O atacante encheu o pé, mas teve o bloqueio da marcação. Logo depois, após escanteio curto, Alex Ruan mandou na área, Éverton Alemão desviou de cabeça e a bola passou próxima ao gol de Gustavo.

Alex Ruan arriscou de fora aos nove. Limpou a jogada e chutou de longe com o pé direito. Gustavo defendeu em dois tempos.

Museu de cera

Aos 14 minutos, Eder se jogou no chão e esperou a maca chegar. Quando a maca chegou, ele se levantou e começou a andar normalmente, retardando, ao máximo possível, o início de jogo.

A torcida do Brusque se enfurecia a cada instante em que o Criciúma fazia o tempo passar com o cai-cai. Em campo, o quadricolor também sentia o correr do relógio, errando alguns passes a mais. Luizinho Lopes tentou um time mais ofensivo com as substituições, mas o nervosismo era visível.

Trave e reclamação

Em uma boa jogada, o grito de gol ficou engasgado aos 26 minutos do primeiro tempo. Alex Ruan fez o passe para dentro da área. Guilherme Queiróz chutou de perna esquerda e a bola bateu na trave, à direita de Gustavo, que já estava fora do lance. Dois minutos depois, Olávio recebeu de Cléo Silva na área, mas não conseguiu girar para finalizar.

Aos 29 minutos, Guilherme Queiróz limpou a jogada na área e chutou. A bola bateu no pé e depois na mão do zagueiro Rodrigo, do Tigre. A torcida quadricolor foi à loucura pedindo o pênalti, o Brusque em campo também. Nada foi marcado pela arbitragem.

Defesa trabalha

Aos 31 minutos, o Criciúma fez ótimo contragolpe e uma linha de passe na área do Brusque. No momento da finalização de Fabinho, Cléo Silva apareceu do nada para fazer o corte. Segundos depois, em nova jogada, Arílson chega à pequena área, se livra da marcação e finaliza. Matheus Nogueira fez fantástica defesa. A torcida do Brusque se inflamou

Fim da linha

No minuto seguinte, o Criciúma fez o gol do título. Em jogada pela esquerda, Hélder invadiu a área, encheu o pé e marcou. Desta vez, não havia nada que o goleiro pudesse fazer. Festa criciumense.

Logo depois, torcedores do setor coberto começaram a protestar veementemente, alguns com xingamentos, outros com ameaças, contra dirigentes do Criciúma que estavam no camarote. Em um momento, a Polícia Militar dispersou a confusão com o uso de spray de pimenta.

Dentro de campo, aos 39, Crystopher finalizou livre na grande área e Matheus Nogueira evitou o segundo gol do Tigre. Completamente abatido, o Brusque lutou, mas não conseguiu tirar mais nada do jogo. A partida ainda foi interrompida por alguns instantes por uso de sinalizadores por parte das duas torcidas.

No lado criciumense, festa por ter encerrado um jejum de uma década sem um título do Catarinense. Enquanto a partida se encaminhava ao apito final, a torcida quadricolor, reconhecendo a campanha do time do coração, cantava e aplaudia no Gigantinho.

Homenagens e luto

As duas equipes jogaram com faixas pretas nos uniformes, em luto pelos assassinatos de crianças cometidos na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, na quarta-feira, 5.

No minuto de silêncio, anterior ao apito inicial, as quatro vítimas foram homenageadas. Quatro crianças, vestindo branco, soltaram balões com os nomes de cada uma delas.

O minuto de silêncio também foi em respeito ao falecimento de Ilza Gertrudes Schleich Vollkopf, mãe do árbitro Paulo Vollkopf.


Brusque 0x1 Criciúma

Campeonato Catarinense
Final – volta
Sábado, 8 de abril de 2023
Estádio Augusto Bauer

Brusque: Matheus Nogueira; Toty (Olávio 12′-2ºt), Éverton Alemão, Wallace, Alex Ruan; Rodolfo Potiguar, Rodrigo Vasconcelos (Thiago Alagoano 20′-2ºt); Cléo Silva, Jhemerson, Everton Bala (Diego Mathias 34′-2ºt); Guilherme Queiróz (Lucas Poletto 34′-2ºt).
Técnico: Luizinho Lopes

Criciúma: Gustavo; Claudinho (Cristóvam 27′-2ºt), Rodrigo, Walisson Maia, Marcelo Hermes; Rômulo (Crystopher 27′-2ºt), Arílson, Fellipe Mateus, Marcinho (Hélder 20′-2ºt); Fabinho (Léo Costa 43′-2ºt) e Eder (Lohan 23′-2ºt).
Técnico: Cláudio Tencati

Gol: Hélder (32′-2ºt)

Trio de arbitragem: Ramon Abatti Abel (FIFA), auxiliado por Alex dos Santos e Thiaggo Americano Labes.

Cartão amarelo: Rodrigo, Rodolfo Potiguar, Wallace e Pedoca; Arílson, Eder, Cristóvam, Gustavo e Rômulo.

Cartão vermelho: George Castilhos (prep. físico – BRU)


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