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Brusque pode perder show nacional por problemas na acústica da Arena Brusque

Empresário diz que poderá levar apresentação de grande porte para Itajaí por falta de estrutura

Parte do público que assiste shows na Arena Brusque têm reclamado da acústica do local. Quem senta nas arquibancadas, não consegue ouvir bem o som. Esta dificuldade já foi identificada por produtores musicais. Eudes Vilamoski, da FireUp, diz que está negociando a vinda de uma cantora de repercussão nacional neste ano, mas estuda levar o evento para o pavilhão onde é realizada a Marejada, em Itajaí, por causa da acústica. Por questão contratual, o nome não pode ser divulgado.
Ele afirma que por ser um show de grande porte, não poderia acontecer em outro espaço em Brusque. No entanto, segundo Vilamoski, a situação da Arena não é nova, inclusive, empresários de artistas já reclamaram da estrutura. Um exemplo foi a apresentação do cantor sertanejo Eduardo Costa, em 2014, promovido pela FireUp em parceria com outras empresas.

“A acústica da Arena é horrível. Tem que melhorar muito. O Eduardo Costa reclamou muito. O local não é adequado para shows, é um ginásio de esportes que não concebido para isto. Coloquei seis delays no show do Eduardo para tentar melhorar e não resolveu nada”, afirma.

Vilamoski diz que os brusquenses que já conhecem a Arena costumam pegar ingressos mais perto do palco para conseguir ouvir melhor. Apesar desta dificuldade, Brusque recebe regularmente shows nacionais. Em dezembro do ano passado, a dupla Zezé di Camargo e Luciano também se apresentou na Arena. Zezé, chegou, inclusive, a alertar os espectadores do problema: “esta era um local difícil de se apresentar, porque quem está mais distante do palco não vai ouvir bem”, disse, após cantar as primeiras músicas.

O show da dupla foi promovido por Antônio Carlos Teixeira, o Tonico, do Óphera Casa de Eventos. Ele admite que o espaço não foi construído com a finalidade de shows, mas que a estrutura, em geral, é muito boa. “O show do Zezé e do Luan Santa foi legal, a acústica depende muito do técnico”, afirma.

Tonico diz que o técnico de som deve saber regular os equipamentos para utilizar da melhor forma o espaço. Simplesmente colocar o volume lá no alto não adianta, pois o som ‘rebate no teto’ e causa eco. O empresário reconhece as limitações técnicas, contudo, diz que “dentro do que temos na cidade, se o técnico for bom, ele consegue aproveitar bem [a Arena]”.

Uma espectadora que foi ao show da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, juntamente com o pai, um senhor de 76 anos, afirma que o som não era nítido. “Tem muito eco. Mesmo tendo um bom espaço para que as pessoas possam ficar sentadas, a acústica deixa a desejar”.
Ela diz que as pessoas deixam de ir a eventos musicais na Arena devido ao problema. “Muitos que foram comentaram que não retornariam”.

Falta de opções

Tonico diz que Brusque está bem servida de espaços para shows de pequeno e médio portes. O Óphera Casa de Eventos, do qual ele é dono, é um exemplo. A FireUp também pode receber atrações destes tamanhos. Em alguns casos, uma tenda é esticada para aumentar o espaço coberto.
O problema é que Brusque não está no roteiro dos grandes artistas, por isso manter uma estrutura muito grande para grandes shows é considerada inviável. Tonico diz que a estrutura “não se paga”.

Pavilhão inviável comercialmente

Fora a Arena Brusque, o pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, onde é realizada a Fenarreco, é o maior local para shows no município. A acústica também é melhor, porque o pé-direito é mais baixo. O obstáculo, neste caso, é outro, diz Vilamoski: a exploração comercial.

“O pavilhão tem uma acústica bem melhor. Mas o problema é que a prefeitura fez um acordo com este pessoal que ganhou a concessão da Fenarreco, a Germânia, que só eles vendem bebidas. Ninguém quer fazer lá por isso. O outro local seria o ginásio, mas a acústica é ruim, então a gente tem que partir para outros lados”, afirma Vilamoski.

Estrutura

A Arena Brusque, inaugurada em 2005 como o nome de Arena Multiuso, possui uma área total de 14 mil metros quadrados, com capacidade para 4.250 pessoas sentadas e 12 mil pessoas em shows. Na época de sua inauguração, a prefeitura anunciou que ela foi projetada com condições de receber eventos de vários segmentos, inclusive apresentações musicais.