Ed Carlos Santana/O Município
Brusque perdeu a chance de um jogo perfeito; vêm aí três jogos fora de casa
Quadricolor derrapou nos minutos finais contra o Criciúma, e ainda acabou com noite manchada no extracampo
O Brusque fez um primeiro tempo de cinema contra o Criciúma. Dominou o principal time de Santa Catarina nos últimos anos, mereceu o gol marcado por Ianson e deu uma ótima amostra de onde a equipe pode chegar.
Na segunda etapa, a história foi outra, com os ajustes do Tigre. O quadricolor podia ter matado o jogo, não matou, e sofreu um golaço num felicíssimo (ou tristíssimo, para o lado de cá) chute de Marcelo Hermes. Vacilo, desatenção, situação evitável. Empate extremamente frustrante, pelo gol nos acréscimos e pela atuação empolgante na primeira etapa. Mas as oscilações persistem, e são amplas.
O jogo mostrou parte importante dos objetivos do trabalho desenvolvido por Filipe Gouveia. Um trabalho realizado sob condições inadequadas. O técnico fala constantemente em desfalques, em falta de pré-temporada, em elenco curto. Isto pode ser tratado como mera desculpa para resultados que, em geral, não agradam. Mas são problemas e obstáculos reais.
Há poucas opções realistas no elenco. Por exemplo, na posição de centroavante, Robson Luiz evolui, se esforça, tenta, até já fez gol, mas ainda não está no nível do que deveria ser um titular do Brusque. E também torço muito pelo sucesso de Pollero com a camisa quadricolor, mas o camisa 9 não tem colaborado. Começou bem em 2024, mas sua queda em 2025 é vertiginosa e dolorosa. Tanto que perdeu a titularidade.
Como o próprio Filipe Gouveia já disse, chegou para ser técnico do Brusque sabendo de todos os problemas que iria encontrar. Cabe à diretoria da SAF agilizar os trabalhos para dar as melhores condições. É possível imaginar uma Série C totalmente diferente desta caótica campanha no Catarinense.
Ainda assim, há muita bola para rolar. O Brusque não vence há 27 jogos fora de casa e têm três visitas em sequência. Terá que dar um jeito de ganhar. Nesta quarta-feira, 12, às 20h, enfrenta o Santa Catarina em Rio do Sul. No domingo, 16, às 17h30, o quadricolor estará em Concórdia. Quatro dias depois, na quarta-feira, 19, o desafio está marcado no Zerão, em Macapá, do lado oposto do país, contra o Trem, pela Copa do Brasil, às 20h.
Extracampo
O jogo ficou ofuscado pelo ocorreu após o apito final. Um ônibus de torcedores do Criciúma foi apedrejado por torcedores do Brusque, teve janelas quebradas e, por sorte, ninguém se feriu. Mas, antes disso, houve a denúncia do goleiro Caíque sobre um grito racista vindo de um torcedor do Brusque. O atleta reagiu de forma imediata após ter entendido uma injúria racial, com o jogo já terminado. O caso está com inquérito aberto.
O quadricolor sofreu uma mancha em sua história com um caso em 2021. Um episódio que foi agravado, principalmente, por ser em um jogo sem torcida e pela nota oficial do clube logo após denúncia do meia Celsinho, do Londrina, no Brasileiro Série B.
Então, independentemente de que desfecho terá o caso deste sábado, 8, passar por algo parecido quatro anos depois é novamente vergonhoso para o clube. Menos mau que a reação do Brusque imediata foi muito mais profissional e adequada em 2025, ainda que eu, particularmente, tenha algumas ressalvas em detalhes da nota oficial.
E independentemente do que tiver acontecido ou não tiver acontecido, não precisa parar na nota protocolar. O Brusque pode agir de forma proativa para demonstrar aprendizado legítimo com 2021.
Condições para a imprensa
A Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina (Acesc) percebeu que o diálogo em bastidores não adianta, e publicou uma nota sobre as más condições de trabalho no Augusto Bauer, com foco na jaula de vidro (ou gaiola, como falou o pessoal de Criciúma) que deixa imprensa de Brusque e de fora assando ao bafo.
Basta Carlos Renaux e Brusque se entenderem para retirar a parede de vidro e fazer uma bancada adequada, ou, no pior caso, instalar um ar condicionado. Algo muito simples.
Não se pode naturalizar o que aconteceno Augusto Bauer. Foi uma reforma que diminuiu espaços para a imprensa e, com a jaula de vidro, piorou as condições que já eram ruins antes. Todos os trabalhadores de imprensa de Santa Catarina deveriam se unir em torno desta pauta, especialmente os da área esportiva. A pressão tem que ser constante e organizada.
Assista agora mesmo!
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